⊱ CAPÍTULO XXIV ⊰

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Quando Harry deu por si, ele estava gargalhando, e, simultaneamente, também chorava. Era oficial: ele estava surtando. Assim, Styles levou ambas as mãos à testa e puxou seus cachos com tanta força que era como se realmente objetivasse arrancá-los de seu couro cabeludo.

Louis o encarou com desdém momentaneamente.

Em seguida, levantou-se em um ato de cima do mais novo, embainhando a espada quando já em pé. Por fim, retornou à tarefa de acorrentá-lo, não encontrando resistência por parte de Harry dessa vez e, ao notar que o cacheado ainda se encontrava em meio a uma crise, arqueou uma de suas sobrancelhas que ornamentavam seus olhos azuis.

– Poupe-me de suas encenações, sorcier. Não é como se você não tivesse plena ciência e controle de suas habilidades sobrenaturais: você provocou uma tempestade no primeiro embate contra meus homens, afinal.

Pronto. Finalmente fora revelado ao de olhos verdes o que ele havia feito para assustar aqueles soldados na noite em que a carruagem dos Styles capotou: absolutamente nada. De fato, não era comum que chovesse durante noites primaveris, já que a umidade do ar da Grã-Bretanha era densa durante a respectiva estação do ano; portanto, quando a inesperada tempestade veio e coincidiu com o momento em que sua família era rendida, o exército escocês verdadeiramente creu que tudo se tratava de um feito místico – um feito místico de Harry.

– Acredite, estrangeiro, se eu tivesse algum poder sobrenatural, vocês todos seriam homens mortos agora – respondeu-lhe, apertando os olhos com os punhos fechados.

– Você não pode – o homem lhe deu as costas, retornando ao leito e ali sentando-se. – Ao menos não com essa belezinha em seu pescoço – apontou com seus dedos pequenos na direção do colar colocado em Harry.

Styles retirou as mãos de seus olhos lentamente e fitou o colar em si próprio entre risadinhas e lágrimas – tanta coisa havia ocorrido desde que este tocou seu torso pela primeira vez que a pedra parecera um tanto quanto desimportante para ele. No entanto, uma vez sabendo o que sabia e prestando a devida atenção àquela superfície translúcida que refletia diferentes tons de verde e azul, identificou tratar-se de uma pedra da lua, deduzindo sem grandes dificuldades o motivo de terem a colocado em seu pescoço: as superstições atribuíam àquelas pedras a mágica capacidade de inibir poderes bruxos.

Harry estudara as histórias, então sabia a verdade por trás do mito acerca das pedras da lua: décadas atrás, um poderoso rei foi abandonado pela sua rainha, a qual se apaixonou por um mero camponês e com ele fugiu. Entenda, era vergonhoso demais ao monarca comunicar ao seu povo essa verdade, pois esta macularia a honra e a virilidade real. Dessa forma, como justificativa para a ausência da querida rainha, ele recorreu à única coisa que sabia ser capaz de arruinar a imagem dela para com seus súditos: alegou que ela era bruxa e que, ao descobrir seu pecado, executou-a. De fato, a desculpa foi aceita sem questionamentos durante algum tempo, mas logo começou-se a especular por qual motivo o rei não havia descoberto os poderes místicos da ex-esposa durante a longa vida conjugal que partilharam. Este, a título de improviso, atribuiu à pedra da aliança de casamento deles – uma pedra da lua – o fantástico poder de censurar o uso de poderes místicos, fato acolhido por aceitação geral.

Assim, Styles soube, naquele mesmo instante, que não tinha chance alguma de provar que era apenas um rapaz comum – não há argumentos plausíveis contra fanatismo religioso, porque não há lógica por trás dele para que possa ser desconstituída. As pessoas simplesmente acreditam e matam em nome dessa crença.

Em síntese, Harry estava fodido – realmente fodido, não no sentido prazeroso da palavra.

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