VI

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📚ANNABETH📚

Cheguei em casa na quinta pensando no que Percy havia me dito. Eu tinha que falar para Thalia era muito mais seguro ela saber do que não saber e aparecer em casa de surpresa e dar de cara com Luke. Me joguei em minha cama e suspirei. Piper passava pela porta no exato momento e enfiou a cabeça para dentro, me encarando.

— Sinto energias negativas vindo de você — ela disse fingindo que entendia de todas aquelas coisas.

Acho que o que eu mais amava em Piper, quanto a sua aparência, eram seus olhos, que pareciam mudar de acordo com a luz, neste momento eles pareciam castanhos.

— Ah, eu e alguns problemas que eu tenho adiado — disse, sorrindo fraco e então notei que ela havia se arrumado. — É a segunda vez essa semana, certo?

— Terceira — Luke gritou entrando em seu quarto.

— Piper McLean está apaixonada? — Me sentei na cama ansiosa com sua resposta.

— Talvez... — Ela se sentou ao meu lado com uma cara boba que me fez sorri.

Piper não era do tipo que se apaixonava, ela era do tipo que fazia os outros se apaixonaram por ela. Não que ela ficava brincando com corações alheio, aquele era simplesmente o jeito dela e ela era apaixonante. E se preocupava con os outros, tanto que toda vez que ela via que alguém estava se iludindo, ela conversava com a pessoa sobre suas reais intenções, não gostava de joguinhos, segundo ela, aquilo era coisa de criança. Então vê-la apaixonada era maravilhoso, e eu imaginava que o cara deveria ser muito incrível para mexer com o coração da minha amiga.

— Quero saber tudo sobre ele, em?

— Eu vou contar — ela disse lendo a mensagem que acabara de receber. — Ele quer me apresentar a família, está tentando marcar um almoço o mais próximo possível. Mas ele chegou e eu tenho que ir — deu um beijo em minha bochecha e então saiu.

Vi Luke passando pela minha porta e então o chamei, avisando que iria contar para Thalia sobre morarmos juntos no sábado.

— Tem certeza? — Ele perguntou e eu assenti.

— Não posso ficar adiando, tenho que fazer isso — foi de ombros.

Ele beija minha têmpora e sai, me deixando sozinha novamente no quarto.

No dia seguinte acordo com uma mensagem animada de Thalia sobre a noite do pijama. Respondo-a com a mesma animação e então vou para a faculdade. Eu teria uma prova no primeiro tempo e não poderia nem pensar em chegar atrasada. Eu sabia como era o professor Dionísio em relação aos horários, então eu nem me arriscaria. Fui no metrô revisando a matéria que eu estudar a a semana inteira. Eu iria bem nessa prova, suspirei quando o metrô parou na minha estação, guardando o caderno na mochila e seguindo ao meu destino.

Antes de ir para a Milk Shakespeare, passei em casa e separei uma mochila para a noite e só então segui para a sorveteria.

— Um milk shake de morango para comemorar que finalmente terei uma noite da pizza com a lendária Annabeth Chase — Percy disse colocando meu pedido em cima da mesa.

— Lendária? — Ri — Quero saber as histórias que Thalia anda contando sobre nossas noites da pizza para eu ser lendária.

— Espero que ela não esteja exagerando nos acontecimentos, irei ficar bastante decepcionado — confessou e voltou para o trabalho.

Passei a tarde toda fazendo um trabalho da faculdade enquanto esperava Percy terminar na Milk Shakespeare. Quando seu turno acabou, segui com ele até sua casa, que era na praia. Ao chegar, encontrei um garoto negro com cabelos cacheados jogado no sofá e Thalia na cozinha.

— Chegamos — Percy anunciou, fazendo o garoto desviar os olhos  da TV e sorri.

— Annabeth Chase, até que enfim — ele disse. — Prazer, Grover Underwood — se apresentou e então voltou a atenção para o jogo.

Me aproximei de Thalia na cozinha enquanto Percy se sentava ao lado do amigo.

— Pelo que entendi você falou bastante das nossas noites da pizza — disse.

— O que esperava? São as melhores — ela disse e eu sorri. — Bem, eu comprei seus ingredientes favoritos, os do Percy, do Grover e, claro, os meus, você já conhece as regras... O que trouxe?

— Um vinho inglês de 1815 diretamente da adega do Sr. Chase — eu disse tirando a garrafa da mochila.

— Annabeth! — Ela disse chamando a atenção de Percy e Grover para o que conversávamos.

— Seu pai te permite ficar tirando esses vinhos para consumos mortais? — Grover perguntou — Isso aí é do mesmo ano em que Napoleão foi derrotado!

— Ah, ele nunca bebe isso aqui, mesmo, está lá desde que eu me entendo por gente — digo.

— Talvez porque vinhos devem ser envelhecidos? — Percy comentou.

— Não era você, Perseu, que esperava que eu não o decepcionasse em relação as histórias das noites de pizza? Eu troquei esse vinho de 204 anos por um da mesma idade, meu pai nunca dará falta.

— Isso já foi testado e comprovado — Thalia disse me defendendo. — Mas então, quem vai ser o primeiro a fazer a pizza?

— Eu acho que Annabeth, por ser nossa convidada... — Grover começou.

— Nananinanão — Thalia o cortou — Annie será a última, a dela deve ser especial.

— Então, acho que você deveria começar — eu digo e então ela me expulsa da cozinha, me mandando sentar junto dos meninos.

Grover, Percy e eu ficamos conversando e jogando enquanto Thalia fazia a pizza e fui descobrindo um pouco mais sobre os garotos e até mesmo sobre a Grace. Durante todo os tempo eu fiquei imaginando quando seria uma boa hora para contar a Thalia, não queria estragar a noite da pizza, não a primeira dela de volta em Nova Iorque.

Milk ShakespeareWhere stories live. Discover now