Capítulo 3 - Revisado

1.8K 174 17
                                    

ENTREVISTANDO O DEMÔNIO

. Cap 3 .

                                 - Insemnia_

.

.


    As vezes é bem cansativo, tomei por conta uma tarefa muito complicada. Não que o inferno seja algo enjoativo, mas, sendo sincero a mim mesmo, passar uma eternidade lá, não é uma das melhores opções.
    Com o passar dos milênios notei que muitas coisas haviam mudado.
    Já estávamos no século vinte e um, e com a invenção de automóveis, grandes cidades, tecnologia e outras grandes evoluções, coisas que, resumidamente, fizeram os pecados e mortes aumentarem desde os últimos séculos. Isso de fato me era interessante mas algo ainda sim, deixava-me intrigado.

    Não sou Deus para observar cada pessoa, mas tenho meus protegidos, aqueles que sempre tenho um tempo reservado para saber o que fazem para atrapalhar um pouco. Não posso negar, adoro intrometer-me na vida alheia, e isso foi o que fiz na vida da pequena Haruno. Talvez eu tenha atrapalhado boa parte de seu trabalho, mas de qualquer forma ela já estava fadada a tal.
    Creio que; mesmo depois de sua entrevista, Deus não dará a ela o sucesso, afinal, ela já estará entregue a mim. Sua alma, seu corpo, sua vida será minha. Talvez um mero egoísmo provindo do capricho, mas não posso negar, sou o Diabo no final da contas.

    ㅡ Tio, sabe que isso não é certo! ㅡ Bradou meu sobrinho mais novo, que tanto atormentou-me para vir, e agora não arca com as consequências de sair do submundo.
    ㅡ Ela é uma humana, se não for um arcanjo ainda dará sorte. Sabe, Ele não brinca com a vida alheia como você.

    ㅡ Sasuke, cale a boca. ㅡ Rosnei olhando-o com desdém, odeio quando falando do Pai. É irritantante!
    ㅡ Pouco me importa o que ela é ou deixará de ser, apenas não meta seu nariz onde não é da tua conta!

   Caminhei para minha mesa, respirei profundamente acalmando a raiva. Raramente sou de perder o controle apenas odeio quando tocam em um assunto particular.

    ㅡ Por que quer tanto uma humana, tio?

    De fato, é muito inocente este meu sobrinho, não sabe o que o mundo pode o proporcionar.

    ㅡ Não vejo uma razão coerente para fazê-lo o odiar mais, sabe que Ele não se manifesta a muitos anos.

    ㅡ Pouco me importa. Não será como uma paixão, se é isso que te preocupa. Apenas será uma foda, meu caro e inocente sobrinho. ㅡ Encostei-me sobre a cadeira e ri com meus pensamentos, tola ela ao aceitar meu pedido. Mas nada posso fazer, nem tudo temos de graça, não é mesmo?

    ㅡ Agora aproveite a estadia na terra, meu pequeno, anda muito santo para meu gosto. Se apresse ou irá voltar para o céu.

    ㅡ Mas, tio...

    ㅡ Mais nada, vá e comece a pecar, foda alguma mulher, beba até cair. Apenas curta sua estadia em meu mundo. ㅡ Olhei para ele dando-lhe um sorriso cúmplice.
    Talvez ele não entenda o quão interessante os humanos sejam, mas ainda irá descobrir, nada que tempo e dinheiro não resolva.

    Ouvi o barulho da porta bater, anunciando a saída de meu sobrinho. Olhei para aquele amontoado de papéis sobre minha mesa com pouco ânimo e preguiça. Não saí do inferno para assinar papéis de empresa, deveria ter escolhido melhor quando quis ter dinheiro, empresário é uma coisa um pouco complicada.
    Levantei-me da confortável cadeira e caminhei até a porta, passei pela mesma avistando minha secretária que corria esbaforida vindo ao meu encontro.

    ㅡ Sr.Uchiha, onde vai? Assinou a papelada que deixe sobre a mesa? ㅡ Questionou a jovem de cabelos vermelhos sangue.

    Devo dizer que aquele decote vulgar e a saia subindo por suas pernas estavam fazendo-me ceder ao desejo humano, aquilo que chamam de luxúria, sendo mais exato. Todavia não seria ela a mulher que desejava possuir. Quero foder a jovem Haruno, aquela a qual possuí lindos e exóticos cabelos rosados.

    ㅡ Sr.Uchiha, está me ouvindo? ㅡ Questionou seguindo meu olhar, que encontrava-se direcionado ao seu decote vulgar.

    ㅡ Já assinei, e evite roupas tão vulgares. Senhorita Karin, você trabalha em uma empresa e não em um puteiro. ㅡ Lancei-lhe um olhar descontente.
    ㅡ Cancele qualquer coisa para essa tarde, não voltarei mais aqui hoje. ㅡ Adentrei o elevador respirando profundamente.

    Naquele momento pouco me importava a mulher ir em minha sala e ver que nada estava assinado, apenas queria livrar-me daquilo.
    Quando o elevador parou no térreo, caminhei para fora e prossegui para a cafeteria mais próxima, afinal, ainda eram nove e meia da manhã. Adentrei o comércio deparando-me com uma cabeleira rosada, ela estava esperando por alguém, aparentemente bem atrasado. Fiz meu pedido e sentei ao fundo; tendo a visão de sua mesa um pouco mais a frente. Talvez eu não devesse espiar, mas minha curiosidade é maior, quero saber o que ela faz que até o momento eu não tenha visto, e digo de certeza que já vi tudo desta mulher.

    ㅡ Acha interessante observar humanos agora? ㅡ Questionou a voz masculina atrás de mim. ㅡ Sabe que o Pai não está nada feliz com sua partida temporária do inferno.

    ㅡ Hashirama, que surpresa agradável. Vejo que Deus realmente está com vontade de me ver longe de seus "amados humanos", não é mesmo? Até mandou você aqui! ㅡ Ele se sentou ao meu lado e seguiu meu olhar até a mesa da garota.

    ㅡ Não brinque, Madara.

    ㅡ Entram milênios e seu senso de humor nunca muda quando se trata dele. E sabe, minha estadia será permanente, não voltarei para o inferno mais.

    ㅡ E tu acha que Ele vai deixar? Meu amigo, ele vai mandar outros até você, eu apenas sou um aviso. ㅡ Disse batendo em meu ombro, olhei para o Senju em minha frente com cara de tédio.
    ㅡ Sabe que se ele apelar para qualquer outro, tu terá grandes problemas e tudo por essa humana? ㅡ Estendeu a mão na direção dela, e nesse exato momento ela olhou para nossa direção.

    ㅡ Não apenas por ela, mas há sim uma parcela de vontade. ㅡ Disse indiferente lançando meu sorriso de canto para a mulher que me encarava levemente surpresa.

    ㅡ Lá vem tu com essas ideias de girico, sabe que é proibido! Madara, você é meu amigo a longos milênios. ㅡ Pausou, olhando para a garota que virou seu rosto constrangida.
    ㅡ Sabe que sempre estive ao seu lado quando consegui, mas, ela não é uma qualquer. Ela pode ser uma celestial, e se por um acaso for, tu vai ficar na merda!

    ㅡ Hashirama, está estranho hoje e isso me assusta. ㅡ Gargalhei dando de ombros, ele apenas levantou e bateu a mão em meu ombro.

    ㅡ Boa sorte Madara, dessa vez não vou me envolver nisso. Meu aviso foi dado, tome cuidado! ㅡ E desapareceu em meio a cafeteria lotada.

Interviewing the Devil - RevisandoOnde histórias criam vida. Descubra agora