As janelas incrivelmente grandes banham a sala com a delicada luz da lua, sombreadas apenas pelas cortinas extravagantes e douradas pendendo com um aterrissar suave no chão. Um sussurro de tecido no mármore brilhante e polido.  As mesas, combinando com as cortinas, apesar de serem brancas, possuem toda sua prataria em dourado. Detalhes, arabescos, bordados... tudo de ouro. Os pratos, taças e talheres também. Uma esbanjação de riqueza para todos os lados.

   Em alguns lugares, como nas portas e maçanetas, há outras pedras preciosas. Diamantes, esmeraldas, pequenos rubis e uma pedra azul que não consegui identificar. Cada pedaço deste lugar grita poder e dinheiro. Tanto, tanto dinheiro que Grant ficaria chocado com tamanha riqueza bem diante de meus olhos.

   Grant. Meu rosto torce em uma careta quando lembro de meu irmão trancado nas masmorras sendo torturado por essa gente. Não quero nem imaginar como ele deve estar agora, esfaqueado e fraco. Será que está vivo? Pode muito bem ter morrido. Apesar de ser um dos melhores soldados que ela já viu, todos eles são mortais. Quase nunca pode-se viver com uma faca enfiada na barriga, ainda mais quando está trancafiado em um lugar sem proteção.

   Se não estivesse enfeitiçada, teria soltado um grito esganiçado ao sentir a magia de Korian me envolvendo por trás, agarrando meus braços e cintura com um puxão para me colocar de pé.

   Trinco os dentes quando sinto meus pés se movendo contra minha vontade através do salão até chegar a uma área onde um enorme trono apareceu.

   É diferente daquele que vi pela primeira vez. Este, um pouco mais brilhante, quase me cega quando uma tonelada de ouro parece estar sendo iluminado pela luz do sol, tão ofuscante que preciso retirar os olhos por uns momentos para não ficar cega de repente.

   Algumas das luzes estão agora direcionadas para lá, e mudaram seu brilho colorido para o branco e amarelo. As pequeninas garras ao redor do trono, marcando o encosto das costas e braços, brilham afiadas. As flores de antes, esculpidas em ouro maciço, não existem mais. Foram trocadas por... garras. Tudo como se fosse um grande animal de boca aberta segurando o rei.

   Quando chego até o pequeno palco, sinto as vibrações ao redor do corpo me puxando para o centro, onde Korian está sentado com uma cadeira vazia ao seu lado. Imediatamente começo a lutar contra as algemas invisíveis, vendo seu sorrisinho de lado quando se vira para me encarar.

   Alguém me tire daqui. Grito com os pensamentos. Mas ninguém pode me ouvir. Apenas ele. Me encarando com olhos estreitos e os dedos batendo impacientemente no encosto da minha cadeira.

   Rigidamente, me sento ao seu lado. A magia ainda continua presa em meu corpo, e tenho que fazer esforço para não tentar escapar.

   ㅡ Sabe, Asterin ㅡ Korian diz, se inclinando para mim. ㅡ, talvez eu goste um pouco desse feitiço que mantém sua boca fechada. É algo muito, muito bom.

   Meus olhos atiram punhais em seu rosto, e ele ri.

   ㅡ Oh, não me olhe desse jeito. Vai ser algo que vou usar com bastante frequência, então se acostume.

   Resmungo por trás daquela mordaça invisível, tentando puxar minhas mãos.

   Korian sorri novamente.

   ㅡ Não adianta, querida. Pode lutar o quanto quiser.

   Não me chame de querida, seu idiota. Digo em minha mente, sabendo que ele está lendo-a.

   Sua risada me confirma isso.

   ㅡ Bem, talvez depois do pronunciamento de hoje, eu possa lhe chamar de "querida" sem receber um olhar tão mortal assim.

A ƑILHA ƊO ƑOƓO - A MALƊIƇ̧ÃO ƊO SOLSƬÍƇIOМесто, где живут истории. Откройте их для себя