Capítulo 5 | A virada

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Hoje é o grande dia.

... E é difícil descrever o tipo de ansiedade que eu estou sentido. E como se eu tivesse preparado uma festa de aniversário para mim mesma, e mesmo assim eu não soubesse de nada... A ansiedade pelo esperado, sem saber o que esperar.

Uma ansiedade percorre meu corpo, toda vez que penso nesse reality! Ou melhor, toda vez que me vejo no espelho e vejo A Cecília Mirko... Eu começo a questionar, minha roupa está boa? Meu cabelo? Será que essa é a melhor maquiagem? Como agir? O que eles esperam ver de mim?

... Ah, quando eu necessito das opiniões do Enrico, ele nem se quer esta por perto!

A verdade é que nas últimas semanas eu sumi das redes sociais não apenas para evitar ver críticas sobre o Reality... Mas últimas semanas eu apenas fingi que ele não existia. E agora que o grande dia chegou, o primeiro dia de gravações, eu simplesmente não estou preparada.

Foram reuniões atrás de reuniões. Documentações e analisar, contratos para rejeitar, ou arrumar, negociar. E mesmo assim, eu não me sinto preparada.

Desde que vi Enrico pela última vez, em meu apartamento, não tivemos mais contato, desde então, precisei me reorganizar, e pareceu que em 2 anos, Enrico tinha tomado conta de tanta partes da minha vida, que nos três primeiros dias, eu fiquei completamente perdida sem ele.

Agora, não havia ninguém para quem eu pudesse reclamar, nem mesmo ninguém para me perguntar insistentemente como estou me sentindo. Sorri ao lembrar de cada vez que ele me acalmou. Faltavam menos de três horas para que a competição começasse de verdade, e eu me mantive muda o dia inteiro...

Usando um lado dos fones de ouvido eu encarava a paisagem passageira, enquanto ouvia Jazz antigo... Sempre foi um ótimo calmante para mim. Viajar no piano, no teclado, no trompete e nas melodias extremamente viciantes, enquanto minha mente vagava no infinito nada.

Endre, meu empresário estava dirigindo. Nos levando para o set de filmagem. Estávamos em um carro cinza. Em um Passat preto. Estávamos a sós, ele dirigia e eu ia ao banco do passageiro atrás do banco do carona. Tentando me distrair com a paisagem, com a música, tentando manter meus pensamentos organizados e centrados.

Minha perna não parava de chacoalhar, nervosa. Eu sentia minha mão suar. E a cada parte do tráfego, eu sentia mais aflição em não poder saber o que viria a acontecer. O jazz não estava funcionando.

O que iria acontecer hoje poderia mudar minha vida para sempre... O que aconteceria hoje... O acontecerá?

Minha cabeça não parava de pensar como deveria agir, para não levantar suspeita, sobre tudo que estava acontecendo. Desta vez uma equipe foi até minha casa arrumar minhas roupas, cabelo, e maquiagem. Estava me sentindo renovada, como se acabasse de mergulhar em um banho de loja... Ao mesmo tempo que parecia tudo muito, muita produção, muita luz!

Endre estava quieto. Ele é quieto, sempre pensativo, estrategista, e de certa forma, somente extrovertido quando falava de negócios, de um jeito um tanto quanto sombrio devo admitir, talvez seja seu jeito de ganhar o que quer. Não é atoa que está no topo, sem concorrência direta, ele é bom no que faz. Ambicioso seria sua palavra.

Ele não era uma pessoa ruim, era sua personalidade no entanto que me deixava em dúvida quanto a essa afirmação. A longo prazo a gente se acostuma.

— Deve ser estressante. — sorrido animado, ele quebra o silêncio com suas afirmações assertivas.

Eu mal consegui lhe ouvir, mas o pouco que entendi, respondi. Abaixei um pouco mais a música, dando mais atenção a ele.

— Hum... Estou bem. — tentei repetir isso a mim mesma mentalmente. — Só... Uma coisa diferente acontecendo.

Um Amor Para Cecília [Em Revisão]Kde žijí příběhy. Začni objevovat