dezessete

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Joe estava na sala de casa ouvindo música em seu headset, batucando a batida de um jazz que tocava no aleatório quando seu pai entrou na sala e se jogou no sofá a frente com roupas de academia.

- O que manda, coroa? - O mais novo da família perguntou retirando o headset e pausando a música no celular.

- Quantas vezes eu vou ter que dizer pra você não me chamar assim? - Joseph riu baixinho da cara do pai.

- Pai, chamar o senhor de todo poderoso John Deacon não cola mais, eu já cresci. - O ruivo disse sério e Deaky riu fechando os olhos, assentindo.

- Tem razão, pode chamar de supremo Deus do universo. - O mais velho deu de ombros rindo.

- Ah não, pai! - Joe jogou os braço pra cima em rendição rindo.

Diferente de seus outros irmãos, Joseph adorava esses momentos com seu pai, e talvez fosse por que eles eram tão parecidos que isso facilitava a convivência, só Verônica que sofria um pouco com as brincadeiras, mas nada que ela não estivesse acostumada. Ela e John estavam juntos desde o ensino médio, mas só se casaram depois que Robert nasceu, passaram por todas as dificuldades de um casal normal, no quesito financeiro, pois Verônica sempre esteve junto e disposta a fazer qualquer coisa para ajudar nas contas.

As coisas só começaram a melhorar quando John entrou para a National Grid, um ano depois que Laura nasceu, pois Deacon sempre fora muito esforçado, certinho e justo em qualquer coisa que se propunha a fazer e foi isso que chamou atenção dos diretores da empresa de energia de Londres.

Com dois anos na empresa, Verônica estava orgulhosa de como seu marido havia crescido e já envolvido nos projetos de energia sustentável, a única coisa que ela não aceitava muito bem era o fato de John ter se afastado tanto, as brigas ficaram mais frequentes e insuportáveis, já que ela cobrava atenção, tanto para si quanto para seus filhos, que sentiam falta do pai e não entendiam o que acontecia. No meio daquele ano eles decidiram dar um tempo, Veri aproveitou para visitar sua mãe, já que fazia anos que não a via, enquanto John continuou focado nos projetos e encantado com a quantidade de pessoas que pensavam como ele. Ambos estavam decididos a acabar com o casamento, depois de quase quatro meses separados, então marcaram um encontro e decidiram que teriam uma ultima chance de "acender a chama" do amor entre os dois, o que eles não imaginavam era que um mês depois, mas precisamente em Janeiro de 1983, Verônica descobriu que estava grávida, dessa vez de Joseph, seu caçula. E com a chegada do menino, os dois sabiam que aquilo era um sinal que deveria estar juntos, por isso reataram o casamento logo em seguida.

- Anão é um ser humano pequeno, Joseph. - O mais velho riu alto.

- Falando em ser humano, quer me contar sobre a Johanna? - O ruivo arqueou uma de suas sobrancelhas sugestivo.

- As festas da comunidade de química eram as mais loucas. - John disse fechando os olhos lembrando de como curtia cada festa da época. - Aí misturava com o povo de biologia, já viu.

- O padrinho era Rogerina mesmo? - O pai assenti rindo. - Meu Deus!

- Ainda tinha a Fredderina e a Brianna, nós sempre nos encontrávamos nas festas, tempos memoráveis, filho.

- Eu daria qualquer coisa pra ver isso algum dia. - Joe disse se ajeitando no sofá.

- Teve uma vez que eu quebrei uma janela com o braço, por que eu tava muito bêbado, levei uns 19 pontos, se não tô enganado, mas isso não foi o suficiente pra me fazer ficar longe das festas, três dias depois advinha onde eu estava? - O Deacon mais velho contava rindo baixinho, lembrando que Verônica havia ficado muito chateada consigo. - Agora imagina seu padrinho de mulher hoje! - Ele riu mais alto sendo acompanhado pelo filho

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