Juradas de morte

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Em questão de minutos tantas coisas passaram pela minha cabeça, eu não sabia como a minha avó estava nesse exato momento sem mim, ela estava sozinha em casa, essa era a deixa perfeita para que essas pessoas a peguem! Eu não poderia ficar parada sem fazer nada, mas eu estava em Nova York demoraria horas para eu chegar até lá, por isso peguei meu celular e liguei para Toni, aliás a minha avó já a conhece e era a minha única opção!
- Alô Toni, eu preciso que você vá até a minha casa agora! – falei imediatamente logo que ela atendeu.
- Claro eu vou sim, mas aconteceu alguma coisa?! – perguntou ela.
- Ainda não, mas eu preciso que você fique com a minha avó até eu chegar, por favor você é a única pessoa que pode protege-la! – a supliquei.
- É claro Cheryl, eu vou cuidar dela, não se preocupe meu amor eu já estou a caminho da sua casa vai dar tudo certo! – respondeu ela sutilmente tentando me acalmar. Só de ouvir e saber que ela iria até lá para ficar com a minha avó me deu um alivio total, eu logo me acalmei para que pudéssemos finalmente voltar para Riverdale e tentar saber algo a mais sobre essa tal gangue! Entramos todos no carro e o silêncio tomou conta, acho que estávamos todos pensativos, tentando de alguma forma digerir todas as informações que obtemos hoje, não era muita coisa mas já era algo, cada informação era necessária nesse momento e agora que eu sei que o próximo alvo é a minha avó eu não vou sossegar nem um minuto até encontrar essas pessoas que estão fazendo a minha vida um inferno!
- Vocês têm ideia de qual gangue se trata essas pessoas?! – perguntei quebrando o silêncio.
- Não, mas talvez os serpentes mais velhos saibam de alguma coisa, nenhuma gangue passa por despercebido assim... - respondeu Sweet Pea.
- Cheryl o que você pretende fazer quando achar essas pessoas?! – perguntou Jughead, essa pergunta era um tanto quanto difícil de se responder, eu não sabia o que fazer de fato, mas eu tenho certeza que eu não vou ter nenhuma piedade quando estiver frente a frente dessas pessoas!
- O que você faria com a pessoa que matou sua família inteira?! Isso é uma pergunta idiota, eu quero que eles sofram tanto quanto a minha família sofreu, quero cada gota de sangue derramado no chão! – respondi alterando meu tom de voz, eu sei que isso parecia um pouco cruel de mais, mas era a única maneira que eu me sentiria bem depois da tragédia, ver as pessoas que os mataram, mortas!
Depois de horas na estrada, finalmente chegamos em Riverdale, eu nunca imaginaria que eu ficaria tão satisfeita em voltar para cá, que antes eu achava o fim do mundo e agora não me vejo mais em outro lugar a não ser aqui! Por mais caótico que tudo seja, eu sei que em algum dia tudo isso vai acabar e eu poderia ter paz com as pessoas que eu realmente amo e que tanto me apoiaram nesse momento tão difícil da minha vida, falando assim nem parece que eu e a minha avó estamos juradas de morte como o resto da minha família, mas eu não posso ficar pensando nisso o tempo todo se não logo menos eu enlouqueceria de vez e isso eu não posso, não antes de acabar com essa brincadeirinha de uma vez por todas dessa tal gangue!
Chegamos em frente da minha casa e                                                                                                                                                                                                                                         eu logo saí do carro, por mais que a Toni estivesse com a minha avó ainda assim eu estava preocupada pois essas pessoas são muitos perigosas, não posso perder nem mais um segundo.
- Cheryl qualquer coisa nos liga, a gente vai tentar saber mais sobre essa gangue! Se cuida e cuida da sua avó! – gritou Betty acenando para mim.
- Pode deixar, vocês são demais, obrigada por hoje! – respondi os agradecendo, aliás se não fosse por eles eu nem teria ido para Nova York em busca de pistas, essa foi a melhor coisa que fizemos até agora. Depois de me despedir deles eu finalmente peguei a chave de casa e a coloquei na porta, eu estava um pouco nervosa em abri-la, quer dizer esse era um trauma que eu tinha que nunca iria se curar! O meu maior medo era girar aquela maçaneta e ver a minha avó junto com a Toni banhadas de sangue no chão, eu temia ver aquela cena pois dessa vez eu não sei se aguentaria, eu não teria forças para continuar, então respirei fundo e abri a porta! Pela minha surpresa não havia ninguém na sala, mas logo que entrei senti o cheiro de alguma coisa vindo da cozinha, era um cheiro bom, mas eu não conseguia distingui-lo.
- Vovó?! Você está aí? – perguntei sutilmente andando pela sala.
- Chegou na hora certa! Estamos na cozinha querida... – respondeu ela. Ouvir aquela voz me deu um alivio total, me deu uma paz enorme só em saber que elas estavam bem.
- Uau, que banquete! Teremos visitas hoje? – perguntei entrando na cozinha, a mesa estava repleta de doces, bolos e pães, parecia um café da realeza!
- É que estávamos esperando alguém especial chegar! – respondeu Toni com aquele sorriso ao me ver entrar na cozinha.
- Se é alguém especial, então creio que essa pessoa seja eu! – respondi rindo e me aproximando delas.
- Antes da gente se sentar para comer, será que eu posso falar com você a sós Cheryl? – perguntou ela me olhando.
- Claro, vamos subir para o meu quarto enquanto minha avó termina de assar os pães...- respondi pegando na mão dela e subindo as escadas, nós duas entramos no meu quarto e como sempre só de estar do lado dela parecia que todos os meus problemas haviam sumidos, era como magica, o olhar dela me distanciava de qualquer caos, os lábios dela era como uma poesia que eu queria ler toda hora sem pausas! Ela me trazia uma paz que nem eu sabia que era possível de se sentir, a Toni era de fato a melhor coisa que me aconteceu, eu não me vejo mais sem ela.
- Cheryl está tudo bem?! Você parecia preocupada pelo telefone, achei que algo tivesse acontecido... – falou ela se sentando do meu lado na minha cama.
- Agora está tudo bem, você me ajudou muito vindo até aqui para ficar com a minha avó, obrigada por tudo! – respondi pegando na mão dela.
- Por tudo?! – perguntou ela olhando dentro dos meus olhos.
- Por tudo que você é para mim! Você é a melhor pessoa que eu já conheci na minha vida Toni, eu amo estar com você, cada momento, cada lembrança e cada toque são como poesia! – respondi alisando seus cabelos.
- Eu sinto o mesmo por você Cheryl, sinto tudo isso em dobro! Eu te amo e faria qualquer coisa por nós! – respondeu ela deixando algumas lagrimas cair, ela parecia estar bem emotiva, eu tenho tantos problemas na minha vida que as vezes me esqueço que ela também tem seus dias ruins, mas como eu nunca falo dos meus problemas achei justo eu não dizer mais nada a respeito disso eu apenas limpei suas lagrimas e a beijei, mas não era como um beijo qualquer, havia sentimento ou melhor havia amor e não há nada melhor do que beijar a pessoa que você ama, eu sentia que ela não estava bem mas depois que nos beijamos o sorriso dela voltou, aquele sorriso que eu me derretia por inteira!
- Eu também te amo Toni, e não importa o que te incomode eu sempre estarei aqui para te consolar, como você é para mim! – respondi a abraçando.
Eu realmente amava estar ao lado da Toni qualquer que seja a situação, ela me fazia tão bem que era quase inacreditável a nossa conexão, e mesmo que estávamos sentadas na minha cama, no meu quarto ainda assim parecia ser o melhor lugar do mundo só pelo fato de estar ao lado dela!
- Acho melhor a gente descer antes que a minha avó coma tudo sozinha! – falei rindo me levantando da cama e pegando na mão dela para irmos.
- Eu acho uma ótima ideia, aliás nós passamos a tarde toda fazendo esses pães e bolos! – respondeu ela.
- Então além de você ser incrível, também é cozinheira?! – perguntei a beijando.
- Sou tantas coisas que você nem imagina!
- Uau, então minha maior missão é descobrir seus talentos um a um, e eu sou uma ótima detetive! – falei rindo e finalmente entrando na cozinha, onde estava a minha avó tirando os últimos pães do forno, para podermos enfim comer!
- Esse banquete ficou uma maravilha! – falei me sentando na mesa ao lado de Toni.
- Graças a ajuda da Toni, ela é uma ótima cozinheira! – respondeu minha avó nos servindo. Tudo estava tão bom quanto a aparência, nós três ficamos por horas conversando na mesa sobre qualquer assunto que surgia, coisas simples da vida e por um momento ao lado delas eu senti que eu havia uma família novamente, nós sentadas comendo e jogando conversa fora parecia algo tão simples a algum tempo, mas agora para mim isso era a coisa mais especial, a tempos que eu não me sentia em uma família e ter esse sentimento ressurgindo era melhor do que qualquer outra coisa, é claro que antes de toda tragédia acontecer, isso não significava nada para mim, nós Blossom erámos tão desapegados a família que seria muito bom poder voltar no tempo e ao vez de ir fazer compras no shopping eu ficaria em casa com a minha família, mesmo com todos os defeitos da minha mãe e do meu pai eles não mereciam ter acabado dessa maneira! Depois de horas sentadas comendo e conversando eu e a Toni organizamos toda a cozinha enquanto minha avó descansava em seu quarto.
- Eu odeio ter que estragar o clima, mas eu tenho que ir antes que fique tarde...- falou Toni me abraçando por trás enquanto eu terminava de secar as louças.
- E se você ficar hoje?! A gente vai pra escola juntas amanhã...- falei animada me virando de frente para ela.
- Seria perfeito, mas a minha mãe iria pirar se eu não voltasse pra casa hoje! – respondeu ela abaixando a cabeça.
- Então ta tudo bem meu amor, a gente se vê amanhã! – falei levantando seu rosto e a dando um beijo. Eu a levei até a porta de casa, para que ela pudesse ir, me despedir dela por mais que nós iriamos nos ver amanhã na escola, ainda assim era triste, eu queria poder ficar ao lado dela cada segundo, queria dormir abraçadas e acordar com um beijo de bom dia, quem sabe um dia, depois de todo caos!
- Vou contar as horas para amanhã chegar logo e eu te ver de novo! – gritou ela já do outro lado da rua e acenando para mim.
- Eu também! Se cuida Toni Topaz...- falei a mandando um beijo.
- Eu te amo Cheryl Blossom! – respondeu ela andando de costas. Eu sorria como uma boba, mas era impossível esconder a alegria que estava dentro de mim, era inevitável não sorrir depois de estar com ela, pois tudo era como um contos de fadas, eu me sentia no melhor poema de amor já feito e isso era a primeira que eu estava sentindo, e não vou negar eu estava amando todo esse sentimento! Eu entrei para casa e subi as escadas para tomar um banho e depois finalmente dormir, pois amanhã as aulas voltariam, eu nem sei se tenho cabeça para estudar, com tudo que está acontecendo a última coisa que eu quero é ter que ir para escola, mas eu não posso simplesmente não ir, aliás eu já recebi uma ameaça na escola, talvez essa tal gangue esteja por lá, e agora que eu sei que se trata de uma gangue e não de uma pessoa em si será muito mais fácil de identificar! Em questão de minutos depois de eu ter deitado, eu simplesmente apaguei, meu dia foi tão cheio que eu mal conseguia manter meus olhos aberto, esse sono foi mais que merecido depois de eu ter ido até nova York e passado por todas aquelas lembranças novamente!

Amor sem limitesWhere stories live. Discover now