⊱ CAPÍTULO XVII ⊰

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N/A: Antes de me xingarem ou desistirem da fic (rindo de nervoso) leiam até a parte final do capítulo, pls.

Obrigada por lerem! Não se esqueçam dos votos e comentários ♡



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Episódio: Carolina

Harry encontrava-se novamente de frente para a porta fechada do escritório de Desmond, na ala sul de Fell's Church. Dessa vez, no entanto, ele girou a maçaneta sem pensar duas vezes, pois não desejava dar azo ao azar.

Estava destrancada.

Claro que havia passado por sua mente que talvez Desmond tivesse trancado o cômodo, afinal o homem criara uma regra em específico apenas objetivando manter Harry longe dali. No entanto, Des era um homem arrogante e nunca ousou imaginar que o jovem seria insolente ao ponto de quebrar todas as três regras da casa. Bem, "insolência" seria o segundo sobrenome de Harry impronunciável em Fell's Church.

Quando adentrou o cômodo, não se afetou com o luxo do lugar, afinal não havia sequer um cômodo em Fell's Church que pudesse ser definido com um adjetivo menor que "esplêndido". Styles então apenas fechou a porta lentamente atrás de si buscando fazer o menor ruído possível e sondou o ambiente à procura de algo que lhe fosse incomum.

E achou. Sem delongas.

Estendida na parede às costas da mesa de mogno, encontrava-se uma bandeira que levava o brasão usado para selar a carta enviada de Desmond à Harry quando este se recuperou do acidente que matou seus pais – um punhal perfurando uma rosa. Dessa vez, porém, a ilustração não causou tanta estranheza ao jovem, pois este já estava ciente de que Des não era um Styles de fato, então deduziu sem maiores dificuldades que aquele brasão ali estendido correspondia à verdadeira família do homem; contudo, o que mais lhe intrigou foi o fato de que a ilustração soava extremamente familiar à Harry, como se ele já tivesse a fitado antes mesmo de sua estada no hospital de New Cambridge, mas não conseguisse se lembrar ao certo.

Sabendo que precisava ser rápido pois a qualquer momento poderia ser flagrado, ele parou de encarar o punhal e a rosa e se sentou à mesa do escritório, abrindo imediatamente as gavetas e revirando-as. Nas duas de cima, achou apenas documentos imobiliários: certidões, hipotecas e registros. No entanto, na terceira e última gaveta, seu coração falhou uma batida – estava transbordando de cartas.

Passeando seus olhos rapidamente pelos pergaminhos amarelados e gastos como se fossem manuseados e relidos com frequência, Styles identificou juras e mais juras de amor direcionadas à Desmond, todas infra-assinadas pelo mesmo nome feminino: Carolina Cox. Tais correspondências não deveriam atrair a atenção de Harry, afinal ele sabia que Des tivera uma mulher e que desse relacionamento nascera Gemma, mas a situação adquiriu uma nova proporção pelo fato de Styles reconhecer aquela letra curvada e firme: a dona dela lhe ensinara a escrever, inclusive. 

Harry fechou a gaveta com força e, exasperado, apoiou o rosto nas mãos. Seus cotovelos encontravam-se apoiados no mogno da mesa e ele respirou fundo algumas vezes enquanto esfregava freneticamente sua face.

Como se precisasse de uma confirmação para suas desconfianças, finalmente notou uma pequena tela sobre o mogno: era uma pintura à óleo muito realista de uma mulher que Harry reconheceria em qualquer que fosse o tempo ou espaço, porque o rosto dela era o reflexo de seu próprio.

– Mas que porra...? – ele agarrou a tela nas mãos e aproximou de seus olhos, para se certificar de que sua imaginação fértil não o estava pregando peças.

Anne Styles.

Anne Styles posava com as alças de um deslumbrante vestido caindo sobre os ombros, um sorriso terno nos lábios e um olhar íntimo direcionado ao pintor.

Mystical (l.s)Where stories live. Discover now