TORCENDO POR NÓS (Completo e Reescrito)

43- ACABOU❓

— Sarah, eu não quero falar com você — sua voz saiu em tom seco.

Ela se aproximou e ele olhou para o lado ignorando.

— Eu precisava te ver, você não imagina a angústia que eu tenho vivido desde o dia em que acordei daquele acidente e descobri que você estava em coma. Antony, eu estava aqui durante todo tempo ao seu lado segurando sua mão pedindo a Deus que fizesse um milagre.

Neste momento ele virou o rosto ficando de frente para ela acendendo dentro de Sarah uma esperança.

— Eu preferia ter continuado em coma do que ter acordado e me encontrar nesta situação.

Foi possível sentir toda dor que ele tinha através de suas palavras. Ela deu um passo à frente se aproximando da cama e tocou o seu rosto com a ponta dos dedos delicadamente.

— Meu amor, a gente vai superar mais essa.

Ele novamente virou o rosto para o lado rejeitando seu toque.

— Não temos que superar nada. Minha vida acabou desde o momento que eu soube que nunca mais poderia jogar.

— Não, Antony. Sua vida não acabou, nós vamos recomeçar do zero.

Ela tocou seus braços e quando ele percebeu que não sentia aquele toque, das mãos que tanto amava, ficou ainda mais inconformado.

— Sarah! Eu sou um inválido, não sirvo para mais nada. Você não percebeu?

— Meu amor, nós vamos trabalhar pesado para você melhorar. Eu já pude lhe ajudar uma vez e agora prometo que me esforçarei ainda mais.

Ele bufou incrédulo.

— Isso daqui não é mais um de seus estágios da faculdade, Sarah! E nem se trata de um simples caso de lesão. Aqui é a vida real, muito mais complexo do que você está acostumada.

Por mais que compreendesse toda situação que ele estava enfrentando, ela não podia negar que se sentiu uma ponta de dor lhe esmagar o peito, Antony parecia não acreditar em seu trabalho.

— Estudei muito para chegar onde cheguei e se consegui me formar, é porque sou capaz.

Ele pareceu um pouco arrependido de suas palavras.

— Me desculpe, não foi isso que eu quis dizer. Realmente você é muito boa no que faz.

Ela resolveu ignorar as palavras anteriores. Afinal, não adiantaria ficar chateada com ele neste momento.

— Antony, eu conversei com o seu médico, e sei que o seu caso tem chances de se reverter até certo ponto.

Mesmo assim ele não pareceu muito animado.

— O máximo que conseguiremos, serão os movimentos dos membros superiores.  Se eu não puder jogar nunca mais, não tenho vontade de fazer mais nada. E sei o quanto tudo isso poderá desgastar nossa relação. Apenas estou adiantando as coisas. Então é melhor cada um seguir a sua vida.

Sarah sentiu todo o seu corpo gelar com cada palavra, afinal estaria terminando?

— Claro que não. Eu não vou te abandonar no momento em que você mais precisa.