33 - Should i stay or should i go. - Benjamin.

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Mesmo o apartamento de Lana sendo próximo do meu, resolvi pegar um Uber. Não queria me atrasar pra aquele momento importante. Algumas dúvidas ainda passavam pela minha cabeça, mas decidi que era melhor mandá-las embora ou a minha ansiedade só iria aumentar. Eu levava um buquê de flores, astromélias como sempre. As flores amarelas, contrastavam com minha camisa vermelha de manga longa. Não sabia que tipo de roupa se usa pra conhecer a mãe da namorada, então fui o mais básico porém arrumado possível.

O uber parou, eu desci e o carro foi embora para mais uma corrida. Subi o elevador do apartamento de Lana, me olhando no espelho pra garantir que estava bem. No espelho, meu relógio reluzia as horas de forma elegante. — 19:00 — Ele marcava. O elevador abriu e eu fui confiante até a porta de Lana. Antes de bater, chequei o buquê para garantir que estava com as flores organizadas e dei uma checada de leve no meu bafo. Aí sim, eu bati na porta. 

— Oi, amor! — Disse Lana, abrindo a porta, com seu sorridente semblante de sempre. — Está atrasado!

— Que? — Brinquei. —  São 19 horas em ponto! Eu sou pontual, você sabe.

— São 19:01! — Brincou ela, checando o seu relógio de pulso. — Parece que o senhor pontual não é tão pontual assim!

Nós dois rimos e nos beijamos.

— Entre! Você vai adorar minha mãe! — Disse Lana, saindo da minha frente pra que eu pudesse entrar no apartamento.

O seu interior estava como eu já conhecia, arrumado, perfumado e rodeado de flores. O cheiro de comida exalava a sala de estar e eu acabei percebendo que estava louco de fome. No sofá, estava uma mulher tão bonita como Lana. Ela obviamente era mais velha, mas se eu não já soubesse, nunca diria que era a sua mãe. A mulher se levantou do sofá e caminhou até mim.

— Oi, tudo bem? — Disse ela, gentil e sorridente, num abraço confortante. Agora eu realmente entendi a quem Lana puxou tanta elegância. — Pillar. 

— Benjamin! — Respondi. Ergui o braço, lhe entregando o buquê de flores. — Trouxe para a senhora!

— Oh, querido! São lindas! — Disse Pillar, tomando o buquê pra si. — Ah e, por favor, Nossa Senhora está no céu. Pode me chamar de Pillar!

— Certo Pillar! — Eu disse.

Nós três rimos.

...


Foi um pouco constrangedor, mas conhecer os pais da pessoa que a gente gosta nunca é fácil. Os pais de Clara, por exemplo, foram tão estúpidos que eu nunca mais os visitei. 

Na mesa da cozinha, eu e Pillar estávamos sentados frente à frente. Lana andava para lá e pra cá pela cozinha. Ela estava preparando uma macarronada de forno com creme de camarão e o cheiro me fazia ficar mais ansioso. Acho que o fato de o pai dela não estar ali facilitava as coisas, já que eu não teria que ficar explicando minhas intenções de vida com Lana e etc.

— ... e desde então, tem sido eu e Lana! — Falava Pillar, sobre a morte do pai de Lana. — Mas eu e meu marido trabalhamos duro pra nossa filha ter uma ótima vida e sou muito orgulha por isso... assim como o pai dela!

Eu mal falava. Até gostava que Pillar fosse uma tagarela.

— Mas me fale um pouco dos seus pais!

— Oh, sim. Eles investiram bastante em mim também e ficaram muito felizes quando eu estava cursando direito e...

— Ah, você é formado?

— Na verdade, não. — Eu disse, meio sem graça.

— Oh. — Grunhiu ela.

A Graça das FloresOnde histórias criam vida. Descubra agora