chapter twenty eight • part two

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"A Any é aquele tipo de menina que a gente nota de primera. Não pela aparência, pois ela se parece com várias outras garotas que existem por aí... É morena, dos olhos escuros. Baixa, magra, mas não exageradamente magra, digamos que ela tem aonde pegar...". Levantei as sobrancelhas surpresa, mas ele continuou: "Os cabelos dela são pretos, ondulados. Apesar de parecer comum, ela tem um brilho nos olhos e um jeito atrevido, que marca presença logo no primeiro instante. E é por isso que a gente tem vontade de olhar de novo... E, quando olhamos, percebemos que ela não é nada parecida com as outras. Ela tem um sorriso sapeca e uma risada que faz a gente querer rir também... E, quando ela ri, os olhos dela riem junto e se tornam pequenas linhas, como se ela fosse japonesa. Mas, quando os abre novamente, a gente percebe que, na verdade, seus olhos são enormes e parecem saber de todos os segredos do mundo..."

Ele estava falando coisas reais sobre mim, mas, nas palavras dele, era como se eu fosse diferente... Como se pela sua visão eu fosse uma pessoa melhor. Uma Any que eu não havia percebido que estava aqui.

"Mas o melhor é a cara que ela faz quando está brava, o que acontece com frequência...", ele continuou. "Parece que vira outra pessoa e fica até mais alta, pois cresce pra cima de quem a desagrada! Ela não é do tipo que leva desaforo pra casa... e eu gosto disso. Porém, quando retorna a calma, parece que nada aconteceu, e volta a ter aquele ar de boneca de porcelana... mas não tem nada de frágil. Ah, e ela não se parece com nenhuma atriz ou youtuber! Ela é única"

Ele terminou de falar e continuou me olhando, como se estivesse conferindo se tinha faltado algo. Foi quando eu percebi um detalhe.

"Acho que faltou uma coisa quando te descrevi", falei baixinho, depois de um tempo. "Esqueci de falar dos seus olhos. São os mais penetrantes qur já vi"

Ele me olhou ainda mais intensamente e eu comecei a sentir alguma coisa no meu estômago, uma mistura de tontura com falta de ar. Provavelmente era só pela altura de onde a gente estava...

"Any, eu...", ele começou a falar novamente, mas bem nesse momento o teleférico parou e vimos que havíamos chegado no final da subida. Ele me ajudou a descer e eu fiquei olhando pra ele, esperando que terminasse de falar, mas foi como se ele tivesse esquecido, pois apenas pegou os esquis da minha mão e indicou o caminho que deveria seguir.



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While the snow fallsWhere stories live. Discover now