Capítulo XXV

337 36 2
                                    

Ele andava de um lado para outro, tinha ouvido que Adrian havia saído em disparada quando soube que Cecília estava tentando fugir. Mandou seus homens direto para as masmorras do castelo e esperava ansioso. Ergueu a cabeça assim que Carter passou pela entrada da tenta com as mãos algemadas. Ele ergueu a mão para parar os soldados, encarou Carter por alguns momentos antes de mandar que saíssem e apenas seu tenente de confiança ficasse.

- O que aconteceu? – Perguntou olhando para ela. – Por que ela mandou te prender?

- O plano seguiu o que tinha que seguir. – Carter encolheu os ombros. – Ela desconfiou e mandou me prender, agora o que eu quero saber é porque diabos você atacou antes do que eu tinha ordenado.

- Adrian se impôs. – Tebes resmungou esfregando os cabelos os deixando desalinhados. – Eu não vou conseguir mantê-lo longe de você. Não por muito tempo.

- Deixe-o vir. – Carter encolheu os ombros. – Você e eu sabemos que a ideia era que eu morresse em Castela. Foi isso que eu discuti com Tomaz na última vez que estive com ele, colocamos Rosalinda em uma posição muito difícil.

- Carter...

- Eu sou acusada de traição. – Carter o cortou. – Rosalinda precisa que eu esteja morta para que não caia sobre ela nenhuma suspeita. Sophia achou que seria simples? Que eu viria aqui faria isso e então poderia voltar para Costa Luna tranquilamente?

- Sophia não pensou muito... - Tebes murmurou passando a mão pela barba.

- Não. Ela não pensou. – Carter ergueu o queixo. – Mas eu pensei. Rosalinda não pode ser ligada ao que fizemos, isso seria complicado de mais e poderia nos trazer sanções.

- Está me dizendo que vai morrer pela loucura que Sophia criou? – Tebes a olhou horrorizado. – Me deixe falar com Rosalinda, podemos achar uma solução para tudo isso.

- Roberto. – Carter o chamou em voz baixa o calando. – Estou tentando protege-la. Ela me odeia e nós sabemos disso, eu... apenas deixe que Adrian me mate antes de chegarmos a Costa Luna.

Ela se virou para sair.

- Carter. – Tebes a chamou incapaz de deixar a mulher ir sem falar nada. – Podemos falar com Rosalinda, explicar...

- Para? – Carter parou olhando para ele. – Rosalinda não pode ser associada a nada disso. Eu tomei a decisão de ir. Eu fiz o plano. Eu passei informações. O que você acha que vai acontecer se Rosalinda for acusada de espionagem internacional? Tem noção da crise diplomática que isso vai gerar? Todos os países fazem... não é exatamente moral ou ilegal, mas nenhum assume. Se Rosalinda me perdoar ela estará assumindo que fez.

Tebes se calou, não tinha como rebater o que ela estava dizendo.

- Eu preciso pagar por isso. – Carter desviou os olhos. – Seria melhor se Rosalinda não tivesse que ordenar a minha morte, mas já que não tem jeito eu prefiro que seja pelas mãos de Adrian.

- Você está realmente falando isso? – Ele abaixou sua voz, mas ela ainda podia ouvi-lo.

- Eu assinei a minha sentença de morte quando pus os pés em Castela. – Ela deu um sorriso amargo. – Já aceitei a minha morte... apenas... deixe que a sentença seja cumprida.

*Acrab*

Rosalinda estava sentada no trono encarando Adrian que estava parado de frente para ela com a cabeça baixa. Tebes estava ao lado dele, mas era totalmente ignorado pela mulher. Rosalinda passava o polegar pelos dedos em um movimento repetitivo, tentando manter o controle de suas emoções.

Acrab - SemiOnde as histórias ganham vida. Descobre agora