Capítulo 13

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As pessoas não entendiam que os albinos são simplesmente seres humanos com deficiência genética e nada mais.

O albinismo não é exclusivo da raça negra só pelo fato de na África existir maior números de albinos, na Europa existe um albino para cada 100.000 pessoas.

Alguns estudos mostram que essa deficiência é hereditária, mas isto não quer dizer que casais normais não poderão ter filhos albinos, e albinismo não tem cura, por isso é tão difícil mostrar as pessoas que não existe nada de anormal nem de milagroso num ser albino.

Samira encarava estática sua mãe tentando convencer sua irmã a matar seu bebé. Ela segurava assustada o seu filho, ninguém conseguiria imaginar a dor e o desespero dela, ver sua própria mãe, a avó que devia amar e cuidar do seu neto. Sandra chorava e tremia copiosamente, seu bebé também começou a chorar, mas ela não podia deixar que sua mãe o envenenasse ao mamar. Leiza, tirou a tampa da garrafa e segurou firme na mão de sua filha enquanto ela gritava bem alto, _ Sandra minha filha não sejas teimosa.O que é que tu queres, que as pessoas vão lá em casa matar todos nós por causa desta coisa?

_ Não mãe, é meu filho. Eu já amo-o tanto.

Samira sentiu seu sangue ferver, era a sua mãe ali, mas ela não conseguia enxergar, seus olhos estavam turvos de tanto ódio, e as lembranças vinham à tona.

_ Akami meu filho quando saíres da escola hoje ficas junto da professora que a mamãe vem já te buscar.

_ Sim mamãe.

O seu menino meigo e doce, deu-lhe um beijo e um abraço apertado na mãe. A professora o levou para dentro, devido a sua condição, ele sempre ficava sob os cuidados da sua professora. Ao se despedirem sua mãe sentiu seu corpo ficar gélido, mas não se importou , nada iria acontecer ao seu menino. Ela segurou seu peito com a mão e caminhou sorridente pensando nas brincadeiras de sua criança, cada dia ele levava uma nova aprendizagem para casa e ensinava a sua mãe. Samira foi embora para mais tarde voltar e levar seu menino para casa como fazia todos os dias, e mal sabia que algo de muito ruim iria acontecer naquele dia.

Em sua casa alguém conversava com sua mãe.

_ Eu pedi para esperarem, não é assim tão fácil.O menino está sempre junto com a mãe.

_ Dona Leiza, desde o primeiro dia, nós combinamos que assim que ele completasse três anos ias vendê-lo para mim. Agora estão atrás dele, e qualquer um pode tê-lo a qualquer hora. A senhora falou connosco.

_ Não se preocupem, ele é da minha filha, não é fácil para mim, ela poderá desconfiar de mim. Minha família não entende. A pior coisa que fiz foi colocar essas meninas na escola.

_ Isso não nos interessa, queremos o menino hoje e mais nada. Se até depois do almoço não tivermos ele, a sua família pagará o pacto. Adeus.

_ Não espera, me dêem mais uns dias, eu prometo que farei o combinado.

_ Até depois do almoço.

A senhora pensava numa forma de cumprir com seu dever de mãe e proteger sua família. Ela nunca matou um albino com suas mãos, desde pequena sempre ouviu de seu pai e seu avô sobre os males de ter um albino na família. Assim como ela seus antepassados também já tiveram albinos na família, mas nenhum sobreviveu , eram vendidos para feiticeiros, mas a sua avó usava partes deles para fazer amuletos de proteção. Leiza jamais poderia imaginar que suas filhas podiam ter um filho albino e assim que soube entrou em contato com seu primo um grande bruxo do norte que fazia parte de uma associação de bruxos que caçavam e matavam albinos.Eles eram divididos entre, bruxos, feiticeiros, caçadores e fornecedores. Entre eles tinham pessoas de todas os níveis sociais e de todas as nacionalidades.

Urbi- Massacre de AlbinosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora