✥ㅡ O TRATADO ㅡ✥

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Sou acompanhada de perto por um homem parrudo e altamente arrogante, seguindo um passo atrás de mim com a mão o tempo inteiro sobre o cabo da espada. Ele apenas abriu a boca uma vez quando invadiu meu quarto mais cedo e rosnou um simples "venha logo". Meu grito esganiçada roubou uma careta dele, que não sumiu desde então. Sua cara bonita demais para a expressão continuou fechada durante toda a nossa trajetória, e eu simplesmente não consigo me conter em fazer uma piadinha da mesma forma que fiz com os imortais que me trouxeram até aqui.

ㅡ Então ㅡ começo ㅡ, um imortal pode ter rugas?

Espio seu rosto, e se for possível, sua expressão se fechou ainda mais. Ele me encara de lado, bufando levemente. Tomo isso como um sinal para prosseguir e continuo falando enquanto rodamos pelos corredores.

ㅡ Porque, sabe, todas essas suas caretas são esquisitas. Em um humano, você mal conseguiria abrir os olhos de tantos vincos que existiriam.

ㅡ Eu não sou um humano.

ㅡ Como se eu não soubesse. Apenas estou falando hipoteticamente.

Ele fica calado. Sua voz dura e grave é acompanhada de um grunhido de quem não está apreciando a conversa, por menos e inofensiva que seja.

ㅡ Sabe, você realmente deveria não franzir a festa dessa maneira. ㅡ aponto despreocupadamente para sua expressão.

ㅡ Se eu me importasse com isso, não o faria. Mas temos curandeiros.

ㅡ Curandeiros de rugas? Deve fazer visitas a cada semana, não?

Outro grunhido é rapidamente acompanhado por sua mão incrivelmente forte que agarra meu cabelo em um puxão apertado, levando minha cabeça para trás com violência. Meu suspiro de dor é rapidamente engolido quando encontro aqueles olhos maldosos me encarando com raiva e uma pitada de diversão com minha dor. Ele pode me escalpelar, eu sei.

ㅡ Vamos deixar algo bastante claro aqui, humana. ㅡ ele fala "humana" como se fôssemos a praga mais nojenta a atingir seu reino. ㅡ Nós não somos amigos, e duvido muito que um dia seremos. Não mexa comigo ou com qualquer outro caso não queira ser encontrada amarrada em cima de uma fogueira lamentando por tudo o que fez. Não morda mais do que pode mastigar.

Ele me solta com raiva, voltando a caminhar e não voltando o olhar para mim outra única vez. Arrumo minha roupa esfarrapada antes de segui-lo, acompanhando seus passos de perto. Com suas pernas longas, preciso quase correr para poder caminhar no mesmo ritmo.

ㅡ Por que todos me dizem a mesma coisa? Estou começando a acreditar que vocês jamais fariam isso, realmente. Korian precisa de mim, já que sou sua humana/escrava/espiã, não é?

A risada baixa e sussurrada dele assustaria o inferno fora de mim caso eu ainda fosse a menina ingênua deixada para trás na chuva. Eu me encolheria no canto do quarto e choraria até estar delirando pela existência dessa criatura.

ㅡ Acredite em mim, humana, Korian é a última pessoa aqui que você deveria considerar um covarde.

Meu bufo poderia ter tido algum efeito de desprezo caso o leve estremecimento não tivesse passado por meu corpo como um choque. O olhar convencido no rosto do guarda não me passa despercebido, fazendo-me ter vontade de socar aquela expressão longe de sua cara.

ㅡ Korian se esconde atrás daquela fachada de príncipe malvado ou é realmente tão vazio quanto parece? ㅡ minha voz vai sumindo aos poucos quando entramos em um corredor cheio de quadros de paisagens e retratos pintados com perfeição.

A maioria deles são pinturas de pessoas imortais, as orelhas pontudas sempre destacadas com um brilho ou sombreado mais marcado. Os olhos brilham como se fosse de verdade. Paro para observar uma das pinturas quando... Ela parece me encarar de volta. É uma mulher, vestida com roupas elegantes douradas e uma bela coroa na cabeça, cravejada de diamantes e safiras. Seus olhos ㅡ mais azuis do que qualquer um que eu já tenha visto ㅡ parecem me encarar quando os encontro. Porém, não são os olhos que me chamam a atenção.

A ƑILHA ƊO ƑOƓO - A MALƊIƇ̧ÃO ƊO SOLSƬÍƇIOWhere stories live. Discover now