VIVA | ❝Me fizeram apodrecer por mil anos em uma tumba, agora eu acordei e estou com muita fome❞
Mary Stuart teve tudo tirado de si, seus poderes, sua vida, sua liberdade e foi trancada em uma tumba por mil anos, obrigada a repassar dia após dia o m...
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Enquanto o silêncio ainda pairava sobre nós e apenas discussões distantes eram ouvidas, eu pensei sobre o que o Klaus disse, claro que sem considerar perdoá-lo. Eu acho que nunca conseguiria fazer isso, mil anos de mágoas é tempo demais para ser esquecido em alguns meses.
O silêncio do ambiente foi interrompido quando a discussão entre minha mãe e Mikael parou, obviamente os dois estavam naquele momento em que batiam de frente para saber quem daria as ordens e Mikael entrou abruptamente, empurrando a porta com força.
Ele andou até Klaus com os olhos fixos nele e o puxou pela jaqueta, o erguendo no ar com tanta raiva nos olhos e enquanto ele machucava Klaus de todas as formas sem dizer uma palavra ou piscar os olhos, eu olhava Klaus com os pulsos presos por correntes, sem poder revidar. As correntes eram fortes demais para serem quebradas.
Ver aquilo e os cortes se formando na pele de Klaus a cada golpe, deixando seu rosto manchando pelo sangue, mesmo com os cortes cicatrizando rapidamente, era péssimo. Eu não queria interferir, o Klaus merecia sofrer, mas não resisti ao ímpeto quando gritei:
— Chega! — A voz saiu rouca pelas horas em silêncio e olhei para ele.
— O quê? — Mikael me olhou com um sorriso. — Você quer dizer parar de bater no bastardo? É sério que você ainda se importa com ele, Mary?
Eu não me importava com o Klaus, mas para ele deve ser difícil saber que aquele que deveria ser seu pai, seu melhor amigo, na verdade é o seu pior inimigo. Eu me sentia assim em relação a minha mãe.
— Você se importa, Mary? — Mikael continuou provocando, segurando Klaus pelo pescoço com força. — Responda!
— Não! — Respondi com voz dura.
— Você pode até negar, mas o bastardo se importa — ele jogou Klaus no chão e veio até mim.
— Você vai fazer o quê? — Segurei a mão dele que apertava o meu pescoço, questionando com dificuldade. — Me torturar, me matar? Não é nada que já não tenham feito!
Mikael pegou uma pequena adaga e fazia pequenos cortes pelo meu rosto, deixando o sangue escorrer e manchar minha roupa. Quando se cansou de me cortar, desferiu vários chutes em minha direção.
— Deixa ela em paz!! — Klaus gritou, puxando as correntes.
— Eu disse que ele se importava — Mikael falou a mim com um sorriso. — Mas eu não vou parar até você implorar.
Eu não iria implorar e ele poderia continuar me batendo ou me cortando, mas eu nunca iria implorar algo a ele.
Mikael só parou quando Klaus conseguiu arrancar as correntes da parede e nesse momento ele ficou imóvel e incrédulo, então Klaus jogou ele do outro lado da sala e, com o que restou das correntes ainda em seus pulsos, não parou de bater em Mikael até que ele cuspisse sangue.
