Trinta e Seis

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— A morte é o começo da

imortalidade.


Sei que não irá ler isso,

assim como também sei que não irá mais voltar. Nunca mais. Mas quero que você saiba que eu ainda gosto de você. Amo você, por mais que agora não seja um amor de algo a mais e sim de uma amizade que eu sei que vai durar até depois de sua ida. Só queria me desculpar por ter sido um babaca com você e não ter estado ao seu lado quando você mais precisou. Só quero que essas palavras nunca morram. E espero um dia te reencontrar e dizer isso na sua cara, com toda a verdade pura, como estou fazendo enquanto eu escrevo essa pequena nota.

Espero que você esteja bem, Genevieve.

Espero que esteja feliz, junto as estrelas.

Com amor e saudades,

Corujinha.

Estava em casa, junto com Roy, enquanto papai havia ficado no hospital. Mamãe agora devia estar em cirurgia. Papai nos convencera de voltarmos para casa e descansarmos, pois assim que voltássemos para o hospital, mamãe estaria dormindo depois de longas horas de cirurgia em seu quarto.

Enquanto Roy preparava o café da manhã, eu terminava de ler o seu caderno de frases que um dia havia me emprestado, quando uma nota dobrada tinha caído de uma das páginas.

Achei aquilo curioso, porém não deixei de abri-lo para lê-lo. E num espanto, não de ciúmes, mas de surpresa, coloquei a mão na boca, tentando abafar um NOSSA.

— Aqui está seu café, corujinha. — Roy disse, entrando no meu quarto.

Ao olhar para a nota em minha mão, deu uma suspirada e logo se sentou ao meu lado.

— Eu iria te falar sobre isso...

— O que foi que aconteceu com ela, Roy?

Roy parecia que iria chorar, mas pude ver que ele apenas fez uma cara triste e começou a me contar tudo, desde o começo. De como tudo aconteceu e deixou de acontecer, até a morta de Genevieve.

— Espero que não fiquei bravo comigo, corujinha.

— Eu não estou bravo com você. — Disse, beijando seu rosto. — Só quero que da próxima vez seja 

breve e me conte tudo o que está te incomodando. Quero ser um alicerce em sua vida, Roy. Quero te ajudar. Quero te amar.

Roy, num sorriso, beijou meus lábios, sem se importar se alguém aparecesse pela porta e atravessasse o quarto.

Ele pegou a nota de minhas mãos, amassou-a e depois jogou no lixo que havia perto da minha escrivaninha.

Fiz uma cara sem entender o que ele tinha acaba de fazer, até que ele me explicou:

O que dirão as Estrelas?Onde histórias criam vida. Descubra agora