Capítulo 15: Revelação! Poder Oculto

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Dei um pulo e me pus de pé, assim que cogitei toda a informação.

— Por que não me disse antes?

— Bom, fiquei tão empolgado em ter um amigo, que me esqueci completamente desse detalhe.

Isso foi um soco na cara. Congelei minha expressão alegre do lado exterior, ao mesmo tempo em que meu interior se sentia minúsculo e apertado. Ele disse que se empolgou em ter um amigo, com as palavras tão rápidas, saindo de sua boca. Disse sem pensar no que disse; foi verdadeiro, veio de dentro, nunca pensei que ele, literalmente, nunca havia tido um amigo. Agora eu era um alguém importante para ele, e eu estava disposto a fazer isso valer à pena!

Fiquei meio constrangido, mas não deixei que percebesse, apenas me sentei e continuei a conversa.

Parando para pensar, ele era uma gema humana, era a própria pedra da borboleta!

— Você poderia me mostrar esse seu anel?

Assentiu, esticou o braço em minha direção, deixando o pulso esquerdo à mostra. Havia uma cicatriz grande, grossa, avermelhada.

Levou o indicador da outra mão próximo à cicatriz. Segundos se passaram e a ponta do seu dedo ficou violeta, reluzente; deslizou-o sobre ela, que se abriu. Porém, não pude continuar a ver, imaginei que seria nojento ou coisa parecida.

Ele pigarreou. Não pude evitar de abrir os olhos para ver. Afinal, a curiosidade nos gera um dos impulsos mais fortes, no sistema psicológico. Lá estava ela totalmente aberta, formando uma circunferência que alcançava a parte mais próxima da linha de articulação da mão, descendo em uma forma perfeita.

Levei minha mão para tocá-la; parei no meio do caminho, olhei constrangido para ele, que assentiu, com leves traços de um sorriso único, um sorriso que somente ele conseguia expressar; não havia nem nunca haveria palavras para elogiar tal sorriso: simplesmente único.

Continuei com a mão até colocar o indicador sobre a borda do círculo. Senti um declive. Deixei meu dedo segui-lo. Aquele buraco parecia não haver fundo. Tirei o dedo. Estava meio que assustado e empolgado.

Ele novamente sorriu e enfiou o indicador e o polegar na cicatriz aberta, formando uma pinça, como para pegar algo. Não demorou muito para que, de dentro, ele retirasse um anel.

Aparentemente com base de prata (que a propósito, é um metal que ressona muito bem qualquer energia, segundo o Sr. Grounth), possuía uma pedra amarela no topo; na verdade, uma semi-esfera amarela com uma figura em seu interior, um desenho, não deu para saber ao certo. Pareciam metais moldados naquela posição. Porém, eles não se encostavam. A forma era parecida com a de um sol: um círculo com seis retas ao seu redor, posicionadas, aparentemente, com muita perfeição entre os ângulos.

— Então, afinal, o anel está selado dentro de você mesmo, certo? — após um longo silêncio, consegui deixar o espanto de lado e voltar ao "profissionalismo".

— Sim, — deu de ombros. — é como se fosse isso.

Brincou um pouco com o anel, depois colocou-o no dedo médio, fechou a mão em um punho, abriu-a novamente.

Levantou-se.

Depois de todo esse esclarecimento sobre uma das estranhezas de Thales, dei-me conta de que Hectron não poderia ter achado aquele ioiô em qualquer lugar. Eu tinha certeza, estava certo de que era uma arma lendária, a borboleta dele foi cunhada com energia pura.

Mas, se as armas primordiais ficam seladas dentro da gema, que nesse caso era o próprio Thales, onde diabos Hectron havia achado aqueles ioiôs?

Joguei-me em cima dele e o agarrei pelo pescoço, fazendo carinho em sua cabeça. Deitamo-nos no gramado.

As Crônicas de um Singular - Livro 1: A Rosa PrismaWhere stories live. Discover now