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Todos sempre dizem que o estresse do trabalho atrapalha a vida de qualquer um, e que é impossível fugir disso. Mas Mi So nunca sofrera tanto com a pilha de processos em cima de sua mesa como naquele momento. A menina tentava de todas as forças focar nos papéis e esquecer a maldita ligação de Sehun, mas parecia impossível.

Depois de terem aquela ridícula discussão e Mi So ter praticamente expulsado Sehun de sua casa, ela demorou a dormir pensando em como consertar as coisas. E então ele a ligou, pedido ajuda.

Não que ela não quisesse ajudar, mas Sehun era um agente excepcional dentro do NIS, e trabalhava ao lado de pessoas tão capazes quanto ele. Mas ele queria sua ajuda, e isso a deixava com um sentimento diferente.

- Por que está aí parada olhando pra esse papel em branco? - o investigador Jung perguntou, pondo mais papéis em cima da mesa.

- Estava pensando em algo. - ela respondeu, arrumando sua postura. - Já interrogou a testemunha do caso Kang?

Jung suspirou, cansado.

- Ela não veio.

So jogou a caneta com força sobre a mesa, mas tratou de se acalmar.

- Tudo bem, não vamos nos prender a isso. - ela diz. - Traga novamente as fotos do local da morte, os depoimentos que já temos e o resultado da balística. Vamos resolver este caso de uma vez por todas.

E assim foi feito. A Shin, junto do Jung, passaram o resto do dia formando teorias de supostos criminosos. Sun-hee tentava ajudar com o que estava ao seu alcance, mas ela não estava muito apta àquilo. As fotos do corpo da vítima ensanguentada lhe dava ânsia de vomito.

Já eram 18h horas quando o investigador e a promotora chegaram a uma teoria plausível, e só ficaria faltando as provas para poderem levá-la diante do juiz, o que não seria tão difícil.

- Traga as imagens de segurança do restaurante. - ela disse ao Jung. - Mas deixe isso pra amanhã, vá pra casa e descanse.

O homem quase pulou de alegria.

- Obrigado.

Assim que Jung saiu, Mi So ligou para Sehun, avisando que estava saindo do escritório e logo chegaria a caso dos Park. O caminho foi de suspense para ela, que estava em um misto de curiosidade e receio.

Quando virou a esquina da rua de Dong-sun, ela pôde ver Sehun encostado no muro da casa, a esperando. Seu coração acelerou.

- O que está acontecendo? Porque me fez vir aqui? - ela perguntou, sem nem o cumprimentar.

Sehun sentiu a frieza dela.

- O suspeito não quer falar nada comigo e com os outros - ele explica. - pensei que talvez, com você, ele diga o que queremos.

- E o que exatamente você quer saber?

- O que aconteceu durante os últimos três anos e porque só agora a ameaça da Usque ressurgiu.

***

- Você não me parece um criminoso. - Mi So diz ao homem a sua frente. - Estava caminhando? Suas roupas estão sujar de terra.

O homem riu, debochado.

- Você não parece uma agente. - ele rebate. - Estava trabalhando? Sua saia lápis está está levantada.

Mi So olhou para o próprio corpo, entendendo o tom o pejorativo do suspeito. Mas ela não foi a única, do lado de fora Jongdae teve que segurar Sehun para que ele não batesse no homem por insinuar algo do tipo para Mi So.

- Talvez se eu trabalhasse com algo desse tipo eu fosse mais feliz. - ela deu de ombros. - Seria mais prazeroso.

O homem não esperava aquele tipo de resposta. Estava acostumado a ser interrogado por homens, e sabia como contornar a situação quando eles chegavam perto do ponto principal. Mas ele notou que seria um pouco mais difícil com Mi So.

- Acho melhor desistir, eu não vou falar nada.

Min So arqueou as sobrancelhas.

- Então você tem algo a dizer? - ela pergunta.

- Talvez. - ele engole em seco.

- Ótimo. - ela se levanta da cadeira, contornando a mesa e se encostando nela. - Vamos começar pelo seu nome.

Nada.

- Vamos lá, você deve ter um nome. - ela insiste, mas não recebe resposta. - Bom, então eu vou te chamar de Ninguém. Você gosta desse nome, Ninguém? Porque ele combina exatamente com o que você é dentro da Usque. Ninguém.

Ninguém a encarava atentamente. Algo na forma em como ela falava o fazia se sentir desnorteado.

- Eu não sou um "ninguém" lá dentro. - ele diz. - Você ficaria surpresa.

- Por que não me conta então? - ela diz com um sorriso ladino nos lábios.

Ninguém aparentava ser jovem, e por experiência, Mi sabia que seria mais fácil conseguir respostas se afetasse o ego dele.

- Acha que eu sou burro? - ele questiona. - Sei o que está tentando fazer, não vai funcionar comigo.

Ela riu.

- Não se preocupe - o tom de voz dela soava calmo. - Não estou tentando nada, apenas entender uma coisa. Porque se deixou ser pego tão fácil?

- Tudo faz parte do plano.

- Qual plano?

- Vingança. A honra da máfia precisa continuar, claro. Mas o NIS estava sempre na nossa cola. Nada que um suborno não desse jeito, mas ainda assim, a família Usque quer algo a mais.

- O que a família Usque quer?

- Se o NIS cair, a segurança do país vai estar debilitada. E é aí que eu entro.

- Como?

Ele não respondeu. Talvez por finalmente perceber o que tinha feito. Contara a Min So quase todo o plano da Usque. Ele se levantou rapidamente, e mesmo com as mãos amarradas, partiu pra cima da Mi, que gritou. Sehun entrou rapidamente na sala, tirando Ninguém de cima da menina.

- O QUE VOCÊ FEZ? - ele gritou. - ACHOU MESMO QUE EU IA TE CONTAR TUDO SUA TONTA?

Ninguém continuou gritando, mas sozinho e trancado na sala. Mi e os outros já estavam no escritório de Dong-sun, discutindo sobre o que o suspeito havia falado.

- Como fez ele falar? - Jongin perguntou.

- A análise corporal que fiz dele mostrou que o ponto fraco dele é o ego. - ela diz. - A forma como ele age, como se fosse inabalável, as roupas e o jeito do cabelo, tudo. Então foi ali que eu pisei, quando o chamei de Ninguém.

Dong-sun assobiou.

- Você é boa.

- Obrigada. - ela se levantou, pegando o gravador das mãos de Jongdae. - Mas só consegui porque ele provavelmente é carne fresca dentro da Usque. É jovem e quer mostrar confiança aos superiores.

- Acho que ele não é muito confiável. - Jongdae disse.

- Essas máfias tendem a treinar seus homens para que eles não traiam seus objetivos. - ela continuou. - Como eu disse, Ninguém é carne nova e inexperiente. Vacilou quando foi pego, mas não acho que o computador no restaurante sido desleixo dele, mas um aviso de Bang Suk.

Sehun parecia pensar na possibilidade.

- Então porque ele não me entregou quando me seguiu?

- Porque ele sabia que você voltaria até o restaurante para investigar. - ela conclui. - Mas o ponto é, dessa vez foi fácil, fácil até demais.

- E o que isso quer dizer? - Jongin perguntou.

Mi So suspirou.

- Isso quer dizer, que se o que Ninguém disse for verdade, o NIS terá muito trabalho a partir de hoje.

Angel. 》Oh Sehun 《Where stories live. Discover now