Holding Up Your Heart [Hero & Josephine]

Capítulo 4

"Posso perguntar uma coisa?" Ele pergunta, olho para ele.

"Tecnicamente você já perguntou." Digo e entrego a coleira do cachorro a ele. Ele revira os olhos. "Tá bom, pode perguntar."

"Você realmente está sem ficar com ninguém por três anos?" Dentre tudo, isso era o que eu menos esperava.

Volto meu olhar para frente e balanço a cabeça simplesmente.

"Por quê?" Ele pergunta.

"Porque ao contrário de algumas pessoas eu não preciso de sexo casual pra viver, e com certeza não quero namorar. Eu vivo para o meu trabalho, simples assim." Respondo e sinto que ele continua com os olhos em mim, viro o rosto para encarar ele também.

"Eu meio que entendo, também vivo para o meu trabalho, amo o que faço." Ele diz, logo continuando. "Mas não achei que você fosse do tipo que não namora."

"Você literalmente me conheceu ontem, isso é meio julgador não acha?"

"Tá mais pra um pré conceito, e eu perguntei pra minha irmã sobre você então sei o suficiente." Ele me dá aquele olhar convencido.

"O que ela disse?" Pergunto para manter o assunto.

"Tirando a parte em que ela me implorou pra eu não trepar com você?" Faço uma careta pelo modo em que fala e ele sorri.

"Acho que você podia cortar essa parte." Digo para ele.

"Ela basicamente me falou que você não gosta de falar da sua família, então falam mais sobre o presente e futuro do que qualquer coisa." Ele dá de ombros e passa a mão no cabelo depois de trocar a coleira de Diesel de mão.

"Na mosca." Dou uma piscadinha, não me irrito quando dizem que não gosto falar do meu passado, porque realmente não gosto, prefiro que saibam de agora do que me irritar com perguntas insistentes.

Tiro o celular da braçadeira para caminhada para ver as horas, faltavam 10 minutos para o meio-dia.

"Que horas são?." Hero pergunta.

"Agora são onze e cinquenta e um." Respondo guardando o celular novamente. Me levanto para ir embora. Hero ergue a cabeça para me olhar.

"Você tem algum compromisso?" Ele quer saber.

"Hmm, não, ia voltar pra casa na verdade." Aponto para o prédio à frente e ele se levanta.

"Ótimo, então você pode me acompanhar até a casa do meu amigo pra deixar o Diesel lá né?"

Penso alguns segundos sobre o assunto, não tenho nada de legal pra fazer hoje e iria provavelmente assistir o dia todo, ou ler.

"É muito longe?" Pergunto.

"Não, é pertinho." Ele responde.

E então me convence. E se torna um grande mentiroso para mim, porque a casa de seu amigo — Noah, a propósito — É seis quarteirões de distância.

"Deveria ter vindo de carro..." Digo, fazendo o caminho de volta ao prédio com o mesmo, quase morrendo do coração.

"Para de ser sedentária, nem é assim tão longe." Ele diz, olho para ele de cara feia e ele levanta as mãos como quem diz "só tava dizendo" enquanto reprime um sorriso.

Quando estávamos próximos ao meu prédio, ele para de andar e parece ter pensado numa fórmula para um remédio para curar o câncer, de tão pensativo.

"O que foi?" Pergunto, parando também.

"Lembrei de um lugar ótimo que tem por aqui. Que tal irmos lá?" Ele diz, me olhando com os olhos com expectativa.