Capítulo 7: Colégio Havental

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Naquela hora eu só podia pensar uma coisa: O diretor ficou louco! Quem iria morar em uma escola? A menos que esta pessoa fosse um Singular e se interessasse por aprender suas habilidades. O pagamento seria assistir às aulas o dia todo?

— Mas tem uma coisa, — acrescentou. — isto só será por dois meses.

— Por quê?

— Porque daqui a dois meses começaremos a busca pela rosa prisma.

Rosa prisma?

— E eu vou participar?

— Sim.

— Mas por que eu?

— Porque você é um novato e vai ser proveitoso para você ter a experiência de estar correndo risco de vida.

Arregalei os olhos.

— E a missão dura quantos dias?

— Tempo indeterminado, vocês só voltarão ao terem posse da rosa prisma.

— Vocês? — fiz uma pausa, curioso. — Quem mais vai?

— Ricardo, ele é o líder da equipe. A propósito, ainda não foi decidido o terceiro membro.

— E o que eu devo fazer?

— Matar quem estiver com a rosa e evitar morrer. — ele revirou os olhos e botou a mão sobre a face. — Traria muitos problemas para mim a morte de um novato.

— Morrer? — só isso, seu incompetente?

— Suas habilidades são fundamentais para o sucesso da missão.

— Só isso? Sem armas? Sem treino?

— Assim que vier para a escola, vai ser treinado por alguns professores Singulares. Sobre a sua arma ou suas armas, se você não achar os pertences de descendência do antigo dono da fênix negra, você terá que fazer as suas próprias ou improvisar, — rápida pausa. — por isso é importante não faltar às aulas de luta com o senhor Oliver.

— E onde encontro essa tal arma de descendência?

— Não sei.

— É esta a ajuda que você me dá!? — alterei um pouco a voz.

— Você deveria estar satisfeito de ser tão fraco e ter um animal tão forte! — ele alterou mais ainda a voz.

Olhamo-nos, furiosamente, como duas feras disputando uma presa; acabamos rindo de nós mesmos e nos desculpando. O diretor, apesar de sua postura séria devida ao seu cargo, era bem brincalhão, e eu, desde que comecei a conversar com ele (por pouco que fosse), sentia como se já o conhecesse desde sempre.

Dei meia volta e levei minha mão em direção à porta, quando a maçaneta se moveu, bruscamente. Olhei para o diretor, que corrigiu a sua postura na cadeira e fez um gesto com a cabeça, indicando que eu ficasse atrás da porta.

Alguém a abriu.

Acompanhei o movimento e me escondi por detrás. Passos ressoaram no piso, fortes, lentos, descompassados.

— Posso ajudar? — indagou o diretor.

— Sobre a equipe quatro... — murmurou a voz misteriosa, áspera, artificial e forçada — o terceiro integrante será Jorge Tchevec.

— Sim, — retrucou o diretor, sua voz tinha um toque de recusa, — está anotado.

Ouvi os passos dando meia volta e caminhando até sumir do outro lado da porta. Esta foi se fechando levemente e encerrou o clima de terror, com um som penetrante, ao bater.

As Crônicas de um Singular - Livro 1: A Rosa PrismaWhere stories live. Discover now