A noite havia chegado. Jimin encarava o lúpus que afiava a ponta de sua lâmina. Seus braços possuiam alguns músculos que se destacavam e alguns pingos de suor caiam, deixando o ar quente.
— Eu ainda não sei seu nome. — o alfa mirou o ômega que corava fortemente por ser pego em seu ato de observação.
— Park Jimin. — fitou os próprios dedos, buscando voltar à coloração normal de suas bochechas. — E o seu?
— Jeon Jungkook. — tornou a atenção a sua lâmina. — Por que estava sozinho na floresta?
— Eu queria ver as flores. — o Park explicou. — Minha mãe sempre foi admirada por elas até falecer. Queria me sentir mais perto dela.
— E deu certo? — Jeon indagou.
— Um pouco. Eu não tive tempo suficiente para explorar. — o alfa assentiu. — Por que você mora aqui?
Jungkook voltou a encará-lo, seu olhar mantinha-se manso.
— Fomos expulsos.
— Fomos? — Jimin retrucou confuso.
— Sim. Eu, minha família, e todos aqueles que nascem lúpus. Somos um risco à sociedade.
O ômega deu uma risadinha e aquilo, de certa forma, atingiu o maior.
— Você não parece ser um risco à sociedade. — sua face voltou a uma expressão séria. — Espera. Existem outros? — o olhou perplexo.
— Existem. Vários. A maioria morando em florestas, como eu, outros tem seu jeito de se infiltrar nas vilas e viver uma vida normal. Mas os ômegas lúpus não tem essa chance. — o alfa percebeu o olhar curioso de Jimin. — Quando nascem, suas famílias fogem. Afinal, se um ômega lúpus for descoberto, ele será vendido, e nenhum pai quer isso para seu filho. E respondendo sua afirmação, nem todos nos veem assim, Park. Na maioria das vezes eles tem medo de nós. Por isso nos querem longe.
— Mas vocês não são assustadores. — o ômega franziu o cenho.
— Você me pareceu bem assustado quando me viu.
O Park se calou. Não tinha argumentos àquela afirmação. Seus olhos já estavam pesados, e ele se enrolou mais no cobertor em que seu corpo se encontrava escondido.
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Quando Jungkook disse "Vamos dar um passeio" ele não tinha imaginado que iriam tão longe, mais especificamente, subindo a montanha. As pernas do Park doíam mas ele não queria reclamar. Desistir seria idiota já que quando perguntou pela décima terceira vez se já estavam perto do local, o alfa o respondeu um "sim" singelo.
O de cabelos rosados deu graças aos céus quando percebeu o Jeon parar. Fitou os próprios pés tentando recuperar o fôlego.
— Chegamos. — o lúpus pronunciou, vendo Jimin suspirar aliviado.
Assim que o ômega ergueu os olhos e presenciou a diversificação das cores de cada planta, ele se encontrou preso na paisagem maravilhosa a sua frente. Abriu a boca, contanto, nada saiu. Estava completamente chocado. Eram tantas flores que Park não saberia identificar. O cheiro forte de avelãs, misturado ao de café atingiu seu olfato. Avistou um homem alto de cabelos loiros, que cheirava as flores. Seu aroma se misturava as plantas e podia alcançar suas narinas de tão forte. Era um ômega. Um ômega lúpus.
— Jungkook! Que bom revê-lo! — o ômega abraçou o alfa que retribui com um sorriso. Jimin fez uma careta para os dois.— Quem é esse? — observou o loiro caminhar em sua direção. — Adorei seu cabelo. — o abraçou e o Park, meio sem jeito, o retribuiu. — Eu sou Kim Seokjin. É um prazer...
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Primavera Escarlate ~ jjk × pjm [ABO]
Fanfiction[EM REVISÃO] Park Jimin era apenas um ômega curioso. Nunca imaginou que o destino lhe pregaria peças e o traria um alfa lúpus, a espécie mais temida e rara. Ou pior, que este alfa estivesse predestinado a si e que, por um único afeto, suas almas se...