Vinte e Nove (Roy)

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— Quando você chora, três coisas são limpas:

os olhos, o coração e a alma.


Estar com Genevieve, era o resultado de algo que eu sempre venho procurando para a minha vida inteira — Paz, amor, harmonia comigo mesmo e O Chegar As Estrelas.

Depois do beijo, eu soube que a amava de uma tal forma, que eu não conseguia explicar. O meu desejo por ela, era mais do que a minha vontade por beber água. Genevieve era o antídoto para minhas 

feridas. Era o meu elixir para a sobrevivência. Era o néctar dos deuses que me fortalecia e me deixava ter a vontade de querer viver mais e mais.

Todas essas coisas eram verdade.

Porém, apenas uma coisa era contra. Uma peça não fazia parte daquele quebra-cabeça que formávamos. E essa peça, era a que eu mais precisava para ter a certeza de que ela também me amava. De que também me queria por perto. De querer uma vida comigo.

Mas não foi isso que eu encontrei aquele dia.

Naquele dia eu não a reconheci. E soube perfeitamente que ela não poderia me dar o que eu tanto queria de sua parte.

Tudo o que ela me fez, me mostrou ou me deu, me fez criar uma ilusão que eu achava ser real. Que eu achava ser algo que eu procurava a minha vida inteira.

Seu esconderijo, vulgo a segunda casa depois do inferno.

Seu diário. Suas músicas. Suas idas a lugares que eu nunca achei que teria na cidade.

As festas que gostava de frequentar junto comigo. E até mesmo o primeiro beija dado no dia do Central Park, onde eu pude ter a certeza de que nos amávamos. E que a pessoa que eu procurava para ter uma família; eu tinha encontrado.

Mas não era bem assim.

Numa tarde, Genevieve e eu tínhamos marcado de nos encontrar no depósito, para ficarmos de bobeira, fumando e bebendo, enquanto escutávamos músicas. Eu tinha até levado algumas besteiras para beliscarmos, enquanto jogávamos conversa fora. Mas assim que fui chegando perto da pequena casa, que Genevieve tinha orgulho de chamar de sua, depois da primeira que era o inferno total, comecei a escutar gritos e palavras de baixo calão. Haviam duas vozes naquele lugar. E uma delas era de Genevieve. A outra

era uma voz máscula e grossa a qual ofendia brandamente Genevieve.

— Eu não quero saber. Eu te dei um prazo. Agora eu quero receber o que eu tenho direito.

— Cara, você não entende... Meus pais não sabem disso. Não tenho mais coragem de pedir dinheiro para eles.

— Isso não é problema meu. Não me importa o que acontece entre você e seus pais. O que me interessa agora, é o dinheiro da droga.

— Eu juro que se me der mais um tempinho, eu vou arrumar. Eu prometo. — Genevieve estava aflita. Sua voz falhava em algumas palavras e tudo indicava que iria começar a chorar.

O que dirão as Estrelas?Donde viven las historias. Descúbrelo ahora