Trinta e Um (Roy)

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— A morte é tranquila, fácil.

A vida é mais difícil...


Os dias que se passaram não foram nada fáceis para mim. Olhar para Genevieve da mesma forma, antes de quando éramos namorados, não estava sendo uma tarefa fácil. Olha-la era como ver diante de um espelho as melhores lembranças e memórias. O gosto de seu beijo, o cheiroso perfume que se penetrava em

seus cabelos... Tudo aquilo estava sendo demais para mim.

Ela sempre puxava algum assunto, tentando trazer aquela amizade que um dia jogamos fora para construirmos uma vida juntos, porém eu não conseguia me permitir agir normalmente com toda aquela situação.

— Eu quitei a minha dívida, Roy. — Disse ela, com as mãos no bolso, ao meu lado. Eu estava guardando meus livros no armário quando ela chegara sorrateiramente me dando essa notícia. — Estou livre.

— Ah... Que bom. — Disse, seco, voltando o meu olhar e a minha atenção em deixar o meu armário arrumado.

— Você quer ajuda?

— Não, obrigado. — Disse fechando o meu armário e indo em direção ao bebedouro que ficava do outro lado do corredor.

— Ei... — Disse Genevieve, enquanto andava de costas e me acompanhava, olhando-me nos olhos. — Você quer sair hoje à noite, sei lá?

— Valeu pelo convite, mas estou ocupado.

— Ocupado com o quê?

— Com os estudos.

— Cara, como assim? Você nem ligava em estudar, só fazia isso por obrigação.

— Comecei a ter gosto depois de ver que preciso me concentrar na minha vida profissional, já que a amorosa não deu certo.

Aquilo foi um baque para Genevieve, assim como também não estava sendo nada agradável para mim. Pude vê-la parada com um olhar de tristeza, parada no corredor, enquanto eu seguia para o segundo andar, para a minha aula de física.

Semanas após semanas, se seguiram assim.

Concordo que eu fui muito escroto com Genevieve, por mais que eu a tinha prometido que ainda seriamos amigos. Mas nada que eu tentasse fazer para amenizar aquela dor dava certo. Nada. Nem sair com outras pessoas estava adiantando. O meu único refúgio era o meu quarto com os meus fones de ouvido e uma boa música para se escutar.

Como sempre, as brigas dos meus pais já haviam se tornada algo normal no meu cotidiano. Levantava as seis para ir à escola. Quando chegava de tarde, saia do inferno daquele lugar para ir para o trabalho. Quando voltava para casa, depois de um longo dia exaustivo, preparava minha comida e logo ia para o banho. Depois deitava a minha cabeça no travesseiro e tentava sonhar com algo bom, porém nunca dava sorte. Aquela vida que eu tinha, havia voltado, dando um olá sínico, dizendo que nunca mais iria me abandonar. E eu não duvidava disso.

O que dirão as Estrelas?Where stories live. Discover now