chapter fifteen • part three

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Não sei quanto tempo se passou, até que escutei, ou pensei ter escutado, alguém chamar o meu nome. Levantei a cabeça, mas aquela neblina não permitia que eu enxergasse nada.

"Any!", tornei a ouvir aquela voz. Eu sabia que devia ser apenas a minha vontade de que alguém aparecesse, mas pouco depois ouvi mais uma vez, agora mais perto." Any, onde você está??"

Me levantei depressa e comecei a gritar, para que a pessoa me ouvisse. De repente alguém conhecido surgiu à poucos metros na minha frente, em uma das cadeirinhas do teleférico, carregando uma espécie de prancha na mão.

"Josh!", gritei para que ele viesse exatamente onde eu estava, mesmo tendo certeza de que ele já sabia.

Ele pulou e veio depressa em minha direção.

"Você é completamente doida!", ele falou me segurando."Seus pais estão desesperados atrás de você! Que ideia foi essa de subir para a pista dos experientes?? E em pleno dia de neblina??"

Eu chorava tanto por estar vendo um rosto conhecido na minha frente, por mais que eu não fosse com a cara daquele garoto, que nem conseguia responder.

"Vamos sair daqui!", ele falou me entregando a tal prancha.
"Um esquiador te viu e foi avisar à equipe  de salvamento, mas sua família está tão apavorada que eu resolvi vir na frente! Você está completamente gelada, se ficar parada aqui esperando até eles chegarem, pode sofrer uma hipotermia"

"Mas eu não sei esquiar...", falei em meio as lágrimas.

Ele então tirou os óculos e o gorro que estava usando e me entregou.

"Primeiro coloca isso, seu rosto está todo vermelho! Depois você vai sentar nessa prancha, mas não vai deslizar, quero que você coloque os pés pra fora e use a neve como freio, senão você vai descer rápido demais e pode acabar capotando, essa pista é muito íngreme. Eu vou estar bem atrás de você."

Segui as instruções dele e comecei a descer bem devagar, tentando segurar o máximo possível com os pés. Vi quando ele passou por mim esquiando e parou um pouquinho na frente, para me esperar. Logo que cheguei perto ele falou que eu estava indo bem e que era pra continuar daquele jeito. Fomos descendo assim até que avistei de novo a lanchonete onde tinha parado na subida.

"Nós vamos até ali", ele apontou."De lá vamos descer pelo teleférico. "

"Mas o teleférico só sobe!", falei meio indignada. "Foi por isso que eu fui parar lá em cima..."

"Você deve ter pegado o teleférico errado...", ele explicou e, quando chegamos lá,  vi que realmente havia um teleférico que subia, com as tais cadeirinhas individuais, e outro que descia, um pouco maior, que também tinha cadeiras para duas ou três pessoas.

O Josh pediu para guardarem a prancha que tinha me emprestado, me ajudou a subir em uma cadeira dupla do teleférico e em seguida se sentou ao meu lado.

"Pode ficar tranquila agora", ele falou ao perceber que eu continuava chorando. "Em poucos minutos a gente vai estar lá embaixo."

"Minhas mãos estão doendo muito, acho que elas vão cair...", expliquei, eu nunca tinha sentido tanta dor.

Ele pegou minhas mãos e de repente falou: "Mas é lógico que estão doendo, esta luva é muito grande para sua mão! Ela não consegue manter seu calor, pois o frio entra todo aqui dentro! Não te explicaram isso quando você alugou??"

Ele puxou as duas luvas da minha mão e em seguida tirou as dele e colocou no lugar. Ele ia ficar doente, pois está me dando todas as suas roupas de frio!

"Josh... obrigada. E desculpa por isso", falei morrendo de vergolha.

"Não se preocupe", foi tudo que ele falou.

Fomos calados o resto do percurso, e apenas quando avistamos os hotéis ele disse: "Tenho dois pedidos para te fazer".

Apenas assenti com a cabeça e então ele explicou: "Primeiro quero que você prometa que vai fazer pelo menos uma aula de esqui, só pra ter noções básicas."

"E qual é o segundo pedido??", perguntei sem responder se ia atender o primeiro.

"Quero que me conte por que gosta de viver tão perigosamente assim... Atravessando pistas de esqui sem olhar, subindo no teleférico que vai mais alto em pleno dia de neblina..."

Pela primeira vez em uma semana, dei um pequeno sorriso.

"Vou pensar a respeito...", foi tudo que eu falei."Sobre os dois pedidos."

Ele pulou do teleférico primeiro, para me ajudar a descer, e então disse: "Vou estar te esperando".


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While the snow fallsOnde histórias criam vida. Descubra agora