▶Cinco◀

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E é por isso que os heróis desaparecem tão rápido
Você deveria saber
Os garotos bons sempre terminam por último
Você deveria saber
Eu não era seu, você não era minha
Não há mais expectativas
É por isso que os heróis desaparecem tão rápido
Os garotos bons sempre terminam por último, último, último

James Arthur - Heroes

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As lágrimas formavam uma piscina em meus olhos e eu lutava contra o desejo de piscar. É uma sensação tão estranha. A picada, a queimadura. Não me lembro da última vez que chorei.

Na verdade, eu lembro... no funeral da minha mãe.

O nó na minha garganta é tão grande, que é difícil de engolir, e eu finalmente paro de lutar quando Sebastian sai, o clique da trava me dizendo que ele se foi.

Descanso minha cabeça contra meu travesseiro e inalo uma respiração trêmula. Lágrimas traidoras escorregam pelas minhas bochechas, e eu as escovo longe agressivamente com as costas da minha mão. O sabor do sal na parte de trás da minha garganta me sufoca, e eu finalmente engulo. Pergunto-me quantas vezes Clary chorou. Sebastian disse que ela estava com medo, e eu me odeio por causa da dor que causei a ela.

Eu deveria ter deixado ela sozinha no primeiro dia. Eu nunca deveria ter parado meu carro. Ela estaria segura agora.

Mas eu não trocaria o tempo que tivemos juntos por nada. Meu peito se aperta quando penso o quanto eu a amo... e o bebê que eu nunca vou conhecer - meu bebê. Deitado aqui nesta maldita cama de hospital, eu luto com as escolhas que fiz em minha vida. Algumas boas, mais merdosas. Não que a minha palavra tivesse um peso enorme em minhas escolhas de carreira. Ainda assim, nada me assusta mais do que a decisão de deixar Clary e o nosso bebê e nunca olhar para trás.

A porta do quarto de hospital abre novamente, e eu rapidamente afasto qualquer evidência da minha emoção. Fui treinado para ter sempre uma cara de que não liga para nada. Nunca mostrei minhas emoções. Eu dominava isso até que Clary chegou.

Um médico mais velho com cabelos grisalhos coloca a cabeça dentro do quarto.

— Sr. Herondale ? — Eu aceno. — Sou o Dr. Nogueira. Ele entra no quarto. — Agora é uma boa hora? — Ele pergunta hesitantemente, possivelmente sentindo meu colapso emocional.

— Sim, agora está bem. — Eu respiro fundo.

Ele coloca seu laptop na mesa de apoio. Deslizando a tipoia do meu ombro, ele suavemente guia meu braço para fora.

— Eu estava revendo as notas em sua ficha. — Ele diz enquanto começa a desembrulhar a gaze do meu braço e ombro. — Você está curando muito bem. Todo mundo está incrédulo que você rejeitou todos os remédios para dor e, dependendo de como sua ferida está, você pode estar fora daqui mais cedo do que esperávamos.

— Quanto tempo? — Mal posso esperar para sair dessa maldita cama.

— Amanhã ou daqui a dois dias? - Ele levanta as sobrancelhas quando diz. — Você é jovem e saudável, e com a terapia física certa, você estará novo em folha. Você vai ter algumas cicatrizes aqui ao longo do seu ombro, mas com o devido cuidado, mesmo elas vão desaparecer. — Ele aponta para a incisão na frente do meu ombro onde me abriu para tirar a bala fora. — Você é capaz de levantar o braço?— Ele pergunta enquanto apoia meu cotovelo nos dedos.

I found you ✔Where stories live. Discover now