Capítulo 2

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    Suspiro, passando a mão pela minha barriga saliente. Queria muito acreditar que isso era apenas um problema com sobrepeso, mas dada a quantidade de exercícios que faço, isso era basicamente impossível.
     Ontem anoite na casa de Diana, me descidir por um maiô justamente para esconder minha falta de forma. Já fazia alguns dias que me sentia um pouco estranha, mal humorada demais, cansada, e sentindo um pouco de enjoo com alguns alimentos. Lembro bem da gravidez de Mariana e sei como eram os sintomas, nem precisei perguntar para saber o que estava acontecendo.
    Se estou aterrorizada? Claro! Nunca senti tanto medo na minha vida. Negação sempre foi uma coisa controlada por mim, mas já fazia três dias que desconfiava dessa possível...bom...vocês sabem. E desde então me recusei a fazer o teste para confirmar. Minhas habilidades me permitiram esconder o meu nervosismo durante esse tempo, controlando meu mal humor excessivo, pegando uma quantidade menor de missões para descansar e evitando comer coisas que sabia que estavam me fazendo mal. Queria dizer que estou calma e centrada, mas isso seria a maior mentira da minha vida. Mantenho o lado de fora o mais neutro possível, sabendo que assim ninguém desconfiaria, mas a verdade é que me sinto o próprio furacão por dentro! Talvez se ninguém souber, tenho tempo pra resolver isso, não é?
     A minha barriga já estava saliente, e isso provavelmente significa que a gravidez estava mais avançada do que esperava. O que se faz com isso? A notícia foi tão repentina, que nem eu mesma estou acreditando. Nunca quis ser mãe. Não me vejo sendo uma. Trocando fraudas? Bufo.
     Abaixo a camisa solta para esconder aquele pesadelo e abano a cabeça para esquecer. Talvez se não pensar nisso, p... droga o que estou pensando?
        Suspiro mais uma vez, saindo do banheiro social da OTEL e caminhando rumo à minha sala. Katye já deveria estar lá me esperando, e assim como eu, ela odiava esperar.
      Adentro a minha sala com pressa, pouco me importando de cumprimentar um dos cadetes que passou por mim e acenou com a cabeça.

-Espero que tenha um bom motivo pra me tirar de uma missão às pressas! -murmura ela, claramente irritada.

-To gravida. - solto, pela primeira vez na vida falando em voz alta a franse que tanto evitei.

      Katye paralisa momentâneamente as expressões do rosto, demonstrando o seu espanto com as palavra que acabara de dizer. Ela abriu repetidas vezes a boca numa tentativa de dizer alguma algo, mas só conseguiu dizer alguma coisa depois que me viu cruzar os braços frustada, e apoiar meu peso na mesa. Acho que escolhi a pessoa errada pra me ajudar.
     Reviro os olhos, vendo minha prima rir achando que aquilo era alguma espécie de brincadeira.

-Não estou brincando. - digo séria.

-Oh, merda, você está falando sério?

-Acha mesmo que brincaria com algo assim?!

-Sabendo da sua fobia por filhos, acho que não diria algo assim se não fosse verdade...

-E então?

-E então o que? É menino, ou menina?

-Não sei!

-Como não sabe?

-Essas coisas levam tempo, Katye. Ainda nem confirmei se é real!

-Você é burra? Como assim não fez o teste ainda? E como sabe que está grávida?

-Conheço o meu corpo, sei que estou um pouco mais cheia...

-Gorda? Você pode simplesmente ter comido demais!

-Já me viu engordar alguma vez? - murmuro. - Além disso, tenho andado com muita fome e enjoo ao mesmo tempo.

-É... São sinais de gravidez. - ela suspira. - Parabéns mamãe!

-Não me chame assim!

-Mais é o que você é né?

-Não quero isso, Katye! -choramingo como uma criança.

Agente Morgan 5Onde as histórias ganham vida. Descobre agora