Merda!

— Você não vai levar ela. – digo num tom desafiador.

— Vou sim, você mesma quem me deu.

— Thor.. – Melissa praticamente grita e corre até ele.

— Oi minha pequenina. Senti saudades. – ele abraça a filha e a  pega no colo beijando seu rosto.

— Como você sabe onde eu moro? – já vi que ela acordou com cheia de perguntas.

— É uma longa história filha. – respondo antes que ele abra a boca e fale o que deve.

— Posso te levar para escola? – Dominic pergunta olhando para mim.

Ô, senhor!

O que esse homem esta tentando fazer com o meu juízo hoje?

— Mãe, posso ir com ele? Por favorzinho!

Ela já esta pronta e eu ainda estou enrolada no lençol, acho que por hoje não vai ser uma má ideia, também é a minha única opção.

— Pode sim, mas juízo. Os dois!

— Obrigado! – ele agradece. Apenas aceno.

— Tchau mãe. – Mel me beija e me abraça.

— Já sabe não é mocinha? – com certeza ela sabe.

— Sei sim mãe.

— Podemos almoçar juntos? – ele pergunta.

— Não abuse da minha paciência. – digo.

— Não estou abusando Mariana. – ele responde num tom contido.

— Tudo bem, vamos almoçar juntos então. Agora eu preciso me apressar.

Dou um beijo na minha filha e roubo um selinho do gostosão que esta vestido pra matar num terno de cor chumbo e cabelos soltos. Ele rir, e sai carregando a filha no colo.

Agora eu preciso agir.

[...]

Passo pela porta do restaurante e dou de cara com ninguém menos que a Débora, aparentemente com os diabos no couro.

— Atrasada. – ela diz com arrogância.

— Eu sei, tive imprevistos. Desculpe. – tento justificar mas acho que ela não quer saber.

— Não me interessa, da próxima vez é rua. – dito isso ela sai praticamente soltando fumaça elas narinas.

Agora entendi porque a Karol quer tanto dar uma surra nela. Acho é pouco!

[...]

Vou para trás do balcão e tomo meu posto, preciso arranjar outro emprego, algum que não arranque o meu couro e que disponibilize mais tempo para mim, principalmente para minha filha. Mas, como emprego não é chuva, que cai do céu, eu tenho que agradecer por um.

— Quero detalhes. – ouço alguém sussurrar.

Claro, Karol!

— Detalhes de quê? – pergunto.

— Detalhes do seu atraso fofa, você é a funcionária mas pontual que esse restaurante já teve, deve ter sido um imprevisto enorme. – parece que a safada ler pensamentos.

— Não tem detalhes. – mito.

— Seu sorrinho não nega Mari, isso é sinal de foda recente.

— Tá bom, eu confesso. Dominic apareceu lá em casa, acabamos nos envolvendo e... – sou interrompida.

— Transaram! – ela praticamente grita para os quatros cantos do Pallace.

— Fala baixo criatura. – sussurro.

— Ops! Saiu sem querer.

— É, percebi.

— Calma aí, Dominic, o pai da Mel voltou? Sua safada, quando você pretendia me dizer isso?

— Minha cabeça tá uma bagunça, acabei esquecendo amiga.

— Esta perdoada.

— Boba...

— Voltando para os detalhes sórdidos, e aí, rolou alguma coisa? – criatura insistente essa minha amiga.

— Transamos na sala, dormi no chão, acordei sozinha e pelada.

— Que safado! Brincou no play e foi embora sem ao menos deixar um bilhete ou rosas como nos filmes. Tudo ilusão. Desculpa amiga mas ele foi um cretino. – acho que alguém ficou revoltada aqui.

— Ah! Mas foi tão bom. – deixo escapar.

Ela rir e me encara.

— Então repete a dose mulher. Mas, repita com força. Acredite, eles gostam mais ainda. – ela pisca pra mim e volta a sua função.

Eu me sinto tão santa perto dela, e a safada ainda sou eu.

Por mais que o arrependimento bata na minha cara eu não negarei que transar com ele ontem foi incrível. Seu toque, seus beijos, seus gemidos, tudo parece que foi feito detalhadamente para mim, até seus fios sedosos pareciam querer se enroscar sozinhos nos meus dedos.

— Ainda sonhando comigo? – Dominic surge me tirando do transe.

— Não. – mentira, mas ele não precisa saber.

— Não foi o que pareceu. – safado.

— Ache o que quiser. – finjo procurar algo no computador só pra não olhar na sua cara de safado.

— De hoje não passa Mariana. – ele diz.

Que raios caiu nesse homem hoje?

—De hoje não passa o quê homem? – pergunto não entendendo onde ele quer chegar.

— Melissa precisa e vai saber que o pai esta vivo. Foi cruel pra mim ter que me apresentar pra professora como um "amigo" da família. – ele parece estar nervoso.

— Vamos com calma Dom, ela é uma criança.

— Você pretende dizer quando? No dia que ela for pra faculdade e começar a ter namoradinhos? Não Mariana.

Ele fecha os punhos concentrando toda sua raiva ali.

— No almoço ok?! Mas me deixa iniciar a conversar, quero que ela escute de mim.

— Ok! – ele diz e sai pra sentar numa mesa reservada.

Respiro fundo e volto as minhas funções atrás da bancada. Listas e mais listas, esse povo não sabe cozinhar não é?

Ainda bem que não sou a cozinheira chefe daqui.

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Boa leitura.
B

eijos, Jaqueline Carvalho.

UM AMOR PARA ETERNIDADEWhere stories live. Discover now