Escuto as coisas caírem ao chão, mas nada ao meu arredor se mexe. Olho para mim e vejo-me quebrar cada vez mais, partes do meu corpo entrando em contato com o chão. Eu deveria estar assustada com a cena, mas apenas o que me incomoda é a dor que sinto no peito, todos os dias. Tento esconder minhas rachaduras, minhas peças faltando, mas as vezes é impossível ser perfeita demais. Impossível fingir ser quem eu não sou.
Tem dias em que o barulho dentro de mim, consegue ser mais alto do que o barulho exterior. E é difícil se manter firme quando ele chega.
Nos dias em que eu chego no meu limite, sinto vontade de atacar as coisas frágeis contra a parede, sinto vontade de destruir alguma coisa, mesmo que seja um pequeno lápis. Sinto vontade de libertar meu caos por alguns instantes. Nos meus momentos de fragilidade, sinto vontade de acabar com tudo, sinto vontade de cortar minha carne. Nos meus momentos de coragem, eu me mantenho firme com a máscara no rosto e tento seguir em frente, mas nunca consigo.
Às vezes espero demais das pessoas, mas não sou importante o bastante para receber aquilo em que eu esperava. Me sinto um nada nesse universo, me sinto um nada em qualquer lugar. Não importa para onde eu fuja, nunca mudarei meu significado. Um nada sempre será um nada e esse pensamento me corta, como as lâminas em que deslizo sobre meu corpo.
Queria poder saber como é se sentir inteira, viva, sem tristeza, mas minhas rachaduras sempre foram presentes, mesmo comigo mais nova. Queria poder colar minhas partes de alguma forma, só que isso nunca foi possível. Não para mim. Estou em pedaços e não vejo saída em lugar nenhum.
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Versos de um universo Esquecido | ✓
Poetry"A dor é o sentimento mais bonito em meio a tantos devaneios." Eu estive congelada dentro de mim mesma por anos. Anos que se pareciam décadas, apenas observando o mundo cair ao meu arredor. Deitada no chão eu suplicava chorando que tudo aquilo para...
