Sehun chamou por Mi So, mas ela sequer se deu o trabalho de olha-lo. Não tinha o direito de estar chateada com o que ele tinha dito, afinal, não era como se eles já tivessem feito planos de se casar e ter filhos. Mesmo assim, não conseguia entender como ela podia chamar o amor de um homem para com uma mulher de loucura.

- Ele mesmo parece um pouco estando comigo. - falou consigo, rindo soprado. - Qual é o problema com aquele idiota?

- Falando sozinha, senhorita Shin? - ela ouviu a voz do Park, e deu um pulo por conta do susto. - Entre, quero falar com você.

E assim ela fez. Era a sua segunda vez naquela sala gelada, considerada a sala da morte entre as pessoas ali. Mi So se sentou, envergonhada.

- Tenho três coisas para te dizer. - informou e esperou que a menina insinuasse para que ele pudesse continuar. - Primeira, não pense que as coisas serão fácies para você por conta do nosso relacionamento fora daqui. - Mi So assentiu. - Segundo, tenho um caso para você. E terceiro, não gosto de Sehun quando está com você.

- O-oque? - gaguejou tentando assimilar o que ele estava dizendo.

Dong-sun suspirou. Não queria magoar a menina, mas era melhor ela se chatear um pouco naquele momento do que morrer em alguma ocasião.

- Ele não consegue pensar com você por perto. - começou. - Ele se preocupa mais com você do que com ele, ou com os membros da equipe dele. Isso pode ser um desastre.

- Eu nã-

- Eu não terminei, senhorita Shin. - o Park cortou sua fala. - Sei o quanto vocês gostam um do outro, e admiro isso. Mas é mais seguro para vocês ficarem afastados, principalmente agora que estão trabalhando juntos.

Mi So não conseguia formular uma frase, por menor que fosse. Ela não conseguia, não podia. Dong-sun brincava sobre ela é Sehun se relacionarem antes de realmente fazerem isso, torceu o nariz quando eles contaram a todos que estavam juntos, quando ainda era uma promotora. Mas agora que estava ali, ele parecia odia-la mais que tudo.

- Tem uma equipe esperando por você na sala de interrogatório. - Dong-sun disse, dando a ela uma pasta contendo todas as informações que ela precisava ter. - Não é a sua, mas as regras são as mesmas. Pode ir agora.

Com as pernas bambas e as mãos tremendo, Mi So se retirou da sala, tentando seu melhor para não demonstrar o quão afetada estava. Ela se recostou na parede, controlando sua respiração e dizendo a si mesma que precisava manter a calma para pensar com clareza.

- Com licença, você é a encarregada do interrogatório do caso 109? - uma senhora se aproximou perguntando, e vendo a enorme interrogação na testa de Mi So, ela apontou para a pasta nas mãos da Shin.

Mi So olhou pela primeira vez para o objeto preto em suas mãos, com os números 1-0-9 destacados na capa.

- É, acho que sou sim. - ela respondeu baixo.

- Vamos logo então. - a senhora pareceu impaciente. - O que aconteceu? Acordou com o pé esquerdo?

- Antes fosse essa a razão do meu dia estar sendo péssimo. - Mi So soou amargurada, tanto que a senhora não falou mais nada.

As duas caminharam até a sala de interrogatórios, enquanto Mi So analisava os documentos que tinha em mãos. Era um caso de assassinato em série que o ministério público tinha passado para o serviço de inteligência.

- Porque o ministério mandou isso pra cá? - perguntou para as pessoas que estavam na cabine.

- É isso que seus amigos promotores fazem quando eles não querem resolver casos ou quando não têm capacidade. - um deles disse tentando soar engraçado.

"Eu nunca fiz isso, nem conheço alguém que já tenha."

- Vamos fazer logo isso. - ela disse, indo de encontro ao criminoso.

Ela estava tentando, de verdade, e no começo tinha sido fácil falar com o homem que tinha uma cicatriz enorme no rosto. Já tinha perguntado qual tinha sido a motivação para ele ter feito a chacina, mas não estava certa de que tinha sido mesmo ele.

Mi So estava ficando impaciente com as atitudes desleixada e desrespeitosas do cara, ele tinha dito que ela era gostosa e que sairia com ela. Estava lutando contra seus impulsos de pular no pescoço dele, mas quando ele disse que pagaria pelos seus serviços, a Shin não conseguiu se controlar.

- Escuta aqui. - se ergueu de pé na frente dele, com uma cara tão assustadora que até mesmo a escrivã que a acompanhava ficou com medo. - Eu não estou aqui me divertindo, e com certeza não vim te dar diversão.

Ela contornou a mesa, se abaixando ao lado dele e tocando a cicatriz dele, disse.

- Então acho melhor começar a cooperar, se não quiser ganhar outra como essa.

A intenção dela era amedrontá-lo, mas tudo o que conseguiu foram boas gargalhadas. O sangue de Mi So estava quente, ela estava estressada e não se deu conta do que estava fazendo. Começou a gargalhar junto dele, até o momento em que empurrou a cabeça dele contra a mesa, com toda a força que tinha.

Um filete de sangue começou a escorrer da testa do criminoso, e ele não parecia mais tão tranquilo quanto antes. Mi So, por outro lado, parecia bem confortável com um sorriso sombrio nos lábios.

- Agora, vamos fazer do meu jeito.

Angel. 》Oh Sehun 《Onde as histórias ganham vida. Descobre agora