▶Dezessete◀

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Uma guitarra e minha infância
A escola e minha primeira vez
Amigos que eu não volto a ver
Vão ficando atrás de mim
Um cigarro, uma canção
As fotos do primeiro amor
Lembranças do meu quarto
Vão ficando atrás de mim
Uma guitarra e minha infância
A escola e minha primeira vez
Amigos que não voltou a ver
Vão ficando atrás de mim
Um cigarro, uma canção
As fotos de um primeiro amor
Lembranças do meu quarto
Vão ficando atrás de mim

▂▂▂▂

Recuperação é uma cadela, é o peso enquanto me sento com cuidado no meu sofá, tentando não me mover muito rápido. Movimentos repentinos ainda fazem a parte superior do meu corpo chorar de dor. Eu inspiro bruscamente enquanto me instalo, finalmente soltando a respiração que eu estava segurando.

— Estou dizendo que isso é loucura. — Minha tia reclama, apoiando travesseiros atrás de mim. — Você deveria estar em uma clínica de reabilitação como o médico sugeriu.

— Eu estou bem. — Eu gemo. — Eu só quero estar em casa, dormir na minha própria cama. Eu preciso me curar aqui. — Cura. Minhas feridas vão além do físico, mas eu sorrio através da dor emocional... porque eu preciso, porque eu sempre preciso.

Ela balança a cabeça para mim e corre em volta, reorganizando as coisas para que estejam ao meu alcance, então ela coloca o controle remoto da TV no braço do sofá.

— Jace está vindo. — Ela diz calmamente. — Ele conseguiu autorização para sair.

— Eu ouvi. — Eu respondo. Bat mencionou esta manhã enquanto eu saía do hospital. Minhas emoções estão misturadas. Jace e eu finalmente podemos começar a construir um relacionamento e estou triste por perder isso.

— Mijo...

— Pare Tia. Eu vou ficar bem.

Eu vou mesmo?

Estou verdadeiramente pronto para aceitar que Jace e Clary estarão juntos? Engolindo meu ciúme, respiro fundo. Jace e eu estamos trabalhando para reconstruir nosso relacionamento, e é nisso que eu preciso focar. Clary nunca foi minha, tanto quanto eu queria que ela fosse. Ela sempre esteve apaixonada por Jace, e pelo amor de Deus, ela está grávida de seu filho.

Quando a campainha toca, minha tia corre e abre a porta da frente. É Jace.

— Mijo. — Ela exclama, puxando-o para um abraço. — Quando você vai embora?

— Meu voo parte á uma. Se não houver atrasos, eu devo estar lá no início da noite. — Jace entra, seus olhos vagueando, absorvendo tudo enquanto senta em uma cadeira ao lado do sofá. — Ei cara, como você está se sentindo? — Ele apoia o pé na mesa de centro como se estivesse vindo aqui por anos. De certa forma, acho que sim. Esta casa sempre foi nossa.

— Melhorando, mas eu estou tentando ficar fora dos medicamentos. — Eu admito.

— Já estive assim. — Ele levanta as sobrancelhas. — Vá devagar. Você nem deveria estar aqui.

Eu rolo meus olhos.

— Você está começando a soar como a tia. — Eu olho com carinho para a mulher que agora está de pé na cozinha ao lado de um balcão cheio de comida, que ela está, sem dúvida, preparado para mim.

Jace se senta mais reto, entrelaçando os dedos enquanto se inclina para frente e olha para mim.

— Olha, eu não sou bom com despedidas. — Ele diz com um sorriso. — Não é meu estilo.

Eu rio dele e balanço a cabeça. Ele ainda é o Jace espirituoso.

Seus olhos ficam sérios.

— Mas eu preciso agradecer novamente por tudo o que você fez por Clary e por mim.

Eu aceno silenciosamente. Egoísta, eu quero Clary. Realisticamente, ela ama Jace. Eu tenho que aceitar isso... e vou, com tempo.

— Eu faria de novo se preciso. — Eu lhe digo com sinceridade.

Sentamo-nos calmamente, absorvendo isso. Anos e circunstâncias nos mantiveram separados, e eu me prometi não deixar nada se interpor entre nós novamente. Ele é meu sangue... minha família. Vou enterrar os sentimentos que tenho por Clary e forjar um novo relacionamento com meu irmão.

— Mijo, você precisa ir ou vai perder o seu voo. — Minha tia repreende.

Jace suspira e levanta, estendendo a mão para eu apertar. Às vezes, palavras são desnecessárias. O que deveria ser um silêncio constrangedor, não é. Após um aperto de mãos vigoroso, ele acena com a cabeça em compreensão, então segue para dizer adeus a nossa tia.

— Cuide dela. — Digo a ele, e ele se vira para olhar para mim.

Ele segura meu olhar e me oferece um sorriso apertado. Ele vê meu conflito, mas ele faz o que ele precisa fazer. Ele vai encontrar a mulher que ele ama.

— Eu vou. Eu prometo. — Ele diz, e eu sei que ele está dizendo a verdade. Ele faria qualquer coisa por ela, e acho um pouco de conforto em saber que não serei eu a protegê-la.

Quando a porta se fecha atrás dele, engulo minhas emoções e prometo deixá-las atrás daquela porta fechada. Eu tenho que aceitar que este é o melhor para todos nós, e tudo está exatamente como deve ser.

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