VI - Esqueça a lógica.

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LUCE

O quarto era totalmente novo, além de ser muito bonito, mas era certamente diferente do meu. Onde diabos eu estava? Ergo-me na cama, sentando e olhando ao redor, nada daquilo parece-me familiar.

A dor de cabeça era tão forte, que parecia que sinos estavam tocando dentro de minha mente. Fracas lembranças da noite anterior invadem com toda a força.

–Ah, não! Essa não! – Murmuro, em pânico completo. O que diabos eu fiz!?

Levanto-me da cama, arrumando-a o máximo que posso, deixando-a impecável. Coloquei rapidamente meus tênis e rodei pelo enorme quarto na procura de um banheiro que felizmente achei. Corro em direção ao espelho e tento ajeitar o meu cabelo rebelde e a única forma que consigo, é desprender a trança e fazer um rabo de cavalo, mesmo assim não está nas melhores condições. Passo uma água na boca para tirar o hálito matinal e sinceramente, minhas roupas estão cheirando a álcool. Eu resmungo e bato o pé em uma birra, completando com uma careta. Meu pai vai me matar.

Merda, merda, merda! –Repito várias vezes, sussurrando, lembrando que nem sequer avisei que dormi na casa de outra pessoa, o que na lista de Roger é uma das coisas mais irresponsáveis que se pode ocorrer.

Depois de tentar aparecer de uma forma razoavelmente apresentável, respirei fundo, olhando para trás para ver se não tinha bagunçado nada e então abro a porta. Graças a Deus, ninguém aparece. O dia brilha lá fora e sol está se fazendo presente desta vez. Eu não tinha a mínima intenção de sair às escondidas. Se eu conseguisse achar Aron na enorme casa, eu o agradeceria e então iria embora.

Começo a andar no corredor comprido, que possui um tapete da mesma forma em estilo persa.

Quanto dinheiro esse garoto possui? Faço a pergunta abismada. Aron com certeza havia nascido em berço de ouro, completamente diferente de mim. Quanto mais aproximo-me, mais identifico a abertura que daria para uma escada do andar inferior.

–Aron...! –Sussurro. – Aron...!

Por longe ouço vozes vindo do andar debaixo. Meu coração salta em batidas frenéticas. O que os pais dele iriam pensar? Deus...! Percebo a sombra se aproximando, subindo as escadas. Pronto, pronto, pronto! Eu estou ferrada!

Eu fecho os olhos e me encolho já esperando pelo sustou ou bronca.

–Luce, você despertou. – A voz de Aron está certamente mais contente do que jamais escutei. Ele avança com passos determinados e um sorriso de rasgar o coração. Aron me abraça, trazendo-me para ele.

–O que aconteceu noite passada? – Pergunto, retraindo alguns passos para colocar espaço entre nós.

Aron sorri de forma maliciosa.

–Vem. – Diz, puxando-me para dentro do quarto que eu acabará de sair.

–Espera... Eu...Eu tenho que voltar para casa, meu pai deve estar preocupado. – Tento contestar, mas é inevitável. Aron puxa-me para dentro e em seguida fecha porta trancando-a. Um momento de silêncio até eu achar as palavras certas. –Aron, eu não me lembro de quase nada que aconteceu ontem... Se eu fiz algo... Quero dizer se nós fizemos algo, por favor, fale.

Ele arqueia uma das sobrancelhas escuras, sorrindo.

– O que acha que aconteceu? – Bom, havia muitas possibilidades e em todas elas, ele estava envolvido.Quando não respondo sua pergunta e sinto o corar retornar em minhas maçãs do rosto, Aron ri de mim. –Você não acha que nós... ?

Lobos não ChoramOnde as histórias ganham vida. Descobre agora