❃017

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GILINSKY, Margot

—Vai ficar aqui mesmo? A mamãe vai voltar só amanhã, você não precisa ficar aqui — olhei para meu irmão com cara de tédio e cruzei os braços — Tá legal, só se cuida, tá bom?

— Eu vou ficar bem! Parece até que eu tenho 6 anos — reviro os olhos me arrumando mais no sofá — Pode ir, Jack, sério! — ele sorri de lado e beija minha cabeça — E caso for transar, usa camisinha.

— Cala a boca, Margot! — ele bate na minha testa e abre a porta saindo em seguida — SE CUIDA — gritou antes de fechar a porta e sair

Mordi o lábio devagar e liguei a televisão, colocando em um filme qualquer, me levantei e fui até a cozinha para preparar alguma coisa para comer. Pego alguns biscoitos que estavam no armário e peguei uma xícara despejando café na mesma, senti um arrepio e fechei a porta da cozinha que dava para a área da piscina.

Peguei minhas coisas e voltei para a sala, mas quando eu ia colocar um biscoito na boca, alguém bate na porta e parecia estar impaciente.

Quem diabos vem na minha casa às dez da noite?

Me levantei preparada para xingar a pessoa, mas quando abri a porta dei de cara com Nathan Maloley parado em frente a porta com um sorriso no rosto e uma sacola em mãos. Tentei fechar a porta, mas o mesmo colocou o pé na frente.

— Tá fazendo o que aqui? — abri mais a porta, afinal eu não sou tão ruim assim

— Eu falei que vinha — ele fechou a porta e colocou seu casaco no encosto do sofá — Trouxe isso e isso — ele me entrega a sacola, que tinha alguns filmes e doces/chocolates

— Não precisava ter vindo e nem ter trago isso, mas sua casa é longe e não vou fazer você voltar. Então, pode ficar — dou de ombros e aponto para o sofá — Quer assistir o quê?

— O que você quer assistir?

Dou de ombros colocando na Netflix e procurando pelo filme Simplesmente Acontece, porque mesmo sendo um filme tão clichê, era o meu preferido.

Deixei meu café de lado, afinal, ele já estava frio e café frio é horrível. Peguei um cobertor no "armário" onde minha mãe guardava várias coisas que não usamos e joguei em Nate, peguei um para mim e voltei para o sofá, me deitando e pegando uma barra de chocolate da sacola que Nate trouxe.

— Podemos esquecer aquilo só por hoje? Margot — o encarei

— Olha, Nate. Quando eu me "ofereci" para te ajudar, foi porque eles iriam me pagar comida pelo resto do ano, todos eles. Eu achei que minha ajuda havia acabado, mas pelo visto não acabou — pego o controle e pausei o filme — Quando se trata de uma garota, qualquer garota, da mais "pura" até a mais "solta" você tem que ter cuidado. Somos humanos e temos sentimentos, tá legal? O fato de você fazer as coisas para mostrar aos seus amigos que CONSEGUE é tão ridículo quanto o fato de você ficar "bolado" por ser rejeitado por uma menina gostosa.

— Margot, isso não é nada pessoal. Eu gostava da Ana, gostava mesmo, mas ela não me quis. Eu nunca quis sua ajuda, e sempre deixei isso claro, foi apenas uma aposta e —

— Não foi apenas uma aposta, Nathan! — me levanto o olhando indignada — Foi a sua segunda aposta, a sua segunda aposta para ficar comigo, a única diferença é que nessa você teria que me levar para cama e meus irmão não participou dessa vez. E se você quisesse mesmo ficar com a Ana, ou comigo, você deveria ter usado o seu coração. — respiro fundo

— Como assim, Margot?

— Usado o seu coração, Nate. Que mesmo ficar com ela? Que mesmo conquistar ela? Então use a droga do seu coração, e tente agradá-la, ao invés de tratar ela como mais uma das vadias que você fica! — ele olha para o chão e engole em seco — Agora, se não se importa, eu vou assistir o filme.

E então, Nate ficou calado, como se nada disso tivesse acontecido e eu o agradeço mentalmente, porque se ele abrisse a boca mais uma vez eu iria expulsar ele daqui. Mas não o faria. Não faria porque eu estou literalmente sozinha em casa, e não se pode confiar nas pessoas do meu bairro.

E talvez, só talvez, a companhia de nate me fazia bem. De algum modo, ela me fazia bem.

ʜᴇᴀʀᴛʟᴇss  ⟲ Nɑthɑn Mɑloley [1]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora