Capítulo 07

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        — Você me dá nojo! — digo entre lágrimas, a dor só aumenta, ele tira a mão do rosto e seus lábios se curvam em um meio sorriso

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        — Você me dá nojo! — digo entre lágrimas, a dor só aumenta, ele tira a mão do rosto e seus lábios se curvam em um meio sorriso.

        — Não parecia sentir nojo momentos atrás. — Sua sobrancelha esquerda se arqueia, enquanto ele destila seu ódio. — Na verdade você gostou muito e até gemeu.

         Aperto meus lábios e respiro fundo, sei que ele está bêbado e tudo o que quer é me humilhar, mas não vou dar esse gostinho. Enxugo minhas lágrimas e passo por ele. Estou cansada disso tudo, não posso me sacrificar tanto pelos outros, mesmo que eu ame minha amiga e queira vê-la feliz, não consigo mais aguentar os ataques dele.

        Saio em disparada pela noite. Irei para casa de praia pegar minhas coisas e ir embora. Não vou esperar pela Fernanda, pois sei que assim que eu à ver toda sorridente vou desistir. Ando quase cega, sei que corro o risco de me perder ou ser assaltada, e estou contando com a sorte para que isso não aconteça. Vim observando atentamente o trecho e como não é muito longe, acho que não tem como errar. Logo atrás um carro diminui a velocidade e buzina. Aspiro o ar noturno e tento não entrar em pânico, acelero o passo, mas em segundos o carro me alcança e abaixa os vidros negros.

        — Entra no carro. — a voz de Davi soa autoritária.

        Uma onda de alívio e raiva cai sobre mim, novamente. Olho para ele e depois volto a fixar minha atenção no caminho.

        — Deixa de ser infantil e entra na droga do carro!

         Ele bate no volante com violência e freia bruscamente. Paro. Davi desce do carro e me alcança em passos largos. Sua mão envolve meu braço e puxa com firmeza.

        — Me solta! — grito com ele.

        Mais uma vez sinto meu auto-controle me abandonar. A rua está deserta com exceção de um carro ou dois que passa por nós em alta velocidade.

        — Não vou soltar porra nenhuma! Você tem noção do perigo há que está se expondo?

        Olho para a mão que segura meu braço e para o homem que está a centímetros de distância de mim.

        — Eu queria te entender, de verdade! Você implica comigo, me odeia, me agride com seu ódio gratuito. Age de forma infantil. — respiro, trêmula. — Por que é assim? Por que me odeia tanto? E por que, Davi, por que está bancando o protetor agora?

        — Eu sou assim e não tenho porque dar explicações. Vamos!

        — Você só é assim comigo. — murmuro.

        Meus olhos ardem e tento segurar o choro. Não luto e o sou guiada até o carro dele. Davi abre a porta com força excessiva e quando me acomodo, ele fecha a porta com violência. Me encolho com o baque surdo. Davi senta no lado dele e arranca o carro de uma vez, fazendo com que o carro solavanque para frente. O cinto me protege de ser jogada para frente. Me encolho no meu canto enquanto ele corta a estrada em velocidade máxima, poucos minutos depois chegamos na casa dele. Davi manobra o carro na garagem e desce do, eu faço o mesmo. Ele aciona o botão e as portas se destrancam imediatamente. Davi entra e deixa a porta aberta, vai direto para o mini bar e se serve de uma dose grande de whisky e bebê de uma só vez.

Doce Anjo (Degustação)Where stories live. Discover now