◀Prologo▶

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Morte.

Meus olhos se abrem, e eu me esforço para sentar e recuperar o fôlego. Estou sufocando na minha realidade. Eu tremo e um grito alto finalmente sai de mim. Ouço o som de minha respiração - ou melhor, da tentativa de respirar. Finalmente sinto meus pulmões expandirem, inspirando o ar fresco do quarto escuro. Meu peito está apertado quando eu exalo, e eu tento respirar novamente, mas a pressão do meu coração contraindo com meus pulmões causa uma dor imensa.

A memória volta constantemente, como um trem desgovernado. Não consigo enterrar as imagens. A arma pressionada na cabeça dele. Os gritos. O puxão lento do gatilho. O sangue.

— Jace! — Eu grito seu nome repetidamente, implorando que ele vivesse. — Mantenha os olhos abertos! — Eu grito, alcançando sua mão estendida. O azulejo frio abaixo de mim está escorregadio com seu sangue. Eu tropeço e deslizo no líquido quente enquanto tento alcançá-lo. — Jace. — Eu murmuro com minha voz rouca de tanto gritar. Eu luto, tentando chegar até ele. Ouço o som de mais gritos e tiros ao fundo, como em um programa de televisão. Contudo, isto não é TV... está realmente acontecendo.

Perigo. Morte. Tudo isso paira no ar ao meu redor, exceto que não tenho medo de morrer. Na verdade, tenho medo de viver sem Jace. Braços fortes puxam minha cintura, me afastando da mão estendida do Jace. Tudo o que vejo são os olhos âmbar de Jace me implorando para não deixá-lo, suplicando quando suas pálpebras começam a fechar lentamente. Meu nome em seus lábios, apenas um sussurro quando ele tenta me alcançar uma última vez. E então, nada. Não vejo nada além de escuridão.

Eu inspiro novamente, minhas respirações mais pesadas e rápidas quando ouço um último tiro, mas não vejo nada. Sinto dor na cabeça, mas estou em segurança.

Sebastian.

Eu luto para distanciá-lo de mim, assim eu posso ir até o Jace, mas ele está me segurando forte. Quando finalmente estou livre, eu o vejo - Stephen. Ele puxa o gatilho, e eu assisto a bala final penetrar o peito de Jace antes de Stephen virar para mim.

Medo.

O mal dança em seus olhos azul-escuro, e o ódio transparece na pele clara de seu rosto enquanto ele olha para mim, sua arma apontada para minha cabeça. Enquanto olho para o cano da arma, imagens de tudo que eu costumava sentir medo piscam em minha mente, mas nada se compara ao momento em que você sabe que vai morrer... e então ouço o tiro antes de tudo ficar escuro novamente.

Dor.

É tudo o que sou capaz de sentir neste momento. Meus pulmões queimam. Meu coração dói. Minha cabeça grita.

Física.

Mental.

Emocional.

Dor.

Étudo o que sinto.

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