Capitulo 23

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Marcelo falava ao telefone explicando que realmente Mustafá era o assassino de mais de 25 jovens albinos encontrados nos últimos 2 anos. Savimbi conduzia a toda a velocidade para chegar o quanto antes até a fundação da Urbi e prender o psicopata. Enquanto dirigia ele via como se estivesse a ter uma premonição do futuro que se avizinhava para albinos que residiam ali na fundação. E Mustafá já tinha seu plano bem arquitetado, ele já tinha o queria.

Contente, Urbi mordiscou de leve seu lábio inferior e deu um suspiro de alívio olhando para o Sol que se punha lá no horizonte. Que vontade de gritar bem alto, ela sentia –se realizada, não poderia imaginar que o que lhe aguardava seriam momentos de puro terror. As lembranças de sua infância voltaram de repente em seus pensamentos, ela passava a mão no seu cabelo cor de fogo e suspirava baixinho mas suficiente para quem estava atrás dela ouvir.

_ Tudo bem Urbi?Ela se assustou um pouco mas logo se recompôs.

_ Tudo. Professor, que susto.

_ Assustei-te Urbi? Ele falava enquanto se aproximava dela.

_ Claro. Estava aqui a pensar em tudo o que acabamos de presenciar. Que sensação boa.

_ Boa mesmo. Acho que nem imaginas o quanto senhorita Tero.

_ Como assim professor? Ah, pois é.

_ Mas deixa-me explicar um pouco. Com as suas mãos atrás das costas, ele retirou do seu bolso um lenço já umedecido com o sonífero, enquanto ajeitava-o em suas mãos e se aproximava lentamente da sua vítima. _ Sabes albina, eu sempre fui um homem de poucas conversas, nunca gostei de lugares cheios mas eu tive que fazer este sacrifício.

_ Sacrifício? Vir aqui não foi um isso. O senhor viu a alegria nos rostos daquelas crianças. Mesmo falando tranquilamente, Urbi já pressentia que algo estava errado com aquele homem. Sua expressão facial mostrava deboche e terror. Ela analisou o professor dos pés a cabeça, ele estava causando medo nela. _ Mustafá isso nos seus sapatos são tinta ou sangue? Ele nem se importou que ela já tivesse percebido.

_ Não importa menina, já não estarás aqui para ajudar mais ninguém.

Naquele instante a joven albina sentiu seu corpo estremecer, seu coração começou a palpitar mais forte, sua mente buzinava alerta, seus lindos e grandes olhos cor do mel arregalaram-se juntamente com os seus pés que tremiam e preparavam-se para correr dali mas o professor foi mais rápido e habilidoso.

Como é possível? O que está a contecer? A sua mente questionou antes de adormecer por completo.

Enquanto Mustafá distanciava-se cada vez mais da centro da cidade, Savimbi entrou na fundação a procura de Urbi, mas não a encontrou, o que o fez ficar chateado já que podia ter ido direto para a Casa do de acolhimento do Juan, perdeu muito tempo e podia ser tarde demais para ele salvar aqueles jovens.

Saicu resolveu que finalmente pediria a sua amada em casamento sem se importar com os que estavam ali presentes e na resposta que poderia receber. Não aguentava mais guardar tanto sentimento dentro dele.

Sensitiva do jeito que ela era, Anelisse parecia desconfiada, olhava para os lados a todo o momento. Ela começou a sentir que o ar cheirava diferente, sentia como se havia sombras por cima dela, um peso em seu todo, uma aperto e dor no peito. Algo dentro dela falava para ela entrar na casa, que ela precisava entrar ali urgentemente. Mas como todas as pessoas sensitivas ela ainda tentava lutar contra aquela sensação e não obedecer a sua intuição. Ao olhar para o lado viu Saicu indo na sua direção todo animado e nervoso. Ele pensava em mil formas de falar, Anelisse namoras comigo? Ana,aceitas ser minha namorada? Ana eu gosto muito de ti. Quero muito amar-te. Eram tantas formas que ele não via mais nada a sua frente, nem o momento em que Anelisse levantou e entrou na casa. Vamos lá Ana, vamos lá ver o que tanto queres ver aqui. Ela entrou na sala de estar e estava tudo em ordem, nada de anormal. Abriu a porta da biblioteca também tudo em ordem, então resolveu chamar por alguém.

_ Urbi, amiga estás aqui? Olá, alguém? Tem alguém aqui, meninas, rapazes onde vocês estão?

_ Socorro.

_ Urbi és tu?

_ Por favor ajuda-me.

Ela subiu as escadas que dava acesso ao primeiro andar da casa onde ficavam os quartos seguindo o pedido de socorro.

_ Olá, quem está aqui?

_ Aqui... socorro... estou aqui.

Parou no grande corredor para perceber melhor de onde vinha aquela voz, assim que ouviu mais uma vez correu em direção a ela, e seu grito de dor tirou todos dos seus devaneios, até mesmo aqueles que tocavam.

_ Meu deus, o que aconteceu aqui, quem fez isso? Certeza que não sabes? Sua mente lhe perguntara. Finalmente ela viu as pessoas que estava a pedir socorro. Um dos membros mais antigos da casa. Homero tinha 45 anos e chegou a casa 10 anos depois de sua abertura. Ele segurou firme a mão da jovem alemã e sussurrou algo que somente ela podia ouvir, e aquelas foram suas últimas palavras. Anelisse chorava muito por não ter confiado na sua intuição por saber que sua amiga estava nas mãos daquele louco.

Mais pessoas entraram na casa incluindo Saicu e Juan, somentes os dois ficaram ali, as restantes pessoas saíam a correr e a gritar, choravam alto, questionavam o porquê de tanta violência contra seres indefesos.

Juan viu seu mundo desabar, passou por um inferno e quando finalmente conseguiu algo de bom via-se perante um abismo novamente. O que o mundo tinha contra eles os albinos. Além do Homero, Mustafá matou mais 5 albinos. Uma criança que não se locomovia por perder os movimentos num ataque dos caçadores e um jovem que era praticamente um irmão que estava sempre a cuidar dela, uma menina e dois meninos que estavam a dormir.

Mustafá aproveitou a distração de todos para não só caçar mas também matar o máximo de albinos que ele conseguisse porque a morte de sua filha não seriam em vão e a Urbi não tinha a mínima ideia do que planeou para ela. Ele sorria com os seus pensamentos malignos enquanto dirigia para o seu esconderijo bem longe de tudo e de todos, Urbi dormia profundamente dentro do porta malas do carro, amarrada e amordaçada.




Urbi- Massacre de AlbinosWhere stories live. Discover now