Capítulo 2

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—O que é isso?—Alexander pergunta, seus olhos ainda pesados de sono e quando via a alfa com um braço esticado em sua direção, um enorme embrulho de plástico, pendurado por um cabide.

—Seu traje para a festa de hoje.—Respondeu de maneira ríspida enquanto jogava o conjunto na parte livre da cama de solteiro. —Os sapatos estão dentro da caixa, ao lado da porta.—Continuou, pouco se importando em perguntar se o garoto tinha alguma dúvida ou não.—Fique bem apresentável, não... fique lindo, assim você arruma um bom partido para nós.

— Bom partido? O que queres dizer, Lilith? — Ele lhe pergunta intrigado.

— Oras você vai sair da festa de hoje com um companheiro. — Diz ela com um sorriso sarcástico.

Alec arregala os olhos ao pensar que por causa do dinheiro, que Lilith e Valentim tanto prezam, ele terá que ficar o resto de sua vida com um alfa ruim ou abusador. Sabendo que hoje ele tem que conseguir um companheiro, ele pelo menos espera que ele não seja um alfa abusador e ruim como tantos que ele conheceu em sua curta vida.

—Lilith eu... e-eu não quero ir.—Ok, não era coisa mais correta de se dizer no momento, mas o seu temor ganhou a melhor nessa.

—Você não tem o que querer Alexander.— A mulher grunhiu estridente, os olhos negros se semicerrando em sua direção, o fazendo se encolher entre os dois lençóis finos, em que ele ainda estava enrolado. Ele odiava seu nome completo... odiava o desdém impresso quando a mulher fazia isso.— Você já é velho o suficiente, aos 17 era para você ter arrumado um alfa rico, mas não sei de que modo você mudou a cabeça de Valentim para adiar. Mas você não passará desta noite... —Logo emendando.— ... Está entendendo?

— Sim, Lilith. Eu entendi você. — Alec diz, assentindo com a cabeça e olhando para o próprio colo pois como ele é um ômega, foi lhe ensinado a fazer um sinal de respeito para ela, que é uma alfa.

**

Magnus queria ir sair da festa e ele, tecnicamente, nem havia entrado no prédio onde seria dado a festa ainda.

Ele respirou algumas vezes depois que deu as chaves de seu carro para o barista. O terno que usava parecia mais desconfortável do que qualquer outro, e olha que ele já o tinha a tempos em seu armário, já havia experimentado quando o comprou... mas, aquela noite parecia ter encolhido.

Respirou uma última vez, decentemente e se pôs a caminhar, rumo ao salão de festas. Oitavo andar.

Imediatamente lembrou o porquê de odiar festas assim, fora o óbvio. Elas fediam. Não, não exatamente fediam, mas o nariz de um alfa era bastante sensível e o aromas de ômegas, perfume e alfas não ajudava muito. Magnus sentiu o seu nariz coçar um pouco quando as portas do grande salão foram abertas para si, mostrando o grande número pessoas que já haviam chegado.

Festas de gala eram formais, bastante formais. Isso explicava as mulheres trajando vestidos caros e longos, os homens em seus trajes ajustados adequadamente a seus corpos, alguns até seguravam taças em suas mãos, cheias de espumante. Uma música tranquila de Jazz que preenchia o ar.

Bebidas.... Ele precisava de uma bebida.

Para a sua sorte os bancos do balcão não estavam lotados. Uma bartender se aproximou assim que se encostou na madeira polida.

Ela era baixa, sua pele amorenada e seus cabelos cacheados a davam um ar inofensivo, destacando os seus olhos castanhos escuros e o sorriso mínimo em seus lábios.

—Olá! —Ela saudou.— Meu nome é Maia, vou lhe atender hoje.— E para o seu alívio, não tinha cheiro específico, era apenas... chuva e grama. Ou seja, ela era uma beta.

Before and After You - MalecOnde as histórias ganham vida. Descobre agora