Capítulo IX

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Rosalinda estava sentada no chão encima de um colchonete, suas costas apoiadas na parede. O dia já estava amanhecendo e ela não havia conseguido dormir, observava aqueles que haviam conseguido dormir e os que se reuniam em grupos para consolar uns aos outros. Carter apareceu na porta interna da quadra esportiva que se encontravam e caminhou até Rosalinda.

- Você dormiu? – Perguntou se sentando ao lado da rainha.

- Não e você?

- Nem um pouco. – Carter esfregou o próprio rosto. – Conseguiram controlar o fogo, mas pelo menos 10 casas foram destruídas e outras 5 sofreram danos estruturais.

- E o que vamos fazer com essas pessoas? – Rosalinda apoiou a cabeça na parede.

- Ainda estou pensando. – Carter murmurou. – Você não deveria estar sentada no chão.

- No momento eu não estou me importando com isso. – Rosalinda respondeu com um suspiro.

- Vamos, vim lhe buscar. – Carter se levantou e estendeu as mãos para a outra. – Precisa descansar, mandei arrumarem um quarto para você em minha casa. Um banho, comer algo e dormir.

Rosalinda a olhou visivelmente cansada segurou as mãos de Carter e sentiu o puxão. Seu corpo se chocou suavemente com o da Duquesa, o cheiro de fumaça estava impregnado nas roupas escuras de Carter.

- Eu vou estar com você. – Sussurrou para a rainha que soltou um suspiro de satisfação. – Preciso deitar um pouco.

- Me abrace. – Rosalinda sussurrou para ela. – Deite comigo e apenas me abrace.

- O tempo que for possível. – Carter respondeu antes de dar um passo para trás. – A imprensa está em peso lá fora.

- Eu não quero ver as manchetes. – Rosalinda passou por Carter caminhando até o portão interno.

A imprensa se amontoava pelos portões enquanto a polícia os mantinha afastados em um cordão de isolamento. Guilherme esperava pacientemente ao lado do carro com a porta já aberta, seus olhos passavam pelos jornalistas a procura de qualquer coisa fora do normal. Seu treinamento com Carter avançava a olhos vistos e ele que nunca havia se visto naquela posição se sentia muito confortável em agir como guarda-costas.

Carter teve que deixar Rosalinda passar a sua frente, mas não pode conter de apoiar a mão na base da coluna da Rainha e tentar protege-la com o corpo. Era sua posição afinal. Seu lugar de direito.

Rosalinda respirou fundo tentando manter a expressão cansada fora de seu rosto enquanto as perguntas eram jogadas em seu rosto junto com os flashes. Captou a pergunta sobre o envolvimento das duas enquanto entrava no carro. Guilherme deu partida assim que Carter fechou a porta do carro.

*Acrab*

A propriedade que Carter possuía na cidade possuía um laranjal que produzia parte das laranjas exportadas pelo país. A casa possuía cinco suítes distribuídas pelos dois andares superiores, no segundo andar também era possível encontrar a sala de jogos que Joseph havia mandado reformar a seu gosto. No térreo estava a cozinha, sala de jantar, uma sala de visitas e o escritório da propriedade. O deck do lado de fora desemborcava em um pátio interno de pedra onde uma piscina podia ser utilizada nos dias mais quentes.

Rosalinda retirou o casaco deixando que a governanta o pegasse.

- Arrumei a suíte máster do jeito como a senhora mandou. – A governanta fez uma reverencia para as duas. – Também preparei a suíte do mesmo andar.

- Agradeço. – Carter rodou o pescoço sentindo a musculatura tensa. – Sirva um chá para a rainha, algo para aquecer e revigorar.

- Tomei a liberdade para já pedir para prepararem uma travessa para as senhoras. – A governanta sorriu. – Junto com um lanche leve, creio que as senhoras devam dormir até a hora do almoço. Foi uma longa noite, pegaram friagem e inalaram fumaça, devem descansar.

Acrab - SemiOnde as histórias ganham vida. Descobre agora