Capítulo 17

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Tate

Trabalhar. Trabalhar. Trabalhar.

A minha pilha de papeis e coisas para resolver parecia aumentar a cada dia que passava. Eu estava estressa. Parecia que andava carregando o peso do mundo inteiro nas minhas costas. Minha mãe havia me ligado aquela manhã querendo saber como eu estava.

Claro que eu disse que estava ótima e que as coisas na Califórnia andavam bem, mas não era verdade. Em alguns dias eu me via a beira da loucura. O cansaço mental fazia parte da minha vida constantemente.

Ela também me perguntou quando eu iria visitar a fazenda novamente, fazia muito tempo que eu não tirava férias para visitar ela e meu pai, respirar um pouco do ar do campo. Fiquei sem respostas pois eu não queria dar falsas esperanças para ela. Sabia que se eu dissesse que iria em breve, ela ficaria contando os dias. Era melhor mantê-la sem esperanças e continuar com o nosso contato constante via mensagens e telefones. Ela fazia questão de me mandar um bom dia todas as manhãs.

Desliguei a ligação quando Chloe apareceu através da porta de vidro da minha sala.

Pedi que ela entrasse.

- Posso ajudar? – perguntei tentando ser o mais gentil possível.

Meus nervos estavam a flor da pele com todo o meu trabalho.

- O Sr.Morris ligou marcando uma reunião com você as seis da tarde – disse ela me entregando um papelzinho onde ela havia anotado.

Por um momento fiquei pensativa. O que diabos ele queria marcando uma reunião comigo naquele dia?

- Ele falou sobre o que se trata essa reunião? – perguntei para Chloe.

- Não – ela respondeu – Eu só sei que a reunião irá acontecer na sala de assuntos confidenciais.

Estranho. Pensei que poderia se tratar do meu projeto que ainda não havia sido discutido com os acionistas, mas pelo o visto eu estava enganada.

- Ok – dei de ombros grudando o papelzinho onde haviam vários outros – Obrigada.

Chloe assentiu e se retirou.

Eu tinha mais duas horas restantes até aquela reunião. Peter não estava na empresa naquele dia. E desde que havíamos almoçado juntos não conversamos mais. O que me deixava relaxada e tensa ao mesmo tempo. Se não bastasse o trabalho eu ainda tinha ele atormentado meus pensamentos todas as noites.

Seis horas da tarde.

Sai da minha sala e fui direto para o elevador. Eu realmente esperava que ele já estivesse na sala de reuniões confidenciais. Não aguentaria ficar esperando e nem ao menos iria, eu já havia chegado no meu limite por um dia depois de discutir com um dos nossos fornecedores.

Dei duas batidinhas rápidas na porta, mas não esperei que ninguém viesse a abrir e então entrei sem hesitar. A sala era escura, e as janelas possuíam cortinas que cobriam toda a visão da cidade do lado de fora. Eu nunca havia estado ali antes. O ar condicionado estava ligado e a sensação que eu tive era que tinha acabado de entrar em um freezer. Os pelos das minhas pernas nuas se arrepiaram.

E lá estava ele do outro lado da sala. Peter. Sentado na cadeira central olhando direto para mim. Seus olhos azuis escuros cintilavam na fraca luz e chegavam até mesmo parecer ficarem negros de longe. Aquilo piorava os arrepios que eu sentia por toda a minha pele.

INSTANT CRUSH (REESCREVENDO/REVISÃO)Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu