Tempestade

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Os meus pés foram o mais rápido que poderam até o ponto de táxi.

Quando cheguei lá fiquei em pé por uns cinco minutos até que o tempo fechou completamente,o que antes era considerado um dia lindo agora era só mais um dia cinza em Nova York.

As árvores agora balançam junto com o vento,fazendo as poucas folhas laranjas que tem em seus galhos caírem.

O vento é frio e na rua não se passa ninguém a não ser carros indo extremamente rápidos fazendo o vento ficar mais forte ainda.

Não vou ficar igual uma idiota aqui parada.

Saio andando sem rumo procurando uma estação de metrô o que não demoro muito,foram uns três minutos andando e eu já estava em uma avenida e ao meu lado tinha uma estação.

Desço as escadas correndo e percebo olhares julgadores em cima de mim mas foda-se,ninguém paga minhas contas.

Vou andando atrás de um mapa da cidade que depois de tempo eu achei.

Eu tenho que pegar o da linha sete,que é o que deixa as pessoas duas quadras do Central Park,lá daria para pedir ajuda.

Mesmo parecendo uma mendiga continuo firme e forte procurando a linha sete que assim que eu encontro o metrô chega,eu poderia empurrar todo mundo e passar na frente mas Deus - ou titio Lu - colocou a mão na minha consciência e mandou eu não fazer isso.

Após trezentos séculos as pessoas entram no metrô e eu também.

Procuro um lugar perto da porta e com pouca gente,o que eu acho - por força do destino.

Ao meu lado tem uma senhorinha que ao me ver sentar se afasta um pouco pra longe de mim.

Tomara que caia de cara no asfalto.

Mentira sou evangélica.

Durante os vinte minutos dentro desse negócio a velhinha me encarava com uma cara de cu,mas assim que o metrô chegou eu saio deixando ela lá.

Ela deve ser aquelas velhas com trezentos e quarenta gatos dentro da porra de um apartamento.

Não vou julgar,se pá eu vou virar uma senhora assim.

Ando até o Central Park tranquilamente enquanto metade da cidade olhava torto para mim.

Eu tô tão ruim assim.

Mas como Deus gosta sempre de piorar a minha situação começa a chover.

Não era qualquer chuva,parecia que ia cair o céu.

- OBRIGADA DEUS!- grito sozinha fazendo um homem olhar torto para mim.

Ando na calçada ao lado de Central Park atrás de algum lugar que eu me recorde de ter passado até que eu vejo um táxi parado em frente a um Starbucks e eu lembro a coisa mais importante no momento.

Uma girafa corre melhor que eu.

Chego perto da janela do táxi e bato três vezes.O cara abaixa devagar a janela com uma cara estranha.

- Você pode me levar até o James Coffe?- tento soar amigável.

- Claro...entre- sorrio e entro na parte de trás do carro.

Da janela dava para ver a tempestade que caia no lado de fora do carro.

Abro minha mão e vejo os cem dólares bem dobrados lá.

Pelo menos não perdi.

Até o cara liga o rádio.

E porra.

"Uma fugitava da polícia está a solta,ela atende ao nome de Maria Sabina Hidalgo Pano,ela está usando um vestido vermelho e seu cabelo vai mais ou menos até a cintura,se a encontrarem liguem para a polícia imediatamente"

Começo a tossir feito uma louca e o cara olha para mim pelo o retrovisor.

- A senhorita conhece ela?

- Não,não,não,não,não.

- Ah...seu nome?

- Meu nome? Ah sim meu nome...meu nome- sorrio desesperada- meu nome...meu nome é Luna!

- É que a senhora se parece com essa tal de Maria Sabina...

Em um ato rápido tiro a arma - que estava presa na minha calcinha - e coloco em sua cabeça.

- DIRIGE RÁPIDO VAMO VAMO!

Mas que caralhas você tá fazendo Maria Sabina.

Ah sim fugindo da polícia! DENTRO DE UM TÁXI.

Não devemos estar tão longe do James Coffe assim,NÃO PODEMOS ESTAR TÃO LONGE!

- Calma,calma ja estamos chegando...

- Assim espero...

Oh céus quando eu virei uma bandida?

Ah lembrei,hoje mais cedo.

Assim que estaciona o carro jogo a nota de cem dólares nele e saio do carro.

- Vai logo se não quiser que eu atire em você!- digo antes de fechar a porta do carro que assim que eu fecho sai correndo cantando pneu.

Olho para os lados e vejo o beco.

Puta que me pariu eu nunca quis tanto ver um beco.

Corro parecendo uma girafa bêbada até a esquina.

O som alto do trovão me faz parecer uma girafa bêbada cagada.

Entro dentro beco e vou até o final onde tem a portinha e procuro a campainha.

Eu aperto a mesma e sinto criarem borboletas no meu estômago.

Depois de um tempo e eu aperto de novo mas assim que eu aperto uma baixinha aparece na porta.

Seu olho se enche de lágrimas e um sorriso brota em seu rosto.

Mesmo comigo toda molhada ela me abraça e puta que merda que abraço bom.

As vozes das pessoas lá de dentro soam cada vez mais altas e alguns gritinhos estéricos também.

- Fiquei com medo de te perder...

- Você não vai me perder...eu estou aqui- digo sorrindo e ela me olha sorrindo também.

- Ainda bem que você está aqui

Josh coça a garganta me fazendo olhar para ele.

- Josh eu...eu quero entrar pra gangue

Gangster || Now United Where stories live. Discover now