capítulo sessenta

330 44 1
                                    

  não conversamos no caminho para o hospital, era muito para processar, estávamos em choque e preocupados. para deixar a situação mais complicada, com duas recém-nascidas no banco de trás. hero pegou um bebê conforto e eu peguei o outro, dessa vez fiquei com eleanor. não sei por quanto tempo ficamos na sala de espera, o tempo parecia não passar. até que o choro familiar de minha irmã me despertou, eu corri até ela e a abracei. ela estava desabando e tudo que eu podia fazer era estar ali, a segurando para que não caísse no abismo que ela esteve por anos.

– aqui, kat. – eu a sentei em uma das cadeiras daquela sala fria, ela não parecia se importar com mais nada e agora, eu entendia o desespero.

– como ela está? – minha irmã segurava minhas mãos como se sua vida dependesse disso, ela não me soltou nem por um segundo. doía ver ela assim.

– tem tantos tubos e fios. – seu rosto que estava quase seco, voltou a ser encharcado pelas lágrimas pesadas. eu me sentei ao lado dela e a abracei, me sentia inútil por não poder fazer mais por katherine.

– mercy está de plantão, posso tentar perguntar o que ela sabe. – uma luz pareceu se acender para ela no fim do túnel, katherine concordou mais do que depressa, como se essa fosse sua esperança.

– pode deixar. – antes que eu falasse para hero ficar com ela, ele entendeu meu olhar e a abraçou quando eu a soltei. procurei por ted rapidamente pela sala de espera mas não o vi, também precisava achá-lo.

  eu estava quase gritando com a recepcionista, o que não era nada racional e nem do meu feitio mas eu faria de tudo por apenas uma informação sobre aurora. qualquer coisa. eu tive de apelar para o pessoal, a perguntei se tinha filhos e o que faria na mesma situação, felizmente foi o necessário para ela chamar a enfermeira pelo pager. ela me disse que eu podia esperar em uma sala de triagem, como se eu fosse uma paciente, foi o que fiz sem hesitar. não passou mais de cinco minutos e minha amiga estava comigo, eu nunca fiquei tão feliz por ver aquela cabeça ruiva.

– não me diz que você também está doente? acabei de colocar minha mãe no quarto do lado. eu odeio essa temporada de gripe, jo. – a mesma tagarela de sempre, eu adorava aquilo nela porque sempre me distraía, até em momentos ruins como este.

– mer, eu realmente adoraria conversar mas preciso de um favor. um favor enorme. – mercy tirou a máscara que usava e a descartou, voltando sua atenção a mim.

– aurora está aqui e eles tiraram minha irmã do quarto. não sabemos nada, ela está entrando em pânico. – ela concordou com um gesto e puxou se tablet do bolso, digitando com rapidez na tela.

– ela acabou de entrar em cirurgia, jo. não posso entrar mas posso assistir da galeria e te mandar atualizações. – eu queria poder respirar aliviada por ela estar viva mas até que estivesse segura, nada me traria alívio.

– katherine vai ficar aliviada com qualquer notícia. posso pedir para seu irmão ficar com martha, eu cuido da kat. – sabia que era apenas uma gripe mas eu aprendi a me despedir sempre, nunca sabemos de nada.

– ela está apagada, jo. você precisa dele agora. trouxe minhas sobrinhas? oh, eu adoraria morder aquelas mãozinhas. – eu abri um sorriso quando me lembrei das meninas.

– não vamos sair daqui tão cedo, estamos na sala de espera. eu preciso voltar agora. não sei como agradecer, mercy. – ela concordou com um gesto e me abraçou, o que era inesperado, ela não era muito de abraços.

– dê esse abraço nela, eu vou ver vocês assim que der. – sabia que mercy era próxima de katherine e ela ficaria feliz com o apoio que estamos recebendo. eu quase corri até a sala de espera, com medo de hero ter deixado katherine fora de cuidado mas ela estava sentada, com meredith no colo.

Every breath you take | Herophine ∞Onde as histórias ganham vida. Descobre agora