Episódio 9 - Uma Visita : Parte 2

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A madrugada tinha chegado e eu estava completamente exausta das gravações que fizemos hoje. As conversas individuais com o Charles tinham tomado mais tempo do que eu esperava, e a correria entre as gravações foi intensa.

Vi quando o Charles dava um sorriso para mim, entre uma menina e outra, e aquilo quase me fazia desconcentrar.

Depois de passar algumas coisas que temos que fazer amanhã com parte da equipe, meu corpo estava clamando por um banho quente e descansar em uma cama. Estava moída, e hoje nem me ofereci para guardar as coisas pelo set e quem sabe encontrar o Chuck, só queria deitar.

Na coragem que eu estou, assim que fecho a porta do quarto, vou me livrando das minhas roupas, jogando tudo pelo meio do quarto, sem me importar em nada onde estão caindo. Vou pegando a liga e prendendo o cabelo de qualquer jeito no alto da cabeça, para não ter problema no chuveiro.

Ligo a água quente e quando vai passando por mim, vou melhorando o meu cansaço e humor. 

Minha pele está um pouco ressecada, então, resolvo passar um pouco de hidratante e acabo por fazer uma massagem, relaxando meus músculos. Por fim, pego uma das minhas blusas mais antigas e surradas da banda, e com preguiça de procurar um short, pego só uma calcinha de algodão. Solto os cabelos e sorrio ao olhar pra cama que estava me chamando...

Estou quase me deitando, quando escuto batidas na minha porta.

Solto um suspiro e até penso em fingir que já estou dormindo, mas como a luz do quarto está acesa e dá pra ver claramente pelo batente da porta, melhor ir ver quem é.

Abro apenas uma pequena fresta, apenas pra parte do meu rosto aparecer, já que não tive coragem de vestir uma calça. Só que não dá pra esconder a minha surpresa ao ver que não era um membro da equipe do outro lado, mas sim um baixista.

— Chuck?! — abro um pouco mais a porta. — O que você está fazendo aqui? — consigo ouvir um toque de medo na minha voz.

— Vim ver você... — ele diz, dando de ombros, como se estivesse falando a coisa mais óbvia e normal do mundo.

E como não sorrir depois de um momento desses?

Mas então percebo a situação. Ele está parado na frente do meu quarto, onde qualquer pessoa pode vê-lo... Então sem nem pensar muito nisso, abro completamente a porta, dando uma olhada no corredor, antes de pegar o braço dele e o puxar para dentro.

As fofocas e suposições que seriam criadas se alguém viu isso...

— Pra quê essa pressa toda? — ele pergunta rindo quando eu fecho a porta. Então parece ler a minha mente quando continua a falar. — Não acho que ninguém tenha me visto aqui...

— E como você descobriu em qual quarto eu estava?

— Sabia que tem um mapa lá embaixo com o número de cada pessoa aqui? Com número de telefone e tudo mais... Eu só não te telefonei antes de vir, pois não tenho como...

Ah sim, o Bóris tinha feito isso. Toda a equipe estava realmente mapeada e com o contato. Assim era mais fácil encontrar as pessoas aqui dentro. Dou um suspiro aliviada. Sei que ele não faria por mal, mas se ele tivesse perguntado para alguém onde eu estava com certeza geraria uma confusão que com certeza não gostaria de explicar.

— Ah sim, claro... Desculpa a preocupação, mas é que...

— Tudo bem. Eu entendo perfeitamente. Não precisa se explicar — ele diz calmo e só então parece correr os olhos pelo quarto.

E eu percebo que a trilha de roupa nada sensual que eu tinha deixado mais cedo. Ele não merece ver o meu sutiã azul jogado no chão, ao lado da minha blusa amassada no chão e o meu jeans embolado.

O que Acontece nos BastidoresOnde as histórias ganham vida. Descobre agora