Episódio 11 - Beijos que machucam... : Parte 3

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A noite já tinha avançado algumas horas e ainda chovia.

Desde que acordei o céu castigava a terra com muita água. Não tinha feito muita coisa durante a manhã, mas passei boa parte da tarde e começo da noite dando os últimos retoques na estufa.

Se não fosse a ocasião que me levou ali, eu adoraria o cenário.

Charles teria um jantar romântico daqui a uns minutos com a Diana e já estávamos fazendo os testes com os microfones e iluminação.

A estufa tem um teto alto de vidro, e nos brindava com uma visão do céu escuro e das gotas escorrendo por fora. Com a iluminação artificial, as gotas pareciam pequenas estrelas cadentes. Lindo.

A equipe tinha arrumado uma mesa perto de uma das janelas mais afastadas, a mesa era pequena, com apenas dois lugares, para uma coisa mais íntima e legal.

Velas tremulavam levemente em cima da mesa, e um jarro com uma bela e longa rosa vermelha está postada ao centro da mesa. Talheres dispostos, vinho à disposição e então Chuck chega.

Muito bem arrumado com cores escuras, ele está com o seu sorriso das câmeras de sempre, mas me parece um tanto quanto inquieto. Marcelo me entrega um microfone, e diz pra mim.

— Aqui, vai colocar e testar o áudio do Keller, que eu vou ver o motivo da Diana estar atrasada...

Apenas concordo e me aproximo do Charles. Mostro o equipamento nas minhas mãos e então me ponho a auxiliá-lo a prender e esconder os fios, além de encontrar um bom lugar para preder o microfone na sua roupa.

Ele está calado até demais enquanto eu faço meu trabalho. Também não sei ao certo o que falar.

— Está conseguindo dormir? — ele pergunta tao baixo e mesmo com o microfone já ligado, não é uma pergunta tão incriminadora.

— Sim... E você? — não estava mentindo, depois de falar com a minha mãe, não foi difícil.

— O Taz conversou comigo até que eu conseguisse... — desligo momentaneamente o áudio para evitar problemas.

— Ainda não tinha tido a oportunidade de falar com você depois do nosso quase flagra... 

— Faz dois dias que eu estou tentando pensar em uma maneira de puxar uma conversa com você, mas não sei... — ele admite. — Mas foram bons esses dias, deu pra pensar e conversar sobre a nossa situação e...

— Desculpem a demora! — o grito de Diana interrompe e ecoa pela estufa.

— Podemos nos falar depois? — Chuck pergunta.

— Claro.

— Eu dou meu jeito de encontrar com você. Pode deixar comigo — ele sorri, mas a alegria não atinge seus olhos. Resolvo perguntar o que aconteceu com ele mais tarde.

Agora não era o melhor momento, cercados pela equipe e com câmeras, áudios e tudo ligado ao nosso redor. Melhor deixar as conversas para depois.

Termino de testar o microfone e então ele se despede de mim, para ir em direção a Diana, para cumprimentá-la e abrir o seu melhor sorriso de câmera. Diana está linda com os seus cachos bem definidos e brilhantes, com um short e blusa de mangas cumpridas que valorizavam o corpo, sem parecer muito óbvio.

Ela sorri e acena para mim. Devolvo a cortesia.

Diana é brutalmente inteligente, confiante e ótima companhia. Nunca demostrou nada menos do que simpatia, mesmo com as câmeras desligadas. Ela é um amor de pessoa até quando parecia que ninguém prestava atenção nela.

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