Holding Up Your Heart [Hero & Josephine]

Capítulo 4

Josephine Langford

Quinta se passou como um borrão, apenas saí para minha corrida matinal e fui comer no Fuzzy's, uma lanchonete de fast food perto do meu prédio. Quando voltei para casa fui logo tomar um banho e então passei o dia todo assistindo. Era isso que eu fazia, tinha meu emprego dos sonhos no qual me dediquei muito para conseguir e uma vida entediante. É aquele velho ditado, não se pode ter tudo na vida.

Na sexta eu desligo meu despertador antes de tocar, desejando ao menos uma vez na vida ter uma boa noite de sono. Se não fossem pelos produtos de beleza milagrosos viveria com bolsas de olheiras debaixo dos olhos sempre.

Às nove horas já tinha tomado banho. Pego meu celular e vou lendo uma mensagem de Mercy ao caminho para a cozinha. Ela está me chamando para sair amanhã. Considerando que vou trabalhar segunda e não planejei fazer nada no fim de semana, não vejo problema em não aceitar. Escrevo que estou dentro e envio a mensagem, deixo o celular em cima da bancada antes de começar a preparar meu café da manhã, que não é lá essas coisas visto que preciso ir às compras. Frito o último ovo e passo geleia em duas torradas, pego o restinho do suco de laranja de caixinha e coloco num copo. Termino de comer tudo antes mesmo de perceber.

10:30 da manhã é meu novo horário favorito, o ar quando saio do prédio em que moro é revigorante. Faço meu caminho até um parque próximo dali e coloco os fones de ouvindo dando play na música Good Times Bad Times do Led Zeppelin, ela me lembra os passeios de carro com meu pai, ele nunca tirava aquela fita do rádio. Enquanto corro, vejo algumas pessoas que passam fazendo caminhada e outras apressadas para o trabalho do outro lado da calçada.

Londres é um lugar muito diferente de Perth, onde morava. Era uma cidade normal, era grande mas todos se conheciam, também era limpa e um belo lugar para se visitar mas não me encantava. Eu sonhava pelo dia em que sairia de lá.

Só paro de correr quando sinto minhas pernas começarem a doer, então diminuo o ritmo e tiro os fones os deixando nos ombros.

Após minha corrida matinal de uma hora em ponto, sigo até um banco que tinha no parque, me sento ali e fico apenas curtindo a vista enquanto descanso para poder voltar para meu apartamento.

Vejo um cachorro se aproximar correndo de mim e congelo na hora, não é um cachorro pequeno e não sei o que ele pode fazer. Quando ele está perto o suficiente vejo alguém correndo atrás dele, quase dou risada da situação. O cão para perto de minha perna então pego sua coleira para o segurar, fazendo um favor a quem quer que seja o dono. Ele é marrom com uma mancha branca na barriga linda e me deixa alisar ele.

"Caramba." Reconheço essa voz que manda arrepios pelo meu pescoço e então olho para cima vendo Hero ofegante olhando para o cachorro.

"Não sabia que tinha um cachorro." Falo tentando disfarçar o pequeno desconforto que sua presença me causa, ele olha para mim e continuo a alisar o cão, que lambia minha mão algumas vezes.

"Tecnicamente não é mais meu, eu dei ele quando precisei ir pra Nova Iorque." Ele diz e se senta ao meu lado no banco. Observa o cachorro e sorri levemente, voltando sua respiração ao normal aos poucos. "Ele gostou de você."

Eu volto a olhar para o cachorro e sorrio também, parece mesmo que ele gostou de mim.

"Que nome você deu pra ele?" Pergunto coçando o pescoço do cão.

"Diesel." Ele responde e o encaro, mordo a bochecha para não deixar escapar uma risada porque não sei o que ele tem haver com esse nome.

"Por quê?" Pergunto por fim.

"Nada pessoal, eu vi num site e gostei." Ele dá de ombros.

Ficamos num silencio estranho por alguns segundos.