Capítulo 14

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Eram quase seis da manhã quando Lisa acorda no chão frio daquela cozinha, logo sentindo um peso em seus braços, olha para baixo e vê Chaeyoung dormindo serenamente. Sorri ao lembrar da noite anterior.

-Não foi assim que eu imaginei nossa primeira vez. -diz Chaeyoung surpreendendo Lisa que achava que ela ainda estava dormindo.

-Nossa foi tão ruim assim? -brinca arrancando uma risada da mais velha.

-Não pelo contrário... Não poderia ter sido melhor. -diz a militar se virando e agora ficando com o corpo em cima de Lisa, iniciando um beijo quente.

Lisa arrasta suas mãos até a bunda de Chaeyoung, onde a aperta fortemente.

-Mas da próxima vez vamos fazer numa cama... -diz Chaeyoung atacando os lábios da doutora, que solta um gemido ao sentir a militar começar a se mover lentamente em cima de sua intimidade. -Temos que sair daqui. Daqui a pouco algum soldado pode aparecer. -diz preocupada, agora se sentando em cima das coxas da tailandesa. -Tem razão... -Lisa se senta também e Chaeyoung se ajeita em seu colo. -Vamos logo, ainda tenho que voltar pro hospital.

Chaeyoung levanta e começa a procurar pela sua farda, que por sorte estava perto e se veste. Lisa faz o mesmo antes de se despedirem e voltarem para suas rotinas.

[...]

-Como ela está? -Lisa pergunta entrando no quarto em que a mãe de Akio e vários outros pacientes estavam internados, separados apenas por uma divisória que continha uma cortina para privacidade.

-Continua na mesma. -responde Lawan desanimada.

Não havia mais nada que pudessem fazer naquele momento além de continuar lhe dando os remédios e esperar que ela melhorasse.

Lisa logo volta sua atenção para outros pacientes, os atendendo com um humor melhor do que o habitual.

-Alguém está feliz hoje. -comenta BamBam, Lisa apenas sorri. -E não dormiu em casa noite passada também... -provoca a empurrando levemente com o ombro.

-Me deixa. -se afasta fingindo estar brava, mas com o sorriso ainda em seu rosto, pegando alguns prontuários que estavam em um balcão próximo. -Vamos, temos muitos pacientes para ver hoje.

-Sim senhora. -responde brincalhão batendo continência.

[...]

Do outro lado da base soldados estavam correndo armados, e vários carros estavam saindo em alta velocidade pelo portão.

-Amor, o que está acontecendo? -pergunta Jisoo se aproximando de Jennie.

-Um grupo fortemente armado está atacando o vilarejo próximo daqui, estamos indo pra lá agora. -diz enquanto faz menção de realmente ir embora, mas não antes de ser impedida por Jisoo que a segura pelo braço.

-Toma cuidado, tá. -orienta preocupada.

-Eu sempre tomo. -sorri terna e dá um selinho rápido na noiva antes de entrar no próximo jeep que estava para sair.

Os soldados rapidamente chegam ao local sendo recebidos por um forte tiroteio. A capitã e a primeira-tenente literalmente pulam do veículo, procurando abrigo atrás de um pedaço de concreto que havia caído de uma construção não terminada, graças ao ataque.

Chaeyoung se levanta com sua metralhadora em punho, o suficiente para avistar um dos atiradores inimigos que estava à sua esquerda e o acertar. Jennie faz o mesmo, mas pelo lado direito. As duas sorriem uma para outra e se cumprimentam batendo as mãos.

-Cuidado! -grita Chaeyoung vendo alguém se aproximar sorrateiramente delas, pronto para atirar em Jennie. A primeira-tenente, então, empurra a amiga para o lado e o acerta primeiro.

-Essa foi por pouco... -diz Jennie se levantando e se ajeitando na sua posição inicial.

-Preciso encontrar Akio. -o tom de preocupação em sua voz era perceptível.

Jennie pondera por alguns segundos antes de autorizar. Sabia que não havia nada que pudesse dizer que a faria desistir de ir atrás daquela criança.

-Vai, eu te dou cobertura.

Chaeyoung bate continência antes de sair correndo, tentando desviar das balas. Jennie começar a atirar com sua metralhadora, chamando a atenção dos criminosos para si.

A primeira-tenente atravessa todo o vilarejo, com muita dificuldade diga-se de passagem, até chegar em uma pequena Igreja que ficava no topo de uma colina. Parecia ser o único lugar ali que não estava sendo bombardeado. Pelo menos não ainda.

Chaeyoung se aproxima cuidadosamente, e com a mão direita abre a porta, já que a esquerda estava segurando a sua pistola, uma glock 19 de nove milímetros. Os moradores que estavam se escondendo se assustam, mas ao reconhecerem a coreana relaxam.

-Akio. -diz aliviada indo em direção ao pequeno que estava acompanhado de Alfie. O garoto corre até ela abraçando-a forte pelo pescoço.

Mas aquele momento entre os dois é interrompido quando a Igreja começa a ser atacada também. Todos se jogam no chão ao ouvirem os disparos. Assim que os tiros cessam temporariamente, Chaeyoung se levanta e tenta espiar por uma fresta de uma janela que havia se quebrado, o que estava acontecendo lá fora.

Percebe que haviam oito homens fortemente armados, e não pareciam que iam embora tão cedo.

-Capitã, câmbio. -tenta se comunicar pelo walkie-talkie, mas tudo o que escuta é um chiado irritante.

-Jongdae... -faz mais uma tentativa, mas o som daquele chiado era insistente. -Droga! -exclama irritada. -Tem alguma outra saída por aqui? -pergunta aos moradores, mas a barreira de linguagem era realmente um empecilho.

Alfie começa a traduzir tudo no idioma local, o que Chaeyoung agradeceu mentalmente.

O sacerdote que ali estava, um homem rechonchudo e de cabelos grisalhos, diz que havia uma pequena saída pelos fundos.

-Então vamos. Rápido! -ordena e os moradores prontamente se levantam seguindo o sacerdote até a outra saída.

Começam a escutar um barulho na entrada. Estavam querendo entrar ali a qualquer custo. Chaeyoung anda de costas com sua arma apontada para a porta, pronta para atirar em qualquer um daqueles canalhas que se atrevesse a entrar ali.

Ao chegarem ao fundo da Igreja, os moradores vão direto àquela pequena porta e começam a sair um por um.

-Cuida dele. -diz para Alfie, que foi um dos primeiros a sair juntamente com Akio.

O rapaz apenas sorri. Um sorriso que assegurava a militar e naquele momento ela teve certeza que poderia confiar no britânico.

Um grande estrondo é ouvido lá de dentro. Eles haviam conseguido derrubar a porta.

-Vão! -grita Chaeyoung empurrando as duas últimas pessoas que ainda não tinham saído.

Todos vão embora, com exceção de Chaeyoung que ficou ali esperando os criminosos. Ela troca a glock por sua metralhadora, uma CZ EVO3. Como não havia nenhum lugar para se esconder naquela sala minúscula, se deita no chão com sua arma apontada para a porta, apenas esperando eles entrarem.

Tinham demorado mais do que previa, mas após lentos e torturantes minutos, percebe a maçaneta girar.

Estavam ali.

BATTLEFIELD - CHAELISA Where stories live. Discover now