Kai me levou até uma casa afastada da cidade e estava jogando uma bolinha irritante contra a parede por minutos sem dizer nada.
— Chega! — Peguei a bolinha de borracha e joguei pela janela. — Me trouxe aqui por quê?
— Quero que deixe aquela tal Aurora e se una a mim — respondeu como se fosse óbvio, relaxando os ombros na cadeira.
— E por que eu faria isso?
— Você só está nesse século há alguns dias e não sabe nada sobre as pessoas daqui. Confiar cegamente em uma mulher que assim como você foi traída pelo Klaus é um tiro no próprio pé.
— A Aurora mais que ninguém me entende.
— Você quer poder e vingança, isso é óbvio, mas só uma das duas poderá ocupar o lugar de rainha de Nova Orleans — ele me olhou, mordendo o lábio inferior. — Sabemos que não será você e eu posso te dar isso se me ajudar a conseguir o que eu quero.
— O que você quer?
— Quero a magia da Freya e a imortalidade do Klaus.
— Se eu aceitar, como você vai conseguir isso?
— Eu vou trazer Esther de volta à vida e ela vai ligar todos os filhos e eu vou sugar a magia de cada um e então você mata todos com a estaca de carvalho branco.
— Não existe mais carvalho branco.
— Você realmente não me conhece. — Ele balançou a cabeça negativamente. — Eu consigo tudo o que eu quero.
— Seu plano é vago demais. Não vai conseguir trazer a Esther e muito menos a estaca de carvalho branco.
— Quando eu conseguir não seria melhor estar ao meu lado? — Ele falou se levantando e foi até ela. Quando Mary não respondeu, ele continuou: — Pense bem, Mary. Você ainda é muito ingênua, não sabe das várias falhas da natureza e não conhece o verdadeiro mal dentro de si.
— Eu conheço verdadeiro mal — soltei o ar ao sentir as mãos dele sobre a pele nua dos meus ombros. — Posso dizer com certeza que não sou ingênua e que não vou ter piedade nenhuma.
— Eu acredito nisso — concordou. — Eu sei que a Aurora te trouxe de volta à vida e que você está em um romance com o Lucien, mas faça as contas, eu sou bem mais poderoso que esses vampiros juntos.
— Não posso me juntar a você e deixar ela. Eu prometi a Aurora que a ajudaria acabar com o Klaus.
— Promessas são quebradas facilmente a todo momento.
Mary ficou em silêncio e pensou em qual dos lados seria mais vantajoso. Uma guerra estava começando e com certeza a família original era mais forte que eles e se ela fosse jogar esse jogo, teria que ser em seu próprio time.
— Tudo bem, eu aceito — falou, se virando para ele.
— Fez a melhor escolha — sorriu, satisfeito com a resposta.
— E quanto a Aurora?
— Você pode só fingir que vai ajudá-la, porque você está do meu lado agora.
— O que em mim te atraiu?
— Conhece o ditado: não existe nada pior que uma mulher com sede de vingança.
— Agora, se não se importar, vou ir para a minha casa descansar. Essa noite não foi como eu esperava e tive muitas surpresas por hoje — falei, me dirigindo até a porta sem esperar por resposta.
— Não faz nem uma semana que está viva e tem uma casa? — Kai me seguiu.
— Tenho, sim. — Me virei e o encarei. — E mesmo que não tivesse, eu não iria dormir no mesmo espaço que um psicopata.
— Quem te disse que eu sou psicopata? — Se fez de ofendido.
— Todo mundo, literalmente. Os ancestrais também falam.
— Essas bruxas velhas adoram cuidar da vida dos outros. — Balançou a cabeça negativamente. — Então quer dizer que você tem medo de mim?
— Seria uma piada ter medo de você — o olhei de cima a baixo. — Não sou capaz de sentir medo do híbrido original, por que iria ter medo de um herege?
— Eu matei minha família, aterrorizei Mystic Falls e não sabe do que eu sou capaz.
— Você também não sabe do que eu sou capaz, Kai. Não teste meu poder e não tente minha fúria.
— Entendi porque o Klaus gostou de você. — Sorriu de lado.
— Entendeu também que ele me traiu e agora eu quero a cabeça dele numa bandeja aos meus pés?
— E vai ter isso — confirmou com convicção. — Me encontre amanhã no Rousseau's e iniciaremos o plano.
Balançei a cabeça positivamente e sai em velocidade de vampira. É fácil demais o Kai pedir a minha ajuda e ter tanta certeza de que eu vou ajudá-lo e deixar Aurora de lado. Não sou alguém tão poderosa contra o Klaus além dos séculos de ódio que nutri por ele, mas mesmo assim Aurora e Kai me querem em seus planos, sem nenhuma garantia de vitória e sinto que um dos lados está tentando me enganar para me usar, e suponho que seja o Kai.
Cheguei em uma casa afastada do centro da cidade e bati na porta. É verdade que eu não tinha uma casa, mas isso não me impediria de conseguir uma. Meu irmão estava com as bruxas no cemitério e eu não poderia ultrapassar por ser território sagrado e também não queria depender de Aurora. Já bastava a dívida que eu tinha com ela, não poderia colocar mais coisas na minha conta.
Uma mulher abriu a porta e fez uma cara confusa quando me viu parada em sua porta com vestido de baile.
— Oi? — Ela disse.
— Oi — sorri sem mostrar os dentes —, meu nome é Mary e você vai me convidar para entrar agora — usei hipnose com ela.
— Tudo bem, entre — ela falou, mantendo o sorriso no rosto.
Entrei na casa e, por sorte, ela estava sozinha e isso me daria liberdade para fazer qualquer coisa.
— Você não vai gritar e nem tentar correr — me aproximei dela e olhei em seus olhos. — Eu preciso me alimentar e não será rápido, mas não vai doer. Você nem vai sentir.
Ela ficou em silêncio, me encarando e afastei os cabelos dela de seu pescoço. Sem pensar duas vezes cravei minhas presas em seu pescoço.
BINABASA MO ANG
𝐴𝑙𝑖𝑣𝑒 ✦ 𝐾𝑙𝑎𝑢𝑠 𝑀𝑖𝑘𝑎𝑒𝑙𝑠𝑜𝑛 ✓
FanfictionVIVA | ❝Me fizeram apodrecer por mil anos em uma tumba, agora eu acordei e estou com muita fome❞ Mary Stuart teve tudo tirado de si, seus poderes, sua vida, sua liberdade e foi trancada em uma tumba por mil anos, obrigada a repassar dia após dia o m...