Capítulo 3

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Peter

Mais o menos 9 meses atrás...

Meses já haviam se passado e eu ainda conseguia pensar nela, aquilo era uma merda. Quando aceitei o emprego que Matthew me ofereceu para tomar de conta de todo o império automotivo que ele havia herdado do pai, eu realmente achei que aquilo poderia ser uma solução para que eu simplesmente ocupasse minha cabeça de tanto trabalho que seria impossível pensar em Anna novamente, mas eu estava errado. Ela foi embora escolhendo um futuro promissor na carreira que ela tanto queria e eu tinha que seguir o meu, mas eu não conseguia não sentir falta de ter alguém com quem compartilhar a minha vida. Caralho, quando foi que eu me tornei dependente de alguém daquela maneira? Se apaixonar era uma droga da qual eu precisava me curar.

A verdade é que eu não conseguia aceitar que tinha sido deixado de lado, eu não esperava aquilo dela. Eu estava surpreso e com uma magoa que parecia não desaparecer de dentro do meu peito, as coisas não haviam terminado como eu queria e eu odiava aquilo mesmo que eu soubesse que aquilo era para o bem dela.

Eu nunca me deixaria levar por outra mulher, não daquela maneira.

Eu estava completamente entediado naquele quarto de hotel em Chicago, a conferencia já havia acabado já passavam das onze da noite e a insônia me consumia, embora eu trabalhasse praticamente o tempo todo as vezes o sono parecia não querer vir me fazer companhia para o meu próprio inferno pessoal e isso fazia com que eu me pegasse pensando o que Anna estaria fazendo do outro lado do mundo. Porra. Eu tinha que parar com aquilo, era inútil e se eu quisesse mesmo ir atrás dele eu já o tinha feito.

Peguei minha carteira em cima do criado mudo do lado da cama e a enfiei no bolso da minha bermuda, se eu não conseguia dormir eu ia beber algo no bar que havia ali no hotel, a bebida do meu frigobar já havia acabado. Eu não tinha nada de interessante para fazer de qualquer maneira e eu não queria ficar ali remoendo a porcaria do meu passado com uma ex namorada que estava pouco se fodendo para mim, ela tinha deixado claro na nossa ultima ligação.

Sai andando pelos corredores do hotel e apertei o botão do elevador, era estranho caminhar por lugares como aquele sem estar vestido nos meus típicos ternos e gravatas que agora eu tinha o abito de usar.

Não haviam muitas pessoas no bar apenas uns dois senhores em uma mesa que bebiam e conversavam entediados, um casal um tanto quanto animado no balcão que se tocavam sem se importar com qualquer um que estivesse vendo, além de uma mulher sentada em um dos bancos de frente para o balcão eu a observei por um instante antes de me sentar em um banco próximo ao dela onde o barmen estava, ela havia largado seus sapatos de salto alto no pé do banco, e eu notei que seu pé balançava institivamente no ritmo da música que tocava nos altos falantes assim como seus dedos sobre o copo que ela tinha em mãos.

Eu pedi que o barman me trouxesse um copo com uísque e energético e não demorou muito para que ele colocasse a minha frente, levei o álcool ao lábios enquanto observava a garota que permanecia de olhos fechados deslizando os dedos sobre o copo.

- I got this picture of us kids in my head and all I hear is the last thing that you said – ela cantou baixinho acompanhando a letra com a voz um pouco desafinada de olhos fechados balançando a cabeça no ritmo do som - I listened to your problems, now listen to mine I didn't want to anymore, oh oh oh

Sua voz ficou um pouco mais alta, eu contive uma risada. Ela não estava se importando com quem estivesse ou não ali, talvez aquilo fosse o efeito do álcool em suas mãos.

- And we will never be alone again, 'cause it doesn't happen every day, kinda counted on you being a friend, can I give it up or give it away – comecei cantar junto a ela acompanhando o refrão.

INSTANT CRUSH (REESCREVENDO/REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora