capítulo cinco

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  eu não acreditei no que fiz mas me contrariando como sempre, senti que estava fazendo o que era certo. fiz uma denúncia para a polícia do campus, que me disse que passaria o caso para outro departamento, até chegar na polícia local. liguei no mesmo dia que ouvi as confissões de hero, no mesmo dia que kat pediu duas pizzas e ficou comigo assistindo séries e chorando, até nisso ela me acompanhava. deixei a casa de minha mãe antes que ela voltasse, minha irmã me levou de volta para o campus que não era tão perto de lá e eu agradeci pela semana toda que ela havia passado comigo. kat faltou durante toda uma semana na faculdade para me apoiar e eu nunca esqueceria o que ela fez por mim. era meu primeiro dia depois que sai daqui às pressas, o ar parecia mais leve e as pessoas estavam mais alegres. finalmente eu pude frequentar a aula que eu amava sem me preocupar se esbarraria em hero, porque ele não parecia estar aqui, pelo menos não o vi por todo um dia. o café onde eu costumava ir era perto do dormitório de hero e ainda mais perto do de jace, o que me fez suspirar antes de tomar a decisão de ir até lá mas eu não iria evitar lugares por causa de dois idiotas. eu não queria demorar lá porque iria passar a noite estudando para uma prova oral que teria na manhã seguinte, então escolhi meu café de sempre e um cheesecake inteiro para levar e enfim sai da loja, sentindo o vento gostoso do início do outono. meus olhos automaticamente pararam quando passei na frente do dormitório do maldito hero, e eu vi o que não queria. hero estava de cabeça baixa, com as mãos levadas para trás e ao seu lado direito, um oficial rigidamente uniformizado e de expressão dura. os olhos intensos de hero encontraram os meus e um choque passou por meu corpo, me causando um arrepio. o oficial que parecia cada vez mais emburrado sussurrou algo para hero e eu continuei andando, não sei como consegui tirar meus pés do chão mas eu andei tão rápido que nem mesmo olhei para trás.
  estava tudo bem, depois de um banho quente e um pedaço generoso de cheesecake. eu estava aliviada por ter escapado do que poderia se tornar um pesadelo; eu poderia ser morta apenas se dissesse algo que hero não gostasse, eu apenas notei isso há poucos dias, era doentio e fodido em níveis que eu nem conhecia. fico aliviada, também, por não ter me apegado a hero como achei que iria, mas ele se fechou e distanciou-se de mim, o que me fez fazer o mesmo que ele, então a paixão morreu aos poucos. eu estava cega para notar, porque o sexo compensava a falta de comunicação, mas depois que hero afastou sua boca da minha, eu finalmente voltei a ver claramente.

kat: jo, eu sinto muito. muito, muito mesmo, eu juro que sinto.

jo: o que foi, kat? não me assusta assim. está tudo bem agora, ele foi preso e eu vi, então tenho certeza.

kat: vou defender ele no tribunal. eu não queria pegar o caso mas preciso do dinheiro, preciso para caralho. vou sair da casa da mamãe, então preciso de dinheiro. me perdoa, jo.

  droga, katherine. era tudo que eu conseguia falar ao telefone, tive que ligar para ela para extravasar minha raiva e indignação. kat pediu perdão milhões de vezes mas eu não conseguia aceitar que ela iria defender um assassino que quase me matou. no fim, eu desliguei por falta de paciência e para evitar mais gritos contra aquela escolha imbecil que minha irmã fez.

Every breath you take | Herophine ∞Onde as histórias ganham vida. Descobre agora