VI - Esqueça a lógica.

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–Pare de rir de mim! Diga logo!

–Não aconteceu nada. Fique tranquila, eu não a toquei sequer uma vez. – Ele respondeu, depois continuou. – Não que eu não quisesse que tivesse ocorrido algo entre nós.

Eu suspiro com alívio, mas a forma que ele olha para mim, me deixa inquieta.

–Por favor, pare de me olhar assim, me deixa inquieta. –Peço a ele.

Eu ouço seu leve riso ao meu comentário, como se ele me achasse engraçada, o que me faz corar ainda mais. Sensações estranhas tomam conta de meu corpo, ele se aproxima e a única coisa que faço é olhá-lo. Músculos, poder e algo como harmonia, se misturam num simples andar.Reparando melhor do que já havia reparado, tudo nele indicava que era perigoso, que devia ser altamente machucável se quisesse e eu já tive vários exemplos disso nesta semana. Mas indicava muita beleza... Tudo isso num corpo só. Mordo o lábio inferior e por um momento acho que vi os olhos azuis safiras de Aron brilhar. Enquanto ele se aproxima, eu me afasto só um pouquinho para acabar tropeçando no pé da cama e cair no colchão, sentada

Aron para em minha frente, me olhando com curiosidade.

–Por que foge?

Ajeito-me, Aron por sua vez sentasse ao meu lado.

–E-eu não fujo. – Digo.

–Foge sim. – Ele acusa. – Eu só não entendo o porquê .

Olho para ele assim como ele olha para mim.

–Explique-me Luce, diga o porquê.

Uma batalha interior se forma em mim. Uma parte age com a razão, outra com a emoção e eu já nem sei em que confiar. Aron pega, com o dedo indicador e o polegar, o meu queixo e vira em sua direção para que eu possa fitá-lo. Eu poderia me afundar na cor de seus olhos.

–Eu não sei explicar.

–Luce, você acredita em amor à primeira vista? – Aron pergunta e eu arqueei uma sobrancelha em descrença, tanto pela mudança abrupta da conversa, quanto pelo tema.

–Do que está falando? Você só me conheceu a uma semana. – Falo, há um traço de riso em minha voz. Ele, provavelmente, está brincando comigo.

–Olhe bem para mim. Há algum trecho de mentira em meu rosto? Em minha voz?

Fito-o tentando achar algumas das coisas que ele falou, mas não havia nada. Nem sequer um flash.

–Viu? Luce, eu gosto de você. E-eu nem sei como explicar, mas eu... gosto de você. Dê-me uma chance.

Eu ouço sua respiração em meu ouvido e tudo em mim revivesse. Cada parte de meu corpo há formigamento. Tento achar uma razão, algum motivo do por que eu consegui chamar a atenção dele, mas não há nada que eu, particularmente, lembre.

–Sente isso? – Aron perguntou. – Está sentindo isso? – Há um tom esperançoso em sua voz.

Faço que sim com a cabeça lentamente. Seria isto atração? Aquela espécie de atração que faz com que as pessoas durmam uma com as outras, por uma noite de prazer? Ou algo mais? Por que neste exato momento, eu estava me arrepiando toda. O que seria isso? Ele encosta sua testa na minha, os olhos intensos e brilhantes

–Só me dê uma chance. – Diz, antes de me beijar. A única coisa que faço é correspondê-lo. Seus lábios eram tão bom.As mãos de Aron voam para minha cintura, ajustando-me de frente a ele. –Me desculpe Luce, eu não consigo controlar.... – Diz sorrindo e beijando o alto de minha testa.

–Oh, droga! – Digo, levantando-me rapidamente, colocando as costas da minha mão na boca, um pouco envergonhada por ter me rendido a atração.

Lobos não ChoramWhere stories live. Discover now