A lua cheia era a única coisa iluminando seus passos enquanto caminhava. Estava uma noite tão bonita, quase perfeita, diria. As estrelas brilhavam como nunca no céu. O silêncio era tamanho que o único som que Chaeyoung conseguia escutar era seu coração batendo loucamente dentro de seu peito.
-É aqui. -seus devaneios foram interrompidos pela voz da capitã do exército, Jennie Kim.
Um dos soldados, Byun Baek-hyun pega sua arma, um rifle M-40A3, mirando na pequena casa à sua frente, na tentativa de detectar algum movimento.
-Conto sete homens, senhora. -diz Baekhyun voltando-se para encará-la, à espera de alguma ordem.
Jennie não responde, apenas respira profundamente, como se estivesse no ar toda a coragem que precisava. Afinal, estavam em menor número, e estava prestes a colocar todos os seus companheiros em risco.
-Primeira-Tenente Park Chaeyoung e Shin Hoseok vão entrar comigo, enquanto Byun Baekhyun e Im Nayeon ficam aqui nos dando cobertura. Entendido?
-Sim, capitã! -Todos batem em continência e respondem em uníssono.
Os três partem em direção àquele pequeno casebre sujo e abandonado.
-Eu o vejo. -diz Chaeyoung após espiar por uma pequena fresta.
Ambas se olham por alguns segundos, como se não precisassem de palavras para se entenderem. Jennie Kim e Park Chaeyoung se tornaram grandes amigas na época de recrutas, e são inseparáveis desde então. Foi através da mais nova que a capitã conheceu o grande amor da sua vida, sua noiva, a advogada Kim Jisoo.
Chaeyoung então abre vagarosamente a janela, o suficiente para conseguir jogar a granada de fumaça lá dentro e a arremessa. Assim que aquele nevoeiro começa a tomar conta do lugar, os inimigos que lá dentro estavam começam a atirar para o alto, desordenadamente, sem direção.
-VAMOS! -ordena Jennie e Shin Hoseok derruba a porta.
Os soldados invadem aquele lugar, quando de repente Jennie sente um peso sobre ela. Tinha sido atingida. Um dos homens estava imobilizando-a e não demorou muito para começar a enforcá-la. Jennie sentia todo o ar esvaindo-se de seus pulmões. Tentou reunir todos os últimos vestígios de força que ainda tinha para alcançar a sua arma, que caiu com o impacto. Ao pegá-la atinge o homem na cabeça fazendo-o tombar para o lado, saindo de cima dela, e o rende.
-JENNIE! -grita Chaeyoung indo em direção a amiga.
-Eu estou bem. Vai... -Chaeyoung exita um pouco antes de deixá-la para trás, mas não podia desobedecer uma ordem de sua superior.
Jennie chuta aquele mesmo homem na cabeça o apagando de vez.
Enquanto Chaeyoung adentra um dos cômodos da casa, onde estava o motivo de estarem fazendo tudo isso, sendo recebida com um forte tiroteio. Ela atinge um dos atiradores em cheio. Essa era uma de suas maiores qualidades, Park Chaeyoung sempre foi a melhor atiradora entre todos os outros soldados.
Escuta alguém caindo ao seu lado e olha para trás, era um dos criminosos que havia acabado de ser morto por Hoseok. Ela o agradece com um aceno de cabeça e entra de vez naquele quarto, indo em direção ao refém, o primeiro-sargento Oh Sehun, que foi sequestrado há algumas semanas por inimigos.
-Sehun... Sehun, fala comigo! -ele estava em pé e amarrado ao teto pelas mãos, completamente ensanguentado. Chaeyoung o desamarra imediatamente e com dificuldade tenta sair dali, o apoiando em seu ombro. Ao avistarem os dois do lado de fora, Baekhyun e Nayeon vão correndo para ajudá-los.
-Onde estão Jennie e Hoseok? -pergunta Chaeyoung enquanto eles a ajudam a socorrer Sehun.
-Eles ainda não saíram. -responde Naeyon.
-Eu vou voltar lá. -diz a primeira-tenente, sua agitação era visível.
-Não. Você já passou tempo demais lá dentro. -diz Baekhyun a impedindo, segurando seu pulso levemente. -Eu vou.
Assim que Baekhyun faz menção de se mover, Jennie e Hoseok surgem caminhando em sua direção. Jennie andava com dificuldade, com uma das mãos segurando a sua costela, onde tinha recebido a pancada.
-Você está bem? -diz indo até a amiga.
-Estou sim. -diz a capitã forçando um sorriso que mais pareceu uma careta. -Vamos sair logo daqui.
Os cinco partem rapidamente dali, pelo menos o tão rápido quanto era possível. Eles tinham deixado um jeep em um canto afastado dali, para não correrem o risco de serem vistos chegando. Era uma caminhada de vinte minutos até o veículo.
Depois do que pareceu uma eternidade, finalmente chegam à base, levando Sehun imediatamente à ala médica. O lugar não tinha uma aparência das mais aconchegantes, e Chaeyoung não se sentia à vontade ali.
-Coloque-o aqui. -diz um dos médicos, Chae Hyungwon, indicando uma das macas. Eles o deixam ali e se retiram da tenda.
-Será que ele vai ficar bem? -pergunta Chaeyoung aflita.
-É difícil saber, ele está bem machucado e passou a maior parte do caminho inconsciente. Mas o primeiro-sargento é forte e tenho certeza que vai sair dessa. -diz Jennie, que ao mesmo tempo que estava preocupada tentava confortar a amiga.
-Capitã. Primeira-tenente. -se aproxima o soldado Kim Minseok, batendo continência.
-Diga, soldado.
-O coronel Yang Hyun-suk deseja ver vocês na tenda dele agora.
-Ok, soldado. Muito obrigada. -as duas se entreolham, já imaginando o porquê estarem sendo chamadas pelo chefe. -Dispensado.
Minseok bate continência e sai logo em seguida. As duas vão em direção à tenda do coronel.
-Fizemos o certo, e eu não me arrependo de nada. -diz Chaeyoung antes de Jennie abrir a porta, segurando seu pulso.
-Eu também não. -a mais velha sorri fraco para a amiga.
Depois de alguns minutos lá fora, finalmente vão ao encontro do coronel. O homem mal encarado estava em pé e de costas para a porta.
-Imagino que já saibam o porquê as chamei aqui. -diz virando-se lentamente para elas, que apenas assentem. -Vocês, juntamente com outros soldados, saíram em uma missão não autorizada...
-Mas salvamos o primeiro-sargento. -interrompe Jennie, de maneira quase inaudível.
-Não me interessa, capitã. O ponto é que vocês arriscaram suas vidas e a de outros soldados, e desobedeceram as minhas ordens! -se exalta o coronel. As duas apenas abaixam a cabeça. -Eu deveria rebaixar vocês. Ou melhor, eu deveria expulsar as duas. -respira fundo se acalmando. -Mas seria um desperdício para o exército e para o país perde-las.
Chaeyoung e Jennie se entreolham confusas.
-Então qual vai ser nossa punição, senhor? -Chaeyoung fala pela primeira vez.
-Vocês ainda vão saber. Preciso resolver alguns detalhes ainda. Dispensadas.
Batem continência e saem.
-Ele está todo misterioso. Devemos ficar com medo dessa punição? -pergunta Chaeyoung encarando o chão com o cenho franzido.
-Eu espero que não.
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BATTLEFIELD - CHAELISA
RomanceSerá possível encontrar amor em um lugar devastado por tanta guerra? Lisa, uma médica extremamente dedicada e altruísta, que após ter seu coração partido quando estudava medicina na Coréia, voltou para Bangkok e jurou nunca mais se apaixonar. E Par...