Capítulo 6: Minha Pedra Provoca Um Eclipse

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Bill começou a me fitar e por uma fração de segundos passou pela minha cabeça que eu poderia vencer, mas esse pensamento foi esquecido de imediato, quando ele começou a investir com uma velocidade sobre-humana.

Esquivei-me de sua investida, saltando para a esquerda.

Joguei minha mochila no chão.

— Você não pode ser normal! Nenhum humano alcança tal velocidade! — gritei, com o coração disparado pelo susto. — Mesmo com treino durante cem anos, ainda não é possível!

Ele parou e voltou-se para mim.

— Até parece ser um...

— Felino? — interrompeu-me. — Sim, mas qual?

Outra investida. Novamente me esquivei.

— Acho que pode ser uma gatinha. — tentei irritá-lo; assim, seus movimentos seriam por impulso e eu teria mais chance de o acertar, pois, quando alguém investe por impulso, quer somente acertar com força bruta; eu poderia desviar e atacar ao mesmo tempo. Apesar dos meus rápidos ataques serem fracos, seriam muitos. — Miau... miau...

Bill ficou vermelho de raiva. Ótimo! cheguei onde queria.

Ele investiu com mais força e mais velocidade.

Esquivei, ou ao menos pensei que o tinha feito. Ele desviou seu percurso para a esquerda, para onde eu havia me esquivado, acertando um soco no meu tórax, bem no meio. Senti que não aguentaria outro daquele, pois tinha a impressão de que minhas costelas começavam a trincar.

Caí no chão atordoado pela dor. Obviamente, eu nunca iria deixar alguém sair ileso depois de me acertar com um golpe desse.

Firmei meus pés no chão e levantei-me em um impulso extraordinário, com o punho cerrado, na frente do corpo.

Bill voou para trás.

Acertei! — pensei. — Mas não senti minha mão ao menos perto de seu queixo.

Bill caiu com as mãos no chão, flexionou os braços e os endireitou, fazendo com que seu corpo desse um salto e ele caísse de pé, de frente para mim.

— Não passou nem perto. — caçoou e riu da minha cara.

Corri ao encontro de Bill com o punho fechado ao máximo. Reuni toda a minha força para acertá-lo, mas não consegui.

Ele agarrou a minha mão direita e virou meu corpo, puxou meu braço com toda sua força, fazendo com que meu corpo fosse para um lado e meu braço para o outro, deixando-o inutilizado.

Soltei um grito de dor e elevei minha perna esquerda à altura de sua cabeça e a apoiei em seu ombro.

Ele soltou meu braço.

Levantei a outra perna e joguei o outro braço para baixo, para equilibrar meu corpo. Meu pé bateu com muita força em seu rosto; finalizei meu golpe, jogando as pernas para a frente, pondo-me de pé, enquanto Bill, ajoelhado no gramado, resmungava e acariciava o rosto.

— Realmente, — disse ofegante, segurando meu braço deslocado com minha mão boa. — quando te vi pela primeira vez, pensei que você fosse mais do que isso.

Ele se levantou com um olhar frio e penetrante, tentando impor medo, mas não me importava mais apanhar, só queria vê-lo sangrar, queria ver enormes hematomas em seu corpo, queria vê-lo semimorto pedindo desculpa.

O que eu estou pensando? — veio-me a mesma sensação que tive quando iniciei uma luta com Ricardo. — Controle-se! Você não conseguirá nada com o sofrimento de outra pessoa. Mostre que é melhor do que ele e ponto final. Apenas vença uma simples disputa!

As Crônicas de um Singular - Livro 1: A Rosa PrismaOnde histórias criam vida. Descubra agora